Edição 66 - NOVEMBRO de 2010
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Dentro de alguns dias os países Parte da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco se reunirão na 4ª Conferência das Partes (COP4) no Uruguai e foi por isso que escolhemos o Dr. Eduardo Bianco, médico uruguaio, para a entrevista do Perfil desta edição.
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De 15 a 20 de novembro, o Uruguai vai sediar a 4ª sessão da Conferência das Partes, a COP4, da Convenção Quadro para o Controle do Tabaco. Os representantes dos Estados membros vão se reunir para discutir e avaliar como está sendo a aplicação do tratado.
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Com a proximidade da COP 4, cresce a preocupação do setor fumageiro quanto às restrições dos artigos 9 e 10 da Convenção-Quadro para Controle do Tabaco, que prevêem a proibição do uso de aromatizantes na fabricação de cigarros.
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A Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT) estabelece uma série de medidas relacionadas ao aumento de preços e impostos para reduzir a demanda por derivados do tabaco. Os preços baixos estimulam o consumo e facilitam o acesso de crianças e jovens aos cigarros.
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Já está no ar nova enquete sobre a adição de sabores e aromas nos cigarros. A última enquete perguntou se você investiria em ações da indústria do tabaco na Bolsa de Valores.
O resultado foi:
- Sim – 41,05%
- Não – 58, 95%
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Dentro de alguns dias os países Parte da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco se reunirão na 4ª Conferência das Partes (COP4) no Uruguai e foi por isso que escolhemos o Dr. Eduardo Bianco, médico uruguaio, para a entrevista do Perfil desta edição. Ele nos conta um pouco sobre os temas que estão na pauta dessa rodada de negociação.
Dentre os temas previstos para a agenda da COP4, nesta edição damos destaque à polêmica que vem sendo gerada em torno dos artigos 9 e 10, que tratam da questão da regulamentação dos produtos de tabaco e as informações sobre os produtos para o consumidor respectivamente. Mais uma vez nos deparamos com uma grande campanha de desinformação que utiliza agricultores como massa de manobra para a defesa dos interesses dos fabricantes. Lembremos que o que está em jogo é reduzir a atratividade do produto entre jovens. Para entender melhor o tema, desenvolvemos um informe que pode ser acessado no seguinte link: http://www.actbr.org.br/uploads/conteudo/529_aromatizantes_2010.pdf
Por falar em interesse dos fabricantes de cigarro, este mês a ACT participou da 10ª semana que resistência contra a indústria do tabaco, denunciando a interferência da indústria nas políticas públicas de saúde. Essa iniciativa ocorreu em vários países, entre 4 e 8 de outubro, e reuniu várias organizações internacionais, lideradas pela Corporate Accountability International. No Brasil demos destaque para o grande número de eventos patrocinados pela Souza Cruz que envolvem o Poder Judiciário, local onde se trava um embate entre a indústria do tabaco e a saúde pública, uma vez que a indústria contesta judicialmente as políticas públicas de controle do tabagismo já adotadas pelo Brasil. Nosso release, com mais informações, pode ser acessado no link http://www.actbr.org.br/uploads/conteudo/525_RELEASE_RESISTENCIA_INDUSTRIA_FINAL.pdf
Na seção Economia do Tabaco, a ACT desenvolveu indicadores econômicos que podem auxiliar na política de preços e impostos, tema que também está na pauta da COP4 e que, provavelmente, vai culminar na deliberação para que sejam desenvolvidas diretrizes para que as Partes atuem para aumentar os preços e impostos de produtos do tabaco. Serão também discutidos os próximos passos de negociação do protocolo do mercado ilícito.
Boa leitura,
Paula Johns |
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Eduardo Bianco, diretor para a América Latina da Framework Convention Alliance (FCA).
De 15 a 20 de novembro, o Uruguai vai sediar a 4ª sessão da Conferência das Partes, a COP4, da Convenção Quadro para o Controle do Tabaco. Os representantes dos Estados membros vão se reunir para discutir e avaliar como está sendo a aplicação do tratado e analisar os novos instrumentos que possam contribuir, efetivamente, para reduzir a carga de morte e doenças causada pelo consumo de tabaco.
A COP4 está trazendo grande polêmica entre os países produtores de tabaco, entre eles o Brasil, pois vai discutir as diretrizes para os artigos 9 e 10 da CQCT, que dizem respeito à regulamentação do conteúdo dos produtos de tabaco e à divulgação das informações sobre os produtos de tabaco, respectivamente. A recomendação na seção das diretrizes para “proibir ou restringir” substâncias aromatizantes tem recebido forte oposição da indústria do tabaco.
Sobre esse tema, o Boletim da ACT entrevistou Eduardo Bianco, diretor para a América Latina da Framework Convention Alliance (FCA), aliança de mais de 400 ONGs de 100 países, entre elas a ACT. Médico, de origem uruguaia, Eduardo é presidente do Centro de Investigação da Epidemia do Tabagismo no Uruguai (CIET). A FCA e o CIET vêm dando assistência às ONGs da região para que disponham de todas as informações necessárias para ajudar e assessorar seus representantes governamentais, a fim de que tomem as melhores decisões sobre como implementar a CQCT e os temas da COP4. As duas organizações também têm trabalhado na parte logística da COP4, incluindo alojamento, obtenção de vistos, etc, uma vez que o evento vai reunir representantes de 170 países signatários da Convenção Quadro.
ACT: Qual é seu papel na COP4?
Eduardo Bianco: Faço parte da sociedade civil organizada que trabalha para apoiar o desenvolvimento e implementação do primeiro tratado internacional de saúde pública, a Convenção Quadro para o Controle do Tabaco, da OMS. Represento na América Latina a Framework Convention Alliance, FCA, que é uma rede com cerca de 400 organizações de mais de 100 países.
Atualmente, 170 Estados fazem parte da Convenção Quadro, além da União Européia. Essas nações discutiram, adotaram e estão começando a implementar esse tratado, uma ferramenta poderosa para frear a epidemia de tabagismo, que causa mais de cinco milhões de mortes em todo o mundo, e é responsável por grandes perdas econômicas, causando dificuldade no desenvolvimento de muitas nações, em especial dos países menos desenvolvidos.
Estamos à disposição, sempre que representantes de governos ou organizações intergovernamentais precisarem, e participamos como peritos em controle do tabaco, em eventos nacionais ou regionais vinculados ao tema. Também atuamos como representantes regionais da FCA e nos encarregamos da relação e distribuição de informação aos meios de comunicação regional.
ACT: Quais são os temas mais importantes da COP4?
EB: A COP4 terá a discussão de um amplo grupo de temas muito importantes, como os próximos passos para a aprovação do protocolo sobre comércio ilícito de produtos de tabaco. As Partes deverão discutir se o aprovam durante a COP4 ou se realizam mais seções de negociação, para definir este novo instrumento da CQCT, que aborda o contrabando, falsificação ou comércio ilegal dos produtos de tabaco.
Também vai abordar a aprovação das seguintes diretrizes: a) Artigos 9 e 10, relacionados com a “regulamentação do conteúdo dos produtos de tabaco” e “regulamentação da divulgação de informações sobre os produtos de tabaco”; b) Artigo 12, relacionado com “educação, comunicação, formação e conscientização do público”; e c) Artigo 14, relacionado a “medidas de redução da demanda relativas à dependência e abandono do tabaco”.
Ou seja, na COP4, os países terão que apresentar informes sobre o estado atual de implementação da CQCT internamente. Eventualmente, deverão aprovar o desenvolvimento de novas diretrizes. A FCA pensa que a COP4 é uma excelente oportunidade para que as Partes priorizem e comecem a trabalhar sobre a estratégia isolada que tenha maior impacto para reduzir o consumo do tabaco: o aumento de preços e impostos de tabaco. Até agora, muito poucos países fizeram avanços significativos nesta matéria. O estabelecimento de um grupo de trabalho sobre o artigo 6 pode constituir um elemento dinamizador desta importante estratégia.
Na COP4, também vão decidir como continuarão desenvolvendo mais instrumentos que contribuam para o melhor controle da epidemia do tabagismo: aprovação do protocolo, decisão sobre continuar o trabalho que se está realizando em alguns temas e, talvez, decidir o início de grupos de trabalho para outros.
Um tema muito importante, que os países devem abordar, é o do financiamento adequado da CQCT. Sem financiamento e sustentabilidade, a CQCT corre o risco de fracassar em seus objetivos de melhorar a saúde pública em nível mundial.
ACT: Aqui no Brasil está um clima de “terrorismo” entre os fumicultores, por conta das pressões de setores da indústria, dizendo que vai ter desemprego por causa da proibição de adição de sabores. O que o sr. pensa dessas estratégias?
EB: Esta situação não está acontecendo só no Brasil, mas é parte de uma campanha de desinformação organizada pela indústria em termos mundiais, para criar pressão sobre os países membros da CQCT. O objetivo é evitar que realizem avanços nos temas de regulação de produtos e seu conteúdo – os artigos 9 e 10, assim como o tema do desenvolvimento de alternativas economicamente sustentáveis para os fumicultores – artigos 17 e 18.
A FCA enfatiza que a CQCT: 1) Não propõe um plano global para proibir o cultivo do tabaco e 2) não faz com que as Partes se comprometam a restringir o fornecimento de tabaco. A Convenção Quadro insiste nas medidas de redução da demanda, como aumento de impostos, proibição da publicidade, embalagem, etc, dando às medidas relacionadas com a oferta, como os artigos 15-17, um papel de apoio.
Por outro lado, apesar do êxito considerável de algumas Partes na aplicação de disposições da CQCT, espera-se que a demanda global continue crescendo. De acordo com o Euromonitor, de previsão econômica, as vendas mundiais de cigarros foram reduzidas em 0,2% em 2009 em relação a 2008, como conseqüência da crise financeira e da recessão mundial, mas de 2009 a 2014 espera-se que as vendas aumentem significativamente, impulsionadas pelo crescimento demográfico, sobretudo na região da Ásia-Pacífico, Oriente Médio e África. A estimativa é que o número de fumantes nos países desenvolvidos caia em 7 milhões, mas nos países em desenvolvimento é provável que cresça 42 milhões. Em geral, estima-se que as vendas de cigarros aumentará em mais de 5% neste período de cinco anos.
Sem nenhuma dúvida, o que a indústria tabagista e seus aliados estão fazendo é “terrorismo” para poder continuar lucrando com esta epidemia.
ACT: Vamos, então, esclarecer mais uma vez. Qual é a posição da Convenção Quadro em relação ao tabaco do tipo Burley?
EB: Ao contrário do que a indústria afirma, as diretrizes que serão analisadas na COP4 não recomendam que se proíba a produção do tabaco Burley, ao qual frequentemente se acrescenta sabores e aromatizantes durante a produção. Inclusive nos países que restringem de forma agressiva a adição de sabores, os cigarros com tabaco Burley são vendidos normalmente.
ACT: A adição de sabores e aromatizantes é útil especialmente para atrair o fumante iniciante. O que mais o sr. percebe sendo feito pela indústria do tabaco para atrair os jovens?
EB: Sabemos que 80% dos consumidores de produtos de tabaco começam a fumar antes dos 18 anos, e a idade de iniciação está cada vez mais precoce. A indústria tabagista, deliberadamente, durante décadas, vê o jovem como forma de reposição das pessoas que morrem devido a doenças tabaco-relacionadas ou que param de fumar.
Na medida em que os países apliquem as disposições da Convenção Quadro, e possa se desestimular o consumo entre a população, os cigarros com sabores terão uma importância maior na estratégia de publicidade e promoção da indústria, especialmente aquela dirigida aos mais jovens.
Esses aditivos e sabores aumentam a atratividade do produto, buscando evidentemente aumentar sua popularidade. Esse objetivo tem sido desmentido a partir da própria indústria, alegando que os sabores e aromatizantes não têm efeito sobre as vendas. O que é difícil entender, então, é porque se opõem tanto à restrição.
Baseada nas evidências científicas e em vários estudos realizados em todo o mundo, a FCA tem certeza que, se esses cigarros com sabores continuarem no mercado, as conseqüências para a saúde serão pesadas, já que mais gente ficará dependente e, finalmente, mais pessoas irão morrer de doenças causadas pelo tabagismo. Portanto, consideramos de vital importância reagir a essa situação tão perigosa.
ACT: O que mais o sr. gostaria de falar sobre o controle do tabagismo?
EB: Queremos destacar que a “voz” da indústria tabagista, essa campanha de desinformação, está sendo levada adiante pela Associação Internacional de Produtores de Tabaco (ITGA) e que, de acordo com documentos confidenciais da própria indústria, está é uma “organização de fachada” para seus propósitos de lobby.
Até o final da década de 80, quando os cultivadores de tabaco não tinham ainda uma voz para a indústria, as grandes empresas tabagistas procuraram mobilizar o cenário agrícola mundial. O veículo que conceberam, que hoje é muito ativo, é a ITGA. Essa informação está disponível no INFOTAB, órgão internacional que reúne informações sobre a indústria do tabaco. Vou fazer um parênteses aqui para citar o documento da BAT, de 1988:
“Os fabricantes, através do INFOTAB, ‘controlariam’ o financiamento primário da organização, e desse modo poderiam garantir que não se desvie de sua linha política. A ITGA teria a influência necessária para combater os programas bobos de substituição de cultivos. A ITGA poderia atuar como ‘fachada’ para nossas atividades de lobby do terceiro mundo perante a OMS, e ganhar o apoio das nações hostis às grandes empresas multinacionais. A ITGA, impulsionada por nós, poderia ativar os grupos de pressão de agricultura regional que atualmente estão muito fracos e resistem à pressão da indústria.”
Em 1991, a BAT repete:
“A função principal da nova consultoria será a de controlar a voz internacional dos cultivadores de tabaco a favor de seus clientes, garantindo que a ITGA seja aproveitada ao máximo como veículo de atividades de lobby específicas. Em particular, a consultoria proporcionará a coordenação, facilitação e motivação necessárias para realizar o pleno potencial de lobby dos cultivadores de tabaco... Até a data, se tem avançado bastante no objetivo de dar a conhecer a voz dos produtores nos fóruns internacionais essenciais, como a Organização Mundial da Saúde e a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação.... através da ITGA serão criadas oportunidades de lobby”. |
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Audiência Pública em Rondônia: A advogada da ACT, Adriana Carvalho, participou de audiência pública em Porto Velho, promovida pelo Ministério Público e Ministério Público do Trabalho. O evento contou com a participação da Vigilância Sanitária rondoniense e da Dra. Cristina Megid, coordenadora da Vigilância Sanitária do estado de São Paulo, que contou a experiência de sucesso na implementação da lei antifumo paulista. O estado de Rondônia foi o primeiro a aprovar uma lei antifumo no Brasil (Lei Estadual n. 1969/2008), mas somente agora, com iniciativa dos órgãos do Ministério Público, em parceria com Agências de Vigilância Sanitária Nacional Estadual e Municipal, Secretarias de Saúde do Município e do Estado e Centro de Referência da Saúde do Trabalhador, é que a lei começará a ser fiscalizada, com campanha de combate ao fumo passivo em ambientes de trabalho, com o logo “Exija Ambientes Livres do Tabaco”.
Corrida / Caminhada pela Cura: A equipe da ACT Rio participou da corrida/caminhada para a conscientização sobre o câncer de mama, que aconteceu em 24 de outubro, indo da praia do Leblon até Copacabana, num percurso de 6 quilômetros. A ACT apoiou o evento, e juntou um grupo de 80 pessoas, entre elas vários ex-fumantes, que vestiu a camiseta laranja com o dizer “Largue o cigarro correndo”.
Visita Tobacco Free Kids: Os representantes da Tobacco Free Kids, Patricia Sosa e Oscar Cabreras, estiveram na ACT SP, nos dias 13 e 14 de outubro, para discutir sobre o andamento do projeto que engloba ações relacionadas à política de preços e impostos, ambientes livres de tabaco e questões jurídicas.
ACT faz palestras no Rio Grande do Sul: A diretora-executiva da ACT, Paula Johns, deu uma aula sobre rumos do controle do tabagismo, no curso de tabagismo organizado pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, em 26 de outubro. Antes, ela e a coordenadora jurídica, Clarissa Homsi, estiveram com alunos de direito do consumidor, da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Clarissa fez uma apresentação sobre as ações judiciais nacionais e estrangeiras envolvendo a indústria do tabaco.
Seminário sobre advertências sanitárias para produtos de tabaco: A diretora executiva da ACT, Paula Johns, e a coordenadora de relações institucionais, Daniela Guedes, participaram do seminário, organizado pela OPAS e pelo Inca, em 18 e 19 de outubro, no Rio de Janeiro. O objetivo do encontro foi discutir o impacto das atuais advertências sanitárias para embalagens de produtos de tabaco no Brasil e já começar a se preparar para a próxima rodada de advertência.
ACT Rio recebe estudantes da UFF: Cerca de 12 estudantes do 2º período de Medicina, da Universidade Federal Fluminense, estiveram na ACT Rio, em 28 de outubro, para conhecer os projetos em controle do tabagismo. A maioria ficou surpresa com as estratégias da indústria para conquistar jovens fumantes. Eles são alunos da cadeira de Saúde e Sociedade, do professor Julio Wong.
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II Corrida e Caminhada Com você, pela vida - Doe Medula Óssea: A Fundação do Câncer está com inscrições abertas para a II Corrida e Caminhada Com você, pela vida – Doe Medula Óssea, que será realizada em 12 de dezembro, na Praia de Copacabana, totalizando um percurso de 6 quilômetros. A inscrição, que custa R$ 35 e dá direito a um kit com camiseta, boné e sacola, será revertida para projetos realizados no Centro de Transplante de Medula Óssea do INCA. Mais informações no link http://www.cancer.org.br/corridaecaminhada/2010/ A ACT também vai organizar um grupo para participar do evento. Em breve daremos as coordenadas sobre as inscrições.
III SEMINÁRIO HOSPITAIS SAUDÁVEIS - SHS 2010: O Centro de Vigilância Sanitária de São Paulo, em conjunto com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM) e a organização internacional Saúde Sem Dano (Health Care Without Harm), promovem o encontro, em 11 e 12 de novembro, em São Paulo. O tema central é “O profissional de saúde comprometido com a segurança e a sustentabilidade da assistência”. O seminário ocorrerá no Centro de Convenções do Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio-Libanês. Para inscrições ou informações mais detalhadas, acesse www.cvs.saude.sp.gov.br.
II Simpósio Sion de Psicooncologia: A Real e Benemérita Associação Portuguesa de Beneficência de São Paulo promove o II Simpósio de Psicooncologia, com o debate intitulado "O Câncer Machuca?". O evento será das 8h às 17h, no Hospital São Joaquim. Mais informações através do email sionservicosmedicos@uol.com.br
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Mortes relacionadas ao tabaco em Nova York diminuem 17% em oito anos
Agência Reuters, 29/10/2010
As mortes relacionadas ao tabaco em Nova York caíram 17% nos últimos oito anos, e o número de fumantes diminuiu quase um terço, de acordo com o departamento de saúde da cidade.
http://www.actbr.org.br/comunicacao/noticias-conteudo.asp?cod=1761
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Indústria culpa tributos por contrabando
Folha de S. Paulo, 10/10/2010
A matéria informa que do ano passado para este, a participação dos cigarros irregulares no mercado brasileiro subiu de 30% para 35%. No entanto, o tema da ilegalidade do mercado de cigarros não pode ser discutido sob o prisma da harmonização tributária.
http://www.actbr.org.br/comunicacao/noticias-conteudo.asp?cod=1757
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10ª semana internacional de resistência à indústria do tabaco
Revista Vigor, 05/10/2010
A ACT participou do movimento, denunciando a interferência da indústria do tabaco em diversos setores. O objetivo foi chamar a atenção para o fato de que a indústria do tabaco não é um negócio como qualquer outro.
http://www.actbr.org.br/comunicacao/noticias-conteudo.asp?cod=1756
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A Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT) estabelece uma série de medidas relacionadas ao aumento de preços e impostos para reduzir a demanda por derivados do tabaco. Os preços baixos estimulam o consumo e facilitam o acesso de crianças e jovens aos cigarros. Contrariamente ao que é propalado pela indústria do tabaco, o aumento dos preços não contribui para o crescimento da participação de cigarros ilegais no mercado nacional. Conforme a extensa literatura e experiência de vários países é um instrumento eficaz e custo-efetivo para a redução do consumo de cigarros e para evitar a iniciação.
Para acompanhar a tendência dos preços do cigarro no Brasil, a ACT desenvolveu indicadores econômicos que podem auxiliar a política pública de controle do tabagismo e que estão disponíveis no link: http://www.actbr.org.br/comunicacao/indices-economicos.asp. Estes indicadores são: 1) Preço Real do Cigarro; 2) Poder Aquisitivo da Renda em termos de Cigarros; e 3) Relação Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) Classe I/ Preço do Maço de Cigarros.
O indicador Preço Real do Cigarro examina a evolução dos preços reais, e é calculado com base em uma cesta de marcas de cigarros do item Fumo no Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Conforme pode ser observado no Gráfico 1, no início dos anos 90, destacadamente em 1993, o preço real dos cigarros aumentou de forma significativa. A partir de 1999, com a mudança do regime tributário do IPI de uma alíquota ad valorem (percentual sobre o preço) para o imposto específico (valor fixo em R$ por maço, por classe fiscal, que varia de acordo com as características do produto, como tamanho e tipo de embalagem), os preços registraram uma importante queda até alcançar seu nível mais baixo em setembro de 2001. A partir deste momento até 2007, o índice de preço real mostrou uma tendência de crescimento positiva, porém instável, resultado de reajustes esporádicos nas alíquotas do IPI realizados pela Secretaria da Receita Federal. A partir de 2007, o índice passa a apresentar uma tendência de crescimento mais consistente, até que em maio de 2009, um novo reajuste do IPI faz saltar o preço real para níveis acima dos observados no início da década passada. No entanto, o sistema tributário do cigarro brasileiro é baseado no imposto específico e o preço não é reajustado periodicamente pela taxa da inflação, o que não contribui para a manutenção de uma política de preços dos cigarros favorável ao controle do tabagismo.
Gráfico 1 - Índice de preço médio real mensal (dez 93=100)
Outra variável importante a ser acompanhada de perto é a proporção entre o salário mínimo e o preço do cigarro. O indicador Poder aquisitivo da renda em termos de cigarros pretende informar o número de maços de cigarros que se pode comprar com um salário mínimo. Um aumento nessa proporção significa que os salários médios compram mais maços por mês. No Gráfico 2, pode-se verificar que após o período de 1992-1993, quando os salários médios conseguiam comprar aproximadamente 50 maços por mês, o poder de compra dos salários em termos de maços de cigarros aumentou, chegando a 168 maços em 2008. Com o aumento do IPI em 2009, essa proporção se reduziu (132 maços/mês). Porém, com o aumento do salário em janeiro de 2010, observa-se que este indicador retoma o crescimento. Estes resultados indicam que há espaço para um aumento do preço dado o comportamento da renda em termos de salários mínimos.
Gráfico 2 - Número de maços de cigarros que se compra com 1 salário mínimo

A Relação IPI Classe I/ Preço do Maço de Cigarros do IPCA é um indicador aproximado da carga tributária que os fumantes pagam (esta relação é aproximada pois os fumantes pagam outros impostos indiretos e contribuições, como o ICMS e o IPI). O Gráfico 3 mostra que a proporção do IPI- Classe I no preço do maço do IPCA é inferior a outros momentos do período iniciado em 1999. Por isto, é factível aumentar a proporção de IPI que os fumantes pagam no preço do cigarro. Logo após a adoção da atual sistemática de tributação do IPI para os cigarros (imposto específico), a Classe I manteve uma relação de cerca de 25% do preço final do maço de cigarros. Quando há um reajuste da alíquota, a tendência é essa relação aumentar, enquanto que, caso as empresas reajustem os preços sem que tenha havido aumento da alíquota ou tenham aumentado proporcionalmente mais o preço do maço do que o causado pelo reajuste, a relação irá cair. É o que se observou por exemplo no mês de junho de 2010 quando sem que tenha havido aumento no IPI Classe I o preço nominal do cigarro aumentou, em média, de R$ 3,52 para R$ 3,65.
Gráfico 3 - Relação IPI Classe I / Preço do Maço, conforme o IPCA (maio 99=100)

Estes indicadores econômicos são atualizados mensalmente e estão disponíveis para acesso. O seu desenvolvimento tem como objetivo contribuir com a política pública de controle do tabagismo, fornecendo uma análise da tendência de variáveis fundamentais e, assim, auxiliar o Brasil a implementar a CQCT no que diz respeito ao tema dos preços e impostos.
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Burley na pauta de encontro da ITGA
Fonte: Gazeta do Sul, 20/10/2010
Com a proximidade da Conferência das Partes da Convenção-Quadro (COP 4), que acontece no próximo mês no Uruguai, cresce a preocupação do setor fumageiro quanto às restrições dos artigos 9 e 10 da Convenção-Quadro para Controle do Tabaco, que prevêem a proibição do uso de aromatizantes na fabricação de cigarros. O assunto está na pauta da 25ª Assembléia Geral da Associação Internacional dos Produtores de Tabaco (ITGA), realizada desde segunda-feira na cidade de Lexington, no Estado de Kentucky, nos Estados Unidos.
(...) O encontro é acompanhado pelo presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Benício Werner; pelo diretor-secretário Romeu Schneider e pelos conselheiros Armando Wink e Idacir José da Rosa. Antes de embarcar, Werner ressaltou que as novas recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) acarretariam muitos problemas para o setor em todo o mundo. “Somente no Brasil, a implementação da medida atingiria 50 mil produtores de tabaco burley.”
PREJUÍZOS
Conforme Werner, a proibição da adição de ingredientes na fabricação de cigarros é atualmente o que mais inquieta a associação internacional, empresas, dirigentes de classe e, principalmente, produtores de burley, porque açúcares e aromatizantes são indispensáveis na manufatura desse tipo de tabaco. Nesse sentido, o questionamento agora gira em torno da possibilidade da industrialização sem o uso de adoçantes. “Essa é uma questão dúbia. Nossa preocupação continua até que tenhamos uma ideia mais clara sobre o assunto”, comenta.
O presidente da Afubra ainda explica que a intenção é elaborar uma contraproposta para ampliar o debate na COP 4. “Temos posições bem claras que precisam ser levadas em consideração.” Ele explica que grandes produtores de burley, como Indonésia, China, Índia, Malawi e Moçambique, já estão fazendo um trabalho de conscientização junto aos seus governos para reverter a situação.
A matéria pode ser lida na íntegra aqui:
http://www.actbr.org.br/comunicacao/noticias-conteudo.asp?cod=1759
COMENTÁRIO DA ACT
Como já mostramos algumas vezes aqui, a última na edição de agosto, a ITGA vem constantemente fazendo uma campanha de desinformação nos países produtores de tabaco, para evitar avanços no controle do tabagismo. O nosso entrevistado na seção Perfil, Eduardo Bianco, fez uma análise muito lúcida da situação, usando citações dos próprios documentos internos da indústria, de que esse movimento não é isolado e que vem sendo desenvolvido desde a década de 1980.
Vencer essa campanha dos grupos de frente da indústria é um trabalho difícil, quase de “formiguinha”, como acontece em diversas áreas do controle do tabagismo. Formiguinha porque somos poucos e pequenos diante da grandiosidade das multinacionais do tabaco e do dinheiro envolvido em seus programas de relações públicas, que passam a idéia errada ao público alvo que pretendem atingir. A nosso favor, no entanto, temos a credibilidade e a base nos fatos científicos incontestáveis, como já deixamos claro em várias ocasiões. Quem poderia imaginar, por exemplo, que alguns estados e municípios conseguissem aprovar leis de ambientes livres de fumo, com tanto “terrorismo” dos grupos de fachada, dizendo que a medida levaria os estabelecimentos à falência?
É preciso, cada vez mais, deixar claro o que são os artigos e 9 e 10 e que não há, em momento algum, intenção de proibir o Burley ou proibir até mesmo o cultivo do tabaco, como já foi até questionado. É preciso falar claramente quais são as propostas e fazer os fumicultores enxergarem que eles são usados como massa de manobra de uma indústria que os trata mal, paga mal, deixa-os dependentes e doentes, os manipula como quer, sempre com a finalidade de ter um lucro muito superior ao que lhe deveria caber.
Então, mais uma vez, vamos esclarecer. A medida prevista na Convenção Quadro e que será discutida não traz o impacto alardeado, uma vez que não proíbe a mistura de diferentes tipos de tabacos, e sim o acréscimo de atenuantes, flavorizantes, como mentol ou baunilha, usados para evitar a rejeição inicial e tornar o cigarro mais atrativo para jovens e mulheres.
O tabaco Burley permite com mais facilidade estas adições, por manter intactos os açúcares, que são extraídos em outras variedades de fumos curadas artificialmente em estufas. Mesmo que todos os países signatários do tratado adotem esta determinação, esse tipo de tabaco continuará sendo essencial para a mistura de outros aditivos.
No Brasil, este tipo de fumo é plantado nas regiões com maior grau de diversificação nas propriedades, localizadas ao norte do Rio Grande do Sul, oeste de Santa Catarina e sudoeste do Paraná. Ele serve como complemento de renda e não como renda principal. São regiões onde 73% das famílias decidiram diversificar a plantação ou buscam ampliar suas rendas com outras culturas. Em geral, isso ocorre por descontentamento do fumicultor com sua lucratividade, com o alto custo de produção e por problemas de saúde no cultivo do tabaco. O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) tem projetos de substituição da fumicultura por outras atividades menos nocivas ao agricultor e mais rentáveis.
Portanto, passe essa informação adiante e não deixe os grupos ligados à indústria do tabaco tomarem conta desse debate. |
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Ficha Técnica
Realização: ACT - Aliança de Controle do Tabagismo
Apoio: HealthBridge - CIDA - IUATLD – TFK
Jornalista responsável: Anna Monteiro - anna.monteiro@actbr.org.br
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