Edição 61 - junho de 2010
|
 |
A cada ano, os conhecimentos sobre os males do tabagismo tornam-se maiores e todas as áreas relacionadas a esse tema também se tornam mais amplas. Isso fica evidente por ocasiões comemorativas, como o Dia Mundial Sem Tabaco.
Saiba +
|
|
|
|
|
 |
Nesta edição, o Boletim da ACT entrevistou André Salem Szklo, engenheiro e analista da divisão de Epidemiologia do INCA, que acaba de defender tese de Doutorado em Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz.
Saiba + |
|
|
|
|
 |
Na edição 54 da revista Diálogo, publicada mensalmente pela Souza Cruz, uma matéria de capa chama a atenção: “Marcas de quem decide: Souza Cruz está entre as cinco empresas mais lembradas por preservar o meio ambiente”.
Saiba + |
|
|
|
|
 |
A Pesquisa Especial sobre Tabagismo (PETab) do IBGE aponta que o gasto médio mensal com cigarros industrializados de fumantes diários acima dos 15 anos no Brasil foi de R$ 55,50.
Saiba + |
|
|
|
|
|
|
|

Já está no ar nova enquete sobre a questão de tabagismo e gênero. Participe! A última enquete, sobre se a propaganda de cigarro induziria ao consumo, teve o seguinte resultado:
Sim - 80,22%
Não - 19,78% |
|
|
|
|
|
|
A cada ano, os conhecimentos sobre os males do tabagismo tornam-se maiores e todas as áreas relacionadas a esse tema também se tornam mais amplas. Isso fica evidente por ocasiões comemorativas, como o Dia Mundial Sem Tabaco. Este ano, mais estados, municípios e organizações não governamentais estão celebrando o 31 de maio, como mostramos na seção especial sobre a data. A OMS definiu a questão do gênero e o tabagismo como tema de 2010 e a ACT aproveita a oportunidade para lançar pesquisas desenvolvidas por entidades ligadas às mulheres, frutos de seminário que organizamos no ano passado.
As publicações abordam pesquisas realizadas em diferentes áreas e estados brasileiros, indo desde a questão dos direitos humanos e a produção de fumo no Rio Grande do Sul, passando por jovens infratoras em São Paulo, avaliando a situação de mulheres fumantes em situação de vulnerabilidade social no Piauí e refletindo sobre o tema a partir da agenda dos movimentos de mulheres através das organizações que compõe a Rede Feminista de Saúde. Sem dúvida será muito importante ampliar a discussão sobre gênero e tabagismo com as organizações de mulheres e, a partir desse debate, elaborar políticas públicas em sintonia com a agenda dos movimentos feministas.
Temos a comemorar também o lançamento da Frente Parlamentar de Controle do Tabaco, pela Câmara dos Deputados, em 12 de maio. Seu objetivo é envolver os parlamentares nas discussões sobre o controle do tabagismo e a apresentação de propostas para adequar a legislação brasileira às medidas com as quais o país de comprometeu ao ratificar a Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco. A Frente Parlamentar é composta por deputados federais, senadores e conta com a colaboração de representantes de entidades da sociedade civil organizada, como a ACT.
Na seção perfil, você encontra entrevista com André Salem Szklo, do Inca, que fala sobre sua tese de Doutorado e como pode-se atingir fumantes em campanhas para cessação. Em Economia do Tabaco, uma análise socioeconômica sobre o consumo de cigarros, de acordo com a pesquisa do IBGE sobre tabagismo. E, em Irresponsabilidade Social, uma mostra de como a indústria do tabaco tenta, cada vez mais intensamente, se passar como ecologicamente responsável.
Boa leitura!
Paula Johns |
|
|
^ Subir ^ |
|
|
|
|
André Salem Szklo, Analista da Divisão de Epidemiologia do INCA.
Nesta edição, o Boletim da ACT entrevistou André Salem Szklo, engenheiro e analista da divisão de Epidemiologia do INCA, que acaba de defender tese de Doutorado em Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz. O estudo, intitulado "A influência do grau de dependência do fumante na efetividade de duas estratégias de comunicação em captar fumantes para um serviço de aconselhamento telefônico: estudo conduzido no dia a dia de duas estações de Metrô da cidade do Rio de Janeiro", avaliou a reação dos usuários de duas estações do metrô carioca diante de dois tipos de contra-propaganda de tabagismo. Aqui, ele conta como foi feita essa pesquisa.
ACT: Como seu estudo foi desenvolvido e quais etapas envolveu?
André Salem Szklo: O estudo de Doutorado em Saúde Pública avaliou a exposição dos fumantes à propaganda.
Durante quatro semanas, estudou-se a reação dos usuários de duas estações do metrô diante de dois tipos de propaganda antitabagista. Em uma das estações selecionadas, os fumantes-usuários foram expostos a cartazes com conteúdo positivo (“parar de fumar é ganhar fôlego”). Cartazes com conteúdo negativo (“fumar é perder fôlego”) foram exibidos na segunda estação. Ambas as mensagens continham o número telefônico gratuito de um serviço de aconselhamento.
Este estudo contou com a riqueza do trabalho desenvolvido conjuntamente por profissionais do Laboratório de Artes & Design da PUC-RJ, Departamento de Farmacologia da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Divisão do Tabagismo e Divisão de Epidemiologia do Instituto Nacional de Câncer/INCA, Centro de Estudos para Tratamento da Dependência da Nicotina do INCA, Departamento de Comunicação da Concessionário Metrô-Rio e Departamento de Epidemiologia e Métodos Quantitativos da Escola Nacional de Saúde Pública.
Esta equipe foi formada, portanto, por profissionais pertencentes a várias áreas de geração de conhecimento os quais contribuíram para as escolhas do local do estudo, do tema, do formato para veicular a mensagem, do local de exposição das intervenções dentro das estações selecionadas, e para a produção das intervenções propriamente ditas e a avaliação dos respectivos resultados.
ACT: Por que vocês resolveram fazer a pesquisa no metrô?
ASS: A escolha do Metrô se deu pela importância de se avaliar a exposição do fumante à propaganda em uma situação do seu dia-a-dia, ou seja, pela importância de se aproximar o máximo possível da situação que acontece na prática de uma campanha de comunicação. Ademais, o Metrô permitiu encontrar duas estações semelhantes em termos de perfil de usuário, o que facilitou a escolha dos grupos do estudo
ACT: Quais os principais resultados?
ASS: Constatou-se que os fumantes com menor grau de dependência à nicotina (a ampla maioria dos fumantes) expostos ao conteúdo positivo ligaram cerca de duas vezes mais do que aqueles motivados pelo conteúdo negativo. Além disso, a maior parte dos telefonemas aconteceu na primeira semana do estudo. Entre os fumantes com maior grau de dependência à nicotina, as taxas de ligação foram semelhantes para as mensagens positiva e negativa.
ACT: Quais suas sugestões para haver uma melhora nas campanhas de conscientização sobre os males do tabaco?
ASS: Campanhas de curta duração e de conteúdo positivo, tratando de temas relacionados ao cotidiano, poderiam ser bem eficazes na captação de um número maior e mais heterogêneo de fumantes.
|
|
|
^ Subir ^ |
|
|
|
|
|

Lei antifumo de SP: O Comitê Estadual para Promoção de Ambientes Livres de Tabaco – CEPALT comemorou o primeiro aniversário da assinatura da lei de ambientes livres de fumo de São Paulo, em 5 de maio no Hospital do Coração. Foi entregue um prêmio ao governo do estado de São Paulo por ter sido pioneiro na apresentação da lei antifumo.
Seminário “Álcool, Tabaco e a Publicidade”: A diretora-executiva e vice-diretora da ACT, Paula Johns e Mônica Andreis, e as advogadas Clarissa Homsi e Adriana Carvalho participam do evento, dia 26, promovido pela Associação Brasileira de Estudos de Álcool e Drogas (ABEAD), com apoio da ACT, Ministério Público Federal, Instituto Alana e Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas (Uniad).
X Congresso Brasileiro de Direito do Consumidor: A coordenadora jurídica da ACT, Clarissa Homsi, participou do evento, realizado pelo Brasilcon de 18 a 21 de maio, em Florianópolis.
|
|
|
^ Subir ^ |
|
|
 |
|
|

Gênero e tabaco com ênfase no marketing para mulheres
Este ano, a Organização Mundial da Saúde escolheu o tema “Gênero e tabaco com ênfase no marketing para mulheres”. As ações, em todo o mundo, são voltadas às mulheres, buscando protegê-las das estratégias de marketing da indústria do tabaco, que visa aumentar a comercialização de seus produtos entre o sexo feminino.
Aqui no Brasil, a comemoração oficial é organizada pelo INCA, que desenvolveu peças promocionais para uma campanha com o slogan “Mulher, você merece algo melhor que o cigarro!”. O lançamento será na segunda-feira, dia 31. As peças trazem a imagem de flores como um contraponto à do cigarro. As flores representam proteção ao meio-ambiente, beleza e qualidade de vida, contrastando com o cigarro que representa desmatamento, envelhecimento precoce e problemas de saúde.
Pesquisas sobre gênero e tabaco
A ACT lança, em 31 de maio, duas publicações sobre tabagismo e gênero, frutos do seminário promovido em março de 2009, cujo objetivo foi dar início a uma discussão mais aprofundada sobre tabaco e gênero a ser desenvolvida a partir de projetos de pesquisa.
Uma delas é “Pesquisa Gênero e Tabaco: As mulheres e o tabagismo – uma nova questão da agenda feminista”, feita pelo Coletivo FemininoPlural/Rede Feminista de Saúde. Aoutra chama-se “Tabaco e Gênero no Brasil: Diferentes Olhares” e traz um resumo de quatro das pesquisas selecionadas: As Mulheres e o Tabagismo - Uma Nova Questão na Agenda Feminista, do Coletivo Feminino Plural; A Situação dos Direitos Humanos das Mulheres Fumicultoras no Estado do Rio Grande do Sul, de Fernanda Castro Fernandes; Levantamento das Condições Socioeconômico, Cultural e Ambiental Geral de Mulheres Fumantes em Situação de Vulnerabilidade Social do Município de Teresina-PI, do GEMDAC - Gênero, Mulher, Desenvolvimento e Ação; e Jovens Infratoras: Comportamento de Risco e Tabagismo, do Instituto Terra, Trabalho e Cidadania – ITTC.
O link para acessá-las é: www.actbr.org.br/biblioteca/pesquisas.asp
Exposição em Brasília
ACT preparou a exposição “Quem não fuma não é obrigado a fumar”, no Hall da Taquigrafia, Anexo II da Câmara dos Deputados, em Brasília, de 31 de maio a 2 de junho, das 9h às 18h. O tema da mostra é o título da campanha publicitária da ACT em parceria com o Instituto Nacional do Câncer e financiada pela World Lung Foundation. As peças abordam os males causados à saúde pelo fumo passivo nos ambientes de lazer, como bares e restaurantes, e não apenas a seus freqüentadores, mas especialmente aos trabalhadores desses locais.
Eventos pelo país: Vários eventos foram ou estão sendo programados pelo país, como listados abaixo:
Aconteceu
Porto Alegre - O Fórum Fumo Zero, da União das Entidades Médicas no Controle do Tabagismo, aconteceu no dia 25 e reuniu especialistas da área de saúde, que focaram especialmente na necessidade dos ambientes livres fechados de fumo.
Resende (RJ) - Os malefícios do fumo foi o título da palestra que aconteceu em Resende, dia 26, promovida pelo Programa Nacional das Práticas Integrativas e Complementares – Movimento Voluntário e Solidário, com apoio da Santa Casa e da ONG GAPC.
Vai acontecer
Rio de Janeiro: No dia 31, uma ação é o plantio de flores no jardim em frente ao Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da UFRJ. Paralelamente, haverá plantio em outros pontos da instituição: próximo ao Centro Tecnológico e Centro de Ciências da Matemática e da Natureza, à Faculdade de Letras, à nova ciclovia, Reitoria e Copead.
.
O Shopping Santa Cruz irá passar a campanha “Quem não Fuma não é Obrigado a Fumar”, da ACT e Inca, e haverá distribuição de folhetos sobre ambientes livres de fumo.
De 27 e 30 de maio, a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) vai apresentar uma exposição com um pulmão gigante, no Planetário da Gávea. O inflável de 190 m2 reproduz o pulmão humano, permitindo que o público entre pela traqueia e conheça todas as particularidades do órgão e os principais problemas que o atingem.
São Paulo: O Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas – CRATOD organizou um evento onde os fumantes poderão aferir sua saúde bucal e capacidade respiratória, inclusive com a entrevista com dentistas/ especialistas, e no final do circuito, se o fumante se interessar, poderá sair dali com o agendamento de início de tratamento na rede pública. Será dia 31, no Conjunto Nacional, das 10h às 15h.
Curitiba: Na capital paranaense, evento organizado pela secretaria municipal de saúde comemora os seis meses da lei antifumo, no dia 31.
Porto Alegre: O vereador Beto Moesh, autor do Projeto de Lei 1201/09, convocou uma audiência pública na Câmara dos Vereadores da capital gaúcha para discutir o PL, que proíbe o fumo em locais fechados.
Juiz de Fora (MG): O Hospital Universitário da Universidade de Juiz de Fora programou duas semanas de eventos, que incluem em grupos de pediatria, cirurgia e mulheres, a partir de 24 de maio. Na semana de 7 a 11 de junho, estarão abertas vagas para o ambulatório de tratamento do tabagismo e serão feitas atividades com ex-fumantes.
Salvador: A secretaria municipal de saúde fará, em 31 de maio, ações educativas, exames para medir a capacidade pulmonar e a pressão arterial, com avaliação de médicos pneumologistas. Será pela manhã, na Praça da Piedade.
Recife: A Universidade de Pernambuco programou uma panfletagem nos hospitais e unidades de saúde, uma palestra sobre ambientes livres de fumo, em 31 de maio e 1º de junho, e uma reunião sobre tabagismo e gênero, no dia 3.
Olinda (PE): A Secretaria municipal de saúde organizou, para 31 de maio, o seminário “Desvelando as estratégias da indústria do fumo para as mulheres”, além de ações educativas para as servidoras municipais. Também haverá exposição de 100 anos do Dia Internacional da Mulher com distribuição de material sobre tabagismo e gênero.
Fernando de Noronha (PE): De 3 a 6 de junho, a secretaria de saúde de Fernando de Noronha estará promovendo a implantação da política de ambientes livres de fumo, com palestras de conscientização e programação voltada para o tema.
Paraíba: O governo do estado da Paraíba promove um café da manhã em 31 de maio, com premiação do festival de grafite, em Campina Grande, a partir das 8h, na Casa Bela (Rua Manoel Alves de Oliveira, 982). Na ocasião, vai ser lançada a campanha educativa: “Comercializar Cigarros Contrabandeados e Falsificados é Crime”.
Alagoas: A Associação de Controle do Alcoolismo e do Tabagismo de Alagoas - ACAT comemora a data em 28 de maio, com ações voltadas para a população.
Taguatinga (DF): A UMT – Policlínica Taguatinga programou eventos para o 31 de maio, voltados às mulheres, enfocando a saúde e bem estar.
Rondônia: A Secretaria Estadual de Saúde organizou uma caminhada no dia 28. No dia 31, haverá uma explanação sobre tabagismo e saúde da mulher, destinada a policiais militares e, posteriormente, um café da manhã em homenagem às mulheres. Na sequência, ações educativas para os policiais militares, para serem multiplicadores na área de controle do tabagismo.
|
|
|
^ Subir ^ |
|
|
|
|
A INDÚSTRIA DO TABACO E O MEIO AMBIENTE – CAPA DIÁLOGO
Fonte: ACT, baseada na revista Diálogo, no. 54, disponível em http://www.souzacruz.com.br/oneweb/sites/SOU_5RRP92.nsf/
Na edição 54 da revista Diálogo, publicada mensalmente pela Souza Cruz, uma matéria de capa chama a atenção: “Marcas de quem decide: Souza Cruz está entre as cinco empresas mais lembradas por preservar o meio ambiente”. Trata-se do resultado de uma pesquisa feita entre empresários, executivos e profissionais liberais do Rio Grande do Sul, promovida pelo Jornal do Comércio (RS) e Instituto QualiData. A pesquisa foi feita por sorteio aleatório de entrevistados, que participaram com respostas espontâneas. A matéria não apresenta quais perguntas foram feitas.
De qualquer forma, para quem trabalha com controle do tabaco, a notícia causa, no mínimo, estranheza. O cigarro é um produto que provoca danos ao meio ambiente desde a produção até o descarte. Matérias feitas por ocasião do primeiro aniversário da lei antifumo de São Paulo, em maio, mostram problemas com a poluição causada pelas bitucas de cigarro, que são jogadas nas calçadas.
Em agosto de 2009, as Nações Unidas publicaram um relatório sobre lixo marinho, mostrando que filtros, embalagens e restos de cigarro formam 40% do lixo marinho no Mar Mediterrâneo.
Além do lixo produzido pelo descarte, a produção de cigarros provoca um enorme desequilíbrio ecológico. Para produzir 300 cigarros, uma árvore é derrubada. Em 2008, a produção de fumo no Brasil derrubou cerca de 360 milhões de árvores. Ou seja, além de queimar mais de 4.000 substâncias tóxicas, os cigarros são responsáveis por cerca de 240 mil hectares desflorestados anualmente no país. A OMS prevê que 12% das árvores cortadas anualmente, em todo o mundo, são destinadas à produção de cigarros.
Na plantação do fumo, o uso extenso de pesticidas atinge os seres humanos, flora e fauna, contaminando a água, solo, alimentos e ar.
Você acredita mesmo que uma companhia de tabaco seja apontada espontaneamente como uma das empresas que mais preserva o meio ambiente? Será que a pesquisa foi feita com beneficiários dos programas ditos de responsabilidade social da Souza Cruz?
|
|
|
^ Subir ^ |
|
|
|
|
A Pesquisa Especial sobre Tabagismo (PETab) do IBGE aponta que o gasto médio mensal com cigarros industrializados de fumantes diários acima dos 15 anos no Brasil foi de R$ 55,50. Se considerarmos que o preço médio do maço, em setembro de 2008, era de R$2,56, estima-se que o consumo médio mensal foi de 21,7 maços por mês (ou 14,5 cigarros/dia).
Os fumantes da região Norte gastaram R$ 41,58 (5,2%) de seu rendimento médio mensal, enquanto que este gasto no Nordeste foi de R$ 46,39 (6,9%). No Sul, o gasto alcançou valores mais elevados (R$ 58,88), porém proporcionalmente menor (5,0%) quando comparado com as duas regiões. As regiões Sudeste e Centro-Oeste registraram os maiores gastos. Os fumantes do Sudeste gastaram, em média, R$ 58,97 ao mês, o que representou 4,9% do rendimento, enquanto que no Centro-Oeste o gasto foi de R$ 60,27 ou 4,8% do rendimento. As regiões de maior renda média são as que gastam mais em termos absolutos com cigarros, mas ao mesmo tempo, comprometem menor parcela dos seus rendimentos.
Chama atenção o gasto médio mensal do Nordeste, que foi a região com os valores proporcionais ao rendimento médio mais elevados (6,9%). Especialistas apontam que um gasto entre 2%-4% já pode ser considerado elevado e capaz de gerar um importante custo de oportunidade para as famílias. Nesta análise, encontramos uma proporção do gasto médio com cigarros entre 4,8%-6,9%, valores que sugerem um significativo custo de oportunidade, sobretudo para aqueles que possuem menor renda, que comprometem um percentual maior do seu rendimento com cigarros. O custo de oportunidade é, além do custo financeiro empregado na compra dos cigarros, outros custos em que ele incorre por não estar empregando tal quantia em outros produtos ou investimentos, como comprar mais alimentos para a família, investir em melhor educação dos filhos ou mesmo poupar esse valor para um consumo futuro. Inclui-se também os custos que lhe serão aferidos no futuro com os problemas de saúde que afetarão o indivíduo e sua família, como uma menor produtividade no trabalho, um maior número de faltas por motivo de doença, até mesmo uma aposentadoria precoce, o tempo gasto em filas de atendimento, não só pelo fumante, mas também daqueles de sua família que o terão que acompanhar dependendo da gravidade a que a enfermidade chegará.
Já ao desagregarmos os dados por sexo, vemos que, em termos absolutos, os homens gastaram mais (R$ 59,73) que as mulheres (R$ 49,29) na compra de cigarros. Ainda considerando o preço médio do maço de cigarros de R$ 2,56, enquanto as mulheres compraram em média 19,25 maços por mês (13 cigarros/dia), os homens compraram 23,33 maços/mês (16 cigarros/dia). Um fato curioso é observado nessa segregação por sexo: as mulheres do Centro Oeste são as que mais gastam com cigarros, com R$ 56,50 (4,5% da renda individual), e os homens estão em 3º lugar, contribuindo para que a região seja a que mais gaste em cigarros em média no país.
Já quando fazemos a associação entre tabagismo, renda e nível de escolaridade, o gasto médio do país com cigarro cresceu conforme a escolaridade, o que reflete a tendência de aumento de gastos com o aumento de anos de estudo adquiridos, o que lhe proporciona maior renda. Por outro lado, a maior escolaridade amplia a receptividade às informações sobre os malefícios do cigarro, podendo se esperar uma diminuição da associação positiva entre gasto em cigarro e escolaridade ou até mesmo reversão dessa associação. Surpreendentemente, após diminuir conforme subia o grau de educação, a taxa de expansão do gasto entre faixas de escolaridade voltou a se acelerar entre aqueles que têm mais de 11 anos e a faixa anterior de anos de estudo.
Por último, ao analisarmos os gastos por faixa etária com cigarros, o maior gasto em termos nacionais se dá entre 25 e 64 anos, pois é sabido que o gasto médio com cigarros industrializados tende a crescer com a idade, devido ao crescimento da renda pessoal e a consolidação do vício; enquanto que na maturidade, o consumo diminuiu pela aparição dos problemas de saúde associados ao consumo e pela diminuição da renda disponível. Esse comportamento foi claro na média do país e nas regiões Sudeste e Sul; e menos acentuado no Norte e Nordeste, onde o gasto médio cai depois dos 44 anos. Apenas na região Centro-Oeste houve uma situação atípica, onde jovens de 15 a 24 anos gastaram R$ 61,91, 26% mais que a media dos jovens do Brasil e quase 7% mais que as pessoas de entre 25 e 44 anos da mesma região. Ademais, os indivíduos da região até 44 anos da região Centro-Oeste tiveram os maiores gastos do país, o que demanda uma atenção por parte dos elaboradores de políticas públicas para a implantação de leis mais severas (hoje os três estados possuem leis de ambientes livres que permitem a existência de fumódromos e que não são devidamente fiscalizadas). |
|
|
^ Subir ^ |
|
|
|
|
Programa de esporte concentra propaganda de cerveja, diz estudo
O Estado de S. Paulo, 26/05/2010
Pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) analisaram 420 horas da programação dos quatro canais de TV de maior audiência no Brasil e concluíram que a publicidade de bebidas alcoólicas está concentrada nos programas de esporte.
http://www.actbr.org.br/comunicacao/noticias-conteudo.asp?cod=1643 ^ Subir ^
Brasil falha em estratégias para diminuir consumo de cigarros
Band News FM, 18/5/2010
Apesar de o Brasil ter sido uma das primeiras nações a assinar a Convenção Quadro para o Controle do Tabaco da OMS (Organização Mundial da Saúde), há cinco anos, o país falha em alguns pontos do tratado.
http://www.actbr.org.br/comunicacao/noticias-conteudo.asp?cod=1637
^ Subir ^
Frente Parlamentar de Controle ao Tabaco será lançada nesta quarta
Agência Câmara, 10/5/2010
Entre os objetivos da frente, que será presidida pelo deputado Marçal Filho (PMDB-MS), está estimular a participação da sociedade nas discussões sobre o tabaco e propor legislação relacionada ao tema.
http://www.actbr.org.br/comunicacao/noticias-conteudo.asp?cod=1630
^ Subir ^
Lei antifumo completa um ano com redução de nicotina no ar em bares
G1, 5/5/2010
Pesquisa mostra redução média de 72% da nicotina no ar, em São Paulo. (...) Até mesmo os fumantes reconhecem: a lei antifumo traz vantagens para todos.
http://www.actbr.org.br/comunicacao/noticias-conteudo.asp?cod=1628
^ Subir ^
|
|
|
|
|
|
|
|
I Congresso Latino Americano da International Drug Abuse Research Society: Estão abertas as inscrições para a série de encontros que a Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, a Associação Brasileira de Estudos de Álcool e outras Drogas (ABEAD) e a Associação Brasileira de Tratamento e Controle do Tabagismo (ABRATT) promoverão de 2 a 4 de setembro de 2010, no Rio. Para mais informações, entre em contato com Método Eventos: (21) 2548-5141.
^ Subir ^
Capacitação em modelos de tratamento para dependência química e outros transtornos do impulso: A Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro está promovendo o curso, que vai até novembro, e cujo objetivo, além de atualizar conhecimento na área, também é de capacitar pessoas para o trabalho voluntário na Santa Casa no setor.
Informações no (21) 2533-0118 ou 2221-4896
^ Subir ^
|
|
|
|
|
|
Ficha Técnica
Realização: ACT - Aliança de Controle do Tabagismo
Apoio: HealthBridge - CIDA - IUATLD – TFK
Jornalista responsável: Anna Monteiro - anna.monteiro@actbr.org.br
|
|
|
^ Subir ^ |
|
|