Prefeitura de Pomerode proíbe compra de refrigerantes, biscoito recheado e salgadinhos

17.01.19


G1

Meta é reduzir pelo menos 50% de açúcar nas aquisições feitas por cada pasta da administração municipal. Índice de pessoas com sobrepeso tem crescido no município

Decreto proíbe prefeitura de Pomerode de comprar alimentos como bolachas e refrigerantes

O prefeito de Pomerode, no Vale do Itajaí, proibiu as secretarias do município de comprarem bolachas recheadas, salgadinhos, frituras, sucos industrializados e refrigerantes, entre outros itens ultraprocessados. A meta para este ano é diminuir em pelo menos 50% o consumo de açúcar. Atualmente, a população da cidade tem indíce de sobrepeso acima da média nacional.

A proibição consta de decreto que começou a valer em 1º de janeiro deste ano. Da lista de produtos banidos das repartições do município constam ainda adoçantes sintéticos, pipoca de micro-ondas, margarinas, e salgados e doces fritos ou feitos com massas folheadas.

"Nossos nutricionistas fazem um trabalho maravilhoso já nas escolas e nas áreas da saúde e chegaram para nós dizendo que nós falávamos uma coisa e fazíamos outra. Temos esse decreto que reduz este ano 50% o consumo de açúcar nas dependências públicas e a partir do ano que vem, nada de açúcar", disse o prefeito Ércio Kriek.

Uma pesquisa da Universidade Regional de Blumenau (Furb) diz que 67% dos adultos que vivem na cidade estão com sobrepeso, sendo que a média nacional é de 54%. E entre as crianças o índice também vem crescendo. Atualmente, 35% delas estão acima do peso. Há cinco anos, o percentual era 32%.

"Nós temos alimentos que a gente considera ultraprocessados porque na indústria passam por um processamento muito alto. E a quantidade de açúcar e gordura também, até o sal, é muito grande em determinados alimentos. As consequências a gente já vê: aumento das doenças crônicas, hipertensão, diabetes tipo 2, obesidade que vem crescendo cada vez mais. A gente precisa estagnar isso, precisa parar essa subida", disse o nutricionista Geliandro Ribeiro.

A prefeitura ainda está fazendo um levantamento de quanto açúcar consumia e qual vai ser a economia com o decreto. O prefeito adianta que o impacto financeiro não vai ser tão significativo, mas que a ideia é mudar alguns hábitos da população.

"O segredo é mostrar para as pessoas que isso está surgindo pela preocupação com a saúde deles. Nós, num curto espaço de tempo, termos uma saúde melhor e vivermos com uma satisfação melhor. Muitas vezes nós somos enganados pela gula", disse o prefeito.

A Secretaria de Educação do município afirma que segue à risca as orientações do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e que isso tem influenciado bastante na alimentação das crianças. O desafio é convencer os adultos a comerem alimentos mais saudáveis.

"As mudanças precisam ser simples, práticas e gradativas. A gente não quer radicalizar, a gente quer respeitar o que é da nossa cultura. Mas, no dia a dia, as pessoas tendo a consciência do porquê que faz bem, porque que não é legal, a gente vai vendo que vai havendo essa mudança. Porque é para refletir no bem-estar e na saúde da população", disse a nutricionista Aline Beatriz Pruner.

A exceção ficou por conta de uma das comidas mais tradicionais da cidade. "A cuca a gente salvou porque tem uma referência cultural. E tudo é uma questão de quantidade às vezes, é saber moderar um pouquinho", disse Aline.

O próximo passo da prefeitura é fazer um trabalho de conscientização junto ao comércio e à população para tentar que o exempo seja seguido. A ideia também vai ser levada para a Associação de Municípios, com a intenção de que outras prefeituras abracem a ideia.

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