Após febre, São Francisco pode banir cigarros eletrônicos

19.06.19


Época Negócios

É difícil dar uma volta pelas ruas da cidade de São Francisco, sede do Vale do Silício, na Califórnia, sem ver alguém levando à boca um aparelho de cigarro eletrônico. Mas isso pode estar prestes a mudar. Em uma votação preliminar, que aconteceu nesta terça-feira (18/06), membros da Câmara de Supervisores de São Francisco aprovaram por unanimidade suspender a comercialização, produção e distribuição de cigarros eletrônicos na região. Uma sessão que analisará o tema de forma definitiva deve acontecer na próxima semana – se a proposta for aprovada e assinada pelo prefeito, as novas regras começam a vigorar dentro de sete meses.

A decisão tem um quê de ironia: a Juul, principal companhia que produz esse tipo de gadget, foi criada e tem sede na cidade de São Francisco. A startup já levantou mais de US$ 13 bilhões em investimento via venture capital. Apesar das atenções recebidas por empreendedores e investidores de risco, faltam informações sobre os impactos do gadget na saúde de seus usuários. É exatamente neste ponto que a Câmara de São Francisco toca. Os parlamentares defendem que a comercialização do produto seja suspensa até que a Agência Nacional de Alimentos e Drogas (FDA, espécie de Anvisa norte-americana) se posicione sobre o tema.

A proibição pode trazer impactos para a Juul, maior fabricante de cigarros eletrônicos do mundo. A companhia se posicionou contra a decisão. “A proibição dos produtos vaporizados para todos os adultos de São Francisco não vai combater efetivamente o uso por menores de idade e vai deixar os cigarros como as únicas opções para adultos fumantes, mesmo que eles matem 40 mil californianos todos os anos”, destacou um porta-voz da empresa para a agência de notícias Associated Press.

Falta consenso entre pesquisadores ao redor do mundo sobre os danos que o cigarro eletrônico causa no corpo humano – e se ele é pior ou menos pior do que um cigarro tradicional. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirma ainda não ter pesquisas conclusivas que comprovem a segurança na utilização dos cigarros eletrônicos. A coordenadora do Comitê de Controle do Tabagismo da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Jaqueline Scholz, já afirmou que a liberação da venda de cigarro eletrônico seria um retrocesso.

Os cigarros eletrônicos chegaram a ser listados como "tecnologias sem salvação" pelo famoso MIT, que afirmou que a tecnologia viciou uma nova geração em nicotina ao aproveitar "uma brecha que permitiu escapar das regulamentações de saúde pública".    

https://epocanegocios.globo.com/Mundo/noticia/2019/06/apos-febre-sao-francisco-estuda-banir-cigarros-eletronicos.html




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