Além de sexo e violência, produções da Netflix têm mais cenas de cigarro, diz estudo

20.03.18


O Globo

Cena de \'Stranger things\', série com mais aparições de uso de tabaco, segundo pesquisa Foto: Reprodução

RIO — Se produções para TV aberta precisam respeitar as regras de classificação indicativa em suas produções, o mesmo não se aplica às plataformas de streaming como a Netflix. O resultado disso são mais cenas de sexo, violência, e — como apontou um estudo — cigarro, nos serviços sob demanda.

A instituição "Truth initiative" — uma organização anti-tabaco sem fins lucrativos — lançou um estudo que comparou sete atrações populares da Netflix com sete de transmissão aberta. Na amostra, as produções da Netflix apresentaram quase três vezes mais personagens que fumavam frequentemente, do que nas produzidas por redes como NBC, ABC e CBS.

A organização por trás do estudo afirma que isso pode levar adolescentes e jovens adultos a fumar.

"Houve uma revolução na televisão que agora abrange um universo complexo, incluindo Hulu, Netflix e um mundo emergente de plataformas de streaming", disse Robin Koval, CEO da "Truth initiative", em um comunicado para a imprensa.

"E enquanto todos estavam assistindo, mas ninguém estava prestando atenção, percebemos um ressurgimento generalizado de imagens de tabagismo que são glamorizadas e naturalizam novamente um hábito mortal", acrescentou.

De acordo com a pesquisa, a maior propagadora do tabagismo foi a série "Stranger things", atração de terror que inesperadamente tornou-se um dos maiores sucessos da plataforma. O programa continha 182 cenas com tabaco. Isso, apesar de ser destinada ao público infantil.

"Nós também sabemos que a normalização do uso do tabaco nos filmes tem um forte impacto no risco de um futuro uso de tabaco de uma criança ", disse David Hill, presidente do Conselho de Comunicação e Mídia da Academia Americana de Pediatria ao "U.S. News and World Report".

Em outras épocas da indústria cinematográfica, cenas com fumaça eram a norma. Na era de ouro de Hollywood das décadas de 1940 e 1950, os cigarros faziam parte dos filmes como créditos de abertura. Cary Grant, James Dean e Marilyn Monroe raramente filmaram uma cena sem um cigarro na boca.

E isso não era uma mera coincidência. A indústria do tabaco geralmente usava filmes como um veículo para anunciar cigarros. De acordo com o "New York Times", um desses casos foi um um acordo em que Sylvester Stallone recebeu US$ 500.000 para apresentar os cigarros Brown & Williamson em cinco de seus filmes, incluindo "Rambo" e "Rocky IV".




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