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BOLETIM

Edição 71 - ABRIL de 2011

Entre as diversas iniciativas utilizadas para atrair as crianças e jovens para começarem a fumar, está o uso de aditivos visando melhorar a palatabilidade de cigarros, com sabores e aromas como menta, chocolate, baunilha, cereja, etc.

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O  Boletim da ACT conversou com Patricia Sosa, diretora para a América Latina da Campanha Tobacco Free Kids

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• Diga Não à Propaganda de Cigarros!
• Embaixadora de Câncer para o Brasil
• Manual de agentes de saúde
• Fumo: Servidão Moderna e Violações dos Direitos Humanos
• Carta internacional
• Carta nacional


ANÁLISE SOBRE RELATÓRIO FGV
A indústria do tabaco tem usado como principal material de discussão sobre as consultas públicas propostas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária a publicação “Estudo dos Efeitos Socioeconômicos da Regulamentação, pela ANVISA.

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Audiência pública na Câmara expõe divergência entre produtores de fumo e Anvisa.

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Lojas da Inglaterra serão obrigadas a tirar cigarros das prateleiras
BBC Brasil, 29/3/2011

Estudo conclui que a lei antifumo na Cidade do México não reduziu lucros de restaurantes
Tobacco Free Center, 22/3/2011

Consultores dos EUA recomendam proibição de cigarros mentolados
Folha on line, 21/3/2011

Fumicultores realizam protesto e fecham sede da Souza Cruz em SC
G1 - Globo Rural, 21/3/2011

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• Controle do Tabaco e o Ordenamento Jurídico Brasileiro

• Semana Ayra

Já está no ar nova enquete sobre a Copa do Mundo de 2014, no Brasil, ser livre de fumo.

A última enquete, que perguntava qual o melhor método para parar de fumar, teve o seguinte resultado:
Decisão pessoal: 74,44%
Acesso a tratamento especializado: 25,56%


 

 

 

 
 


Entre as diversas iniciativas utilizadas para atrair as crianças e jovens para começarem a fumar, está o uso de aditivos visando melhorar a palatabilidade de cigarros, com sabores e aromas como menta, chocolate, baunilha, cereja, etc.  Outra estratégia é o desenvolvimento de produtos com embalagens sofisticadas e atraentes, posicionadas de forma a chamar a atenção e seduzir os freqüentadores dos inúmeros pontos de venda como padarias, mercados e bancas de jornais.  

Estes dois temas, uso de aditivos e exposição de cigarros, são objeto de consultas públicas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa, cujo prazo terminou dia 31, visando sua proibição e alinhamento com as diretrizes da Convenção Quadro para o Controle do Tabaco.

O mês de março, portanto, foi dominado por uma presença marcante de aliados da indústria do tabaco contrários a essas consultas públicas, 112 e 117.

Em jornais de grande circulação nacional, como O Globo, Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e Gazeta do Sul e Zero Hora, entre outros, foram publicados anúncios dizendo que as regulamentações querem proibir o fumo, tirar do consumidor o direito de escolha e jogá-lo para o mercado ilegal. Tais anúncios foram publicados por organizações ligadas à indústria, como Associação Brasileira de Gastronomia, Hospedagem e Turismo (Abresi), Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Confederação Nacional de Turismo, Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria, além das federações de fumicultura, como Fetag e Afubra. Além disso, em 23 de março, a Souza Cruz patrocinou um caderno especial, de 15 páginas, publicado em O Globo e O Estado de S. Paulo, focado em temas como liberdade e democracia. O caderno foi baseado em seminário promovido pelo Instituto Millenium, uma semana antes, no Rio de Janeiro, também patrocinado pela Souza Cruz.

Nestes  cadernos especiais, a questão da regulação de produtos como o cigarro – tanto de sua composição, exposição e até mesmo o direito a um ambiente livre de fumo – é tratada como uma imposição do Estado na vida das pessoas, que seria o chamado Estado-Babá, sempre a determinar o que o indivíduo pode ou não fazer.  Questiona-se o que consideram um excesso de regulação e tenta-se confundir a opinião pública com o uso distorcido (mas conveniente) de conceitos como liberdade de expressão. A última página do encarte é um anúncio destacando o quanto a Souza Cruz preza a liberdade. É no mínimo irônico, uma vez que o produto que fabrica e divulga é uma droga psicoativa que causa a mais intensa dependência por parte do usuário e é considerado a 1ª causa de doenças e mortes potencialmente  evitável  pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Neste período, também foi apresentado um relatório produzido pela Fundação Getúlio Vargas, não assinado por nenhum economista, que mostra como as medidas previstas pela Anvisa vão trazer o caos à economia e levar os fumantes ao mercado negro. O Boletim da ACT aborda esse relatório em Economia do Tabaco e desmistifica vários pontos, além de apontar sérias incongruências em seu texto. É de se surpreender que uma instituição como a FGV coloque seu nome em um estudo com este nível de qualidade acadêmica.

Em Irresponsabilidade Social, falamos sobre como foi a audiência pública na Câmara dos Deputados, onde não se promoveu o debate às consultas públicas da Anvisa, mas sim se deu voz aos setores contrários à regulamentação, amparados por diversos parlamentares.

Na seção Perfil, trazemos uma entrevista com Patricia Sosa, da Campanha  Tobacco Free Kids. Ela diz que estamos vivendo no Brasil uma das estratégias mais ferozes da indústria para evitar regulações, conta como evitar cair nas armadilhas e aproveitar as oportunidades que se apresentam.

Boa leitura!

Mônica Andreis
 
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Patricia Sosa, diretora para a América Latina da Campanha Tobacco Free Kids

Patricia Sosa começou a trabalhar na Campanha Tobacco Free-Kids (Campanha para Crianças Livres de Fumo), dos Estados Unidos, como vice-presidente de Relações Institucionais em 1997. Desde 2009, no entanto, trabalha com coalizões e implementação de atividades básicas para pressionar o Congresso norte-americano para apoiar a Food and Drug Administration (FDA). Assim como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa, o FDA é o órgão responsável pela regulação dos produtos de tabaco.

A Tobacco Free Kids é uma organização que trabalha para reduzir o uso do tabaco nos Estados Unidos e no mundo, atuando em políticas públicas para prevenir a iniciação ao tabagismo, ajudar fumantes na cessação e proteger as pessoas dos efeitos do fumo passivo.

Patricia fala ao nosso Boletim sobre o processo de regulamentação de produtos de tabaco nos Estados Unidos e compara com a situação no Brasil. Para ela, a estratégia da indústria do tabaco, de usar seus aliados e especialmente os fumicultores como massa de manobra, é uma das mais agressivas e bem fundamentadas campanhas para enfraquecer as políticas de controle do tabaco que já viu no mundo.

ACT:  Que tipo de legislação tem sido bem sucedida em controle do tabagismo. Como foi o processo de autorizar o FDA a regular os produtos de tabaco?
Patricia Sosa: Considerando o imenso poder que a indústria do tabaco tem no sistema político dos Estados Unidos, nós conseguimos aprovar uma lei bastante forte. O Family Smoking Prevention and Tobacco Control Act (Ato para Prevenir o Fumo na Família e Controle do Tabaco) deu ao FDA autoridade para regular a fabricação, comercialização  e marketing dos produtos de tabaco.

A nova lei proíbe cigarros com sabores de doces e frutas, com apelo às crianças; atua no marketing e vendas para crianças; proíbe rótulos com especificações como “light” ou “baixo alcatrão”; requer advertências maiores sobre os males à saúde.

Percebo que essas políticas são as mesmas que estão em discussão no Brasil, na proposta de regulamentação da Anvisa para restringir a propaganda direcionada aos jovens nos pontos de venda (consulta pública 117) e proibir aditivos nos cigarros para torná-los mais palatáveis (consulta pública 112). Acredito que agências como Anvisa e FDA devem ter autoridade total para regular esses tópicos como um meio de proteger a saúde pública, especialmente os jovens, público alvo da máquina de marketing da indústria do tabaco. O fato de o tabagismo estar relacionado à morte de 400 mil pessoas nos Estados Unidos e 200 mil no Brasil faz desse consumo uma preocupação legítima de nossos governos.

ACT: Como é o processo de lobbying da indústria do tabaco nos Estados Unidos?
PS: É muito forte. A Comissão Federal de Comércio relatou que em 2009 as empresas de tabaco gastaram 11 bilhões de dólares em marketing de seus produtos. Também gastaram cifras enormes em campanhas políticas e lobbying no Congresso Federal e nas assembléias dos estados. Por essa razão, apesar dos perigos causados pelo consumo de tabaco ser  cientificamente provados, e da efetividade das políticas propostas estar amplamente documentada e o público as apoiar em todas as suas frentes, é preciso um esforço enorme para aprová-las. Doze anos de lobbying para aprovar a lei que deu ao FDA o poder de controlar tabaco é só um exemplo. Assim como acontece no Brasil, a indústria do tabaco faz parcerias com associações de turismo, hotéis, restaurantes e bares e com proprietários de lojas de conveniência para se oporem a leis que proibam o fumo em espaços públicos e restrinjam a publicidade para as crianças.

Nos últimos dez anos um aspecto mudou: o papel desempenhado pelos fumicultores nos Estados Unidos. Desde que o relatório do Ministério da Saúde apontou os perigos do consumo de tabaco, na década de 60, os fumicultores eram a cara da oposição ao controle do tabagismo nos Estados Unidos. O papel deles diminuiu à medida que a indústria do tabaco começou a importar folhas e o governo federal parou de subsidiá-los. Embora a indústria continue a se descrever como amiga deles, todos os movimentos continuam a enfraquecer a categoria. Como resultado, a comunidade de controle do tabagismo agiu de forma habilidosa para construir alianças com os grupos de fumicultores. Eles perceberam que nós não éramos seus inimigos, mas um forte apoiador de muitos deles que buscavam alternativas ao cultivo do fumo.

ACT: Que medidas você acha que são mais efetivas para o controle do tabagismo?
PS: Em 31 de março de 2011, como parte do Relatório Anual do País sobre o Câncer, publicado pelo Instituto Nacional do Câncer norte americano, o governo anunciou que as taxas de câncer de pulmão entre mulheres nos Estados Unidos cairam depois de décadas de aumento. Isso foi primeira página dos jornais, já que o câncer de pulmão lidera as mortes por câncer entre mulheres nos Estados Unidos. Essa redução nas taxas desse tipo de câncer é atribuída à queda das taxas de fumo entre as mulheres, e a diminuição nas taxas de fumo é resultado de uma combinação de políticas de controle do tabagismo que nós sabemos que funcionam. As principais são aumentar o preço dos cigarros para torná-lo menos acessível aos jovens, proibir o fumo em locais públicos, restringir e (idealmente proibir) a propaganda e ter advertências grandes nas embalagens de cigarros, que realmente traduzam os males causados.

Os Estados Unidos estão atrás na implementação das advertências. O Brasil está bem adiante e eu atribuo a isso a dramática redução nas taxas de fumo no país, de 34% para 18%, de 1989 a 2009, parte causada pela efetividade das imagens de advertências usadas. O Brasil também restringiu a propaganda. São as mesmas políticas previstas na Convenção Quadro para o Controle do Tabaco, ratificada pelo Brasil em 2005. Os Estados Unidos têm um histórico de não ratificar tratados internacionais, mas as políticas que autorizam o FDA a regular produtos de tabaco englobam o que está previsto na CQCT.

ACT: Que comentários você tem a fazer em relação à situação no Brasil, onde a Anvisa está tentando regulamentar a adição de sabores e aromas aos cigarros e a sua exposição, mas vem sendo fortemente atacada pelos aliados da indústria e associações de fumicultores?
PS: A proposta de regulamentação da Anvisa é um passo na direção certa. A Anvisa está exercendo sua autoridade para regular produtos de tabaco para proteger a saúde dos brasileiros, particularmente dos jovens. A propaganda nos pontos de venda é claramente direcionada a crianças e adolescentes e os aditivos são usados, na maioria das vezes, para tornar a iniciação dos jovens mais fácil.  Nossos colegas no Brasil relataram os milhões de dólares que a indústria do tabaco tem investido em campanhas coordenadas para parar as consultas públicas. Em sinal de solidariedade, todos os grupos internacionais de saúde pública que trabalham com controle do tabaco enviaram uma carta para a Anvisa, apoiando seus esforços. Quero destacar os pontos principais dessa carta: primeiro, mostrar que proibir exposição reduz o consumo; segundo, está bem documentado que os aditivos são usados para fazer o sabor e o aroma dos cigarros mais atrativos para os jovens, que muitos acreditam que cigarros com sabor são menos perigosos e que fumantes abaixo dos 17 anos são três vezes mais propensos a consumir cigarro flavorizados.

Esta é uma das mais agressivas e bem fundamentadas campanhas para enfraquecer as políticas de controle do tabaco que já vi no mundo. Por essa razão, os ativistas de controle do tabagismo precisam ser muito espertos para contrapor a indústria do tabaco. Primeiro, é muito importante informar ao público que esta é uma iniciativa que visa proteger a saúde dos jovens no Brasil. A indústria está usando milhões de dólares para distorcer o debate e focar toda a atenção nos fumicultores. O fato é que o Brasil viu uma redução de quase 50% nas taxas de fumo enquanto o cultivo do tabaco cresceu dramaticamente.  Neste ponto, não há conexões entre os esforços para reduzir o consumo do tabaco e os interesses econômicos dos fumicultores, já que mais de 80% das folhas de fumo são exportadas. É importante que os ativistas de controle do tabaco tomem o controle e definam o debate.

Uma outra coisa importante é demonstrar que tanto fumicultores quanto os grupos de hotéis, restaurantes, bares, padarias e turismo que estão se opondo às consultas públicas da Anvisa são grupos de frente da indústria, especialmente da Souza Cruz. Este debate é sobre os esforços para proteger os jovens brasileiros versus os interesses econômicos da indústria do tabaco.

ACT: Qual o maior desafio com que o Brasil está se deparando? E como podemos transformar esse desafio numa oportunidade de avançar  nas políticas de controle do tabaco?
PS: Para mim, um dos aspectos mais inquietante do que está acontecendo no Brasil tem sido a habilidade da indústria do tabaco de comprar apoio de indivíduos que até então eram respeitados por seus esforços de luta pelos jovens, liberdade de expressão ou direito dos consumidores. Uma das mais importantes estratégias que adotamos nos Estados Unidos e que foi crítica para nosso sucesso em 2009 foi marginalizar a indústria do tabaco. Fomos capazes de fazer com que políticos eleitos devolvessem contribuições da indústria do tabaco e que grupos de saúde, jovens e mulheres parassem de receber financiamento dela. Também conseguimos tornar suspeito qualquer um que falasse em nome da indústria do tabaco e reivindicamos que quem falasse tivesse um interesse legítimo na saúde e no bem estar das nossas crianças e adolescentes.

Apesar do que parece ser uma situação intransponível, tenho esperanças que com o apoio da comunidade internacional, os ativistas de controle do tabaco sejam bem sucedidos e que a Anvisa tenha as regulamentações aprovadas. Os benefícios das políticas de controle do tabaco no Brasil são visíveis. Poucos países podem se vangloriar de ter diminuído em 50% as taxas de fumo nos últimos 20 anos. Meu conselho é: continue repetindo a mensagem de necessidade de proteção das crianças e adolescentes, construa alianças com o máximo de grupos possível e mostre que vocês representam a maioria dos brasileiros e vocês vão ganhar essa guerra. Um último conselho é que quanto mais poderosos seus amigos, melhor. Para nós, apoiar o presidente Barack Obama e sua administração foi primordial no resultado positivo de 2009. Nossa secretária de saúde [NT: o status é o mesmo de Ministério da Saúde no Brasil] Kathleen Sebelius tem sido uma forte apoiadora. Eu proponho o mesmo desafio à presidente Dilma Roussef e ao Ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
 
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Diga Não à Propaganda de Cigarros!: A ACT ganhou apoio de artistas e modelos para sua campanha pela ética na publicidade: “Diga Não à Propaganda de Cigarros!”. O objetivo é sensibilizar  legisladores e  população em geral e mostrar como a indústria do tabaco continua a promover seus produtos em pontos de vendas e eventos privados, apesar da restrição à publicidade nos meios de comunicação de massa existir desde o ano 2000.  Patrícia Travassos, Paloma Bernardi, Isabel Filardis, Rocco Pitanga, Suyane, Maurício Ribeiro e Babi Xavier são alguns dos artistas que estão vestindo a camisa da ACT.

Embaixadora de Câncer para o Brasil:  A diretora-executiva da ACT, Paula Johns, foi selecionada pela American Cancer Society para ser  Embaixadora Global de Câncer para Brasil. Ela foi convidada a ir a Nova York entre 18 e 22 de junho, para um workshop que foca na construção de uma forte “voz do câncer”  na sociedade civil.

Manual de agentes de saúde:   A ACT está com nova versão do Manual para Agentes de Saúde, cujo objetivo é a capacitação para o trabalho de agentes do desenvolvimento humano.  Este manual  faz parte do material didático utilizado na  formação de  lideranças da sociedade civil para atuarem como agentes da prevenção e da promoção da saúde. Ele está disponível aqui

Fumo: Servidão Moderna e Violações dos Direitos Humanos: O site da ACT está disponibilizando umapesquisa feita pela organização Terra de Direitos, coordenada pelo advogado Guilherme Eidt. O livro é de 2005 e trata de violações aos direitos humanos na fumicultura.   Para acessá-lo, clique aqui.

Carta internacional:  Organizações internacionais enviaram uma carta à Anvisa, em apoio às consultas públicas 112 e 117, sobre regulação de produtos de tabaco.  O objetivo da carta é oferecer apoio  às  regulamentações  propostas  e  comentar  como  elas  ressaltam  a  tradição  de liderança  do  Brasil  no  controle  global  do  tabagismo. A carta pode ser acessada aqui.

Carta nacional:  Outras organizações aderiram à carta aberta de apoio às consultas públicas da Anvisa. Elas enviaram a carta à Presidência da República, à Casa Civil, ao Ministério da Saúde e ao Congresso Nacional, demonstrando apoio às regulamentações. Quem ainda não aderiu e quiser participar, entre em contato conosco. A carta está disponível aqui.

 
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Controle do Tabaco e o Ordenamento Jurídico Brasileiro: A ACT informa que está à venda, em todas as livrarias do país, o livro com textos de especialistas em Direito abordando diversos aspectos do tabagismo, como os tratados internacionais, a publicidade, a responsabilidade civil da indústria, o tabagismo passivo e a fumicultura. Ele teve coordenação de Clarissa Homsi e foi editado pela Lumen Juris Editora.  O livro foi lançado dia 17 de março, em Porto Alegre,  dia 22, em Curitiba, 23, em Campinas,  31, no Rio de Janeiro, e em 5 de abril, em Brasília.

Semana Ayra: A ACT está como parceira da Semana Ayra, evento promovido pela Ayra  Consultoria, empresa Junior da UFRJ. O evento será realizado de 9 a 13 de maio no campus da universidade, na Urca, Rio de Janeiro. A marca ACT será aplicada em cartazes, folders, adesivos, banners, camisas dos participantes e equipe e site do evento.

 
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Lojas da Inglaterra serão obrigadas a tirar cigarros das prateleiras
BBC Brasil, 29/3/2011
Medida, que começará a ser adotada em 2012, pretende reduzir o tabagismo entre jovens. Lojas e supermercados da Inglaterra serão proibidos de expor cigarros e outros produtos derivados do tabaco em prateleiras e vitrines a partir do ano que vem.
http://actbr.org.br/comunicacao/noticias-conteudo.asp?cod=1876

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Estudo conclui que a lei antifumo na Cidade do México não reduziu lucros de restaurantes
Tobacco Free Center, 22/3/2011
Um novo estudo publicado na Tobacco Control concluiu que os restaurantes não tiveram perdas financeiras resultantes da lei para um ar 100% livre de fumo na Cidade do México.
http://www.actbr.org.br/comunicacao/noticias-conteudo.asp?cod=1868

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Consultores dos EUA recomendam proibição de cigarros mentolados
Folha on line, 21/3/2011
Um comitê consultivo da FDA recomendou o veto à venda de cigarros mentolados nos EUA, pois torna o gosto do cigarro mais agradável e aumenta a dependência à nicotina, especialmente entre os mais jovens.  
http://www.actbr.org.br/comunicacao/noticias-conteudo.asp?cod=1867

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Fumicultores realizam protesto e fecham sede da Souza Cruz em SC
G1 - Globo Rural, 21/3/2011
Manifestação de fumicultores fecha a sede da Souza Cruz, em Blumenau, Santa Catarina. Eles reclamam do preço que a indústria de cigarro paga pelo produto, apesar das fumageiras propagandearem que são os agricultores mais bem pagos.
http://www.actbr.org.br/comunicacao/noticias-conteudo.asp?cod=1855

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ANÁLISE SOBRE RELATÓRIO FGV

A indústria do tabaco tem usado como principal material de discussão sobre as consultas públicas propostas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária a publicação “Estudo dos Efeitos Socioeconômicos da Regulamentação, pela ANVISA, dos Assuntos de que tratam as Consultas Públicas nº 112 e 117, de 2010”, de autoria da Fundação Getúlio Vargas/FGV Projetos. A análise foi solicitada através do Sindicato das Indústrias do Tabaco (SindiTabaco), Federação dos Trabalhadores na Agricultura (FETAG-RS), Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado de Santa Catarina (FETAESC), Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Fumo e Alimentação de Santa Cruz do Sul e Região (STIFA), Confederação Nacional do Turismo (CNTUR) e Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).

Seu objetivo é apresentar os efeitos dessas consultas sobre a cadeia produtiva do tabaco e sobre a comercialização de cigarros. No entanto, a FGV Projetos não apresentou os métodos e materiais utilizados que possam ser validado e que justifiquem os resultados obtidos. Os autores do relatório não se identificam e  as projeções são baseadas em hipóteses que não são devidamente explicadas. As fontes de estudos internacionais não são mencionadas no decorrer do texto, somente na Bibliografia, o que dificulta vincular a informação ao estudo de origem. Além disso, uma das tabelas apresentadas ao longo do texto (Tabela 7.1.1)1   traz erros de informação, com dados de produção de maços de cigarros de 2009 como se fossem de 20102 .

Um estudo com essas características deveria estar baseado em um modelo econômico que projetasse os efeitos das medidas de controle do tabagismo no médio e longo prazo, a partir de cenários construídos com dados fidedignos. Variáveis como produção, demanda, exportações e importações devem estar presentes nas equações de um modelo dessa natureza. Este tipo de análise é capaz de fornecer projeções que levem em consideração as tendências do mercado consumidor, arrecadação e produção a partir do contexto nacional e internacional e da adoção das medidas propostas pela Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco.

As empresas solicitantes do projeto utilizam o argumento de que a política de controle do tabagismo vem contribuindo e contribuirá para a transferência de postos de trabalho para outros países, especialmente na fumicultura, resultado dos efeitos sobre a produção, exportação e o mercado ilegal. No entanto, a fumicultura está bem estabelecida em nosso país, com seu papel consolidado no mercado internacional. O que observamos a partir de dados oficiais é que, simultaneamente ao avanço na adoção de medidas de proteção à saúde pública conquistadas ao longo da década passada - como a proibição da publicidade e propaganda de produtos derivados do tabaco, a ratificação da Convenção-Quadro e a legislação que prevê ambientes livres de fumo -  a produção, a exportação e suas receitas e área plantada de tabaco em nosso país vem registrando recordes.

É grave que um estudo elaborado pela FGV não seja baseado em um método claro e robusto e que forneça subsídios suficientes para que o tema seja debatido. Como debater com base em hipóteses um tema tão importante em nosso país? Assim, nossa conclusão é a de que o estudo  da FGV tem problemas metodológicos sérios e seus  resultados não deveriam ser tomados como a única referência para subsidiar os argumentos contra as consultas públicas, que, contrariamente ao estudo apresentado pela FGV, estão baseadas em evidências científicas.

Aqui, fica a proposta para que os órgãos oficiais produzam estudos com metodologia válida, evitando que relatórios frágeis como  o da FGV sejam transformados em documentos-chave para a análise do setor tabaco em nosso país.

1 - O estudo pode ser acessado através do link http://www.fgv.br/fgvprojetos/novoprojetos/arq_site/1001.pdf

2 - Os dados oficiais de produção de cigarros podem ser consultados em www.receita.fazenda.gov.br

 
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Audiência pública na Câmara expõe divergência entre produtores de fumo e Anvisa

O Estado de S. Paulo, 22/03/2011

Brasília - Representantes dos produtores de tabaco e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) travaram uma verdadeira batalha durante a audiência pública promovida pela Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados. Proposto para debater duas consultas públicas da Anvisa que estão andamento - uma que restringe o uso de aditivos ao fumo e outra que trata da publicidade nas embalagens de cigarro -, o encontro serviu para expor as divergências entre a cadeia produtiva da fumicultura e a Anvisa.

De acordo com os produtores, se o conteúdo das consultas públicas for implementado haverá desemprego em massa no setor e o governo deixará de arrecadar cerca de R$ 5 bilhões por ano em impostos.

"O Brasil perderia por ano R$ 5,2 bilhões em arrecadação, além de centenas de milhões de dólares nas exportações de tabaco. Esses números são mais que suficientes para impedir que o teor das consultas públicas seja implementado", disse o presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Fumo, Romeu Schneider.

O presidente do Sindicato da Indústria do Tabaco (Sinditabaco), Iro Schunke, reforçou a preocupação do setor, alertando sobre a possibilidade de desemprego em massa. "Só no Rio Grande do Sul, temos 25 mil pessoas no meio rural que começariam a perder os empregos. Se a gente olhar para a indústria, teríamos a perda de outros postos de trabalho. É importante termos a reversão desse quadro e que Anvisa não venha aplicar as resoluções que estão em consulta pública."

(...)

Para o diretor da Anvisa, o argumento dos produtores de que haverá desemprego e queda na arrecadação não é comparável às perdas humanos provocadas pelo consumo do cigarro. "Estamos procurando tratar apenas o aspecto da proteção e a promoção da saúde da população brasileira, mas não nos furtaremos a debater esse assunto. Essa questão dos impostos não tem relevância alguma. Os R$ 8 bilhões que eles pagam não cobrem uma morte e sofrimento de uma família que vê um parente sofrendo, seja com câncer de pulmão ou problemas neurológicos."

(...)

COMENTÁRIO

Na audiência pública de 11 de março, participaram os deputados federais Luis Carlos Heize, Jerônimo Gorgem, Stédile, Sergio Moraes, Alceo Moreira. Entre os deputados estaduais, estavam
Chicão Gorski,  Edson Brum, Zilá Breitenbach, Mike Breier, Heitor Schuch, Marcelo Moraes, Pedro Pereira, Frederico Antunes, Lucas Redecker, Adolfo Brito e Adão Villaverde.

Também estavam presentes entidades, lideranças e demais representações, como  Fetag, Farsul, Fiergs, Afubra, Sindicato do Fumo, Federação dos Trabalhadores do Fumo, Coredes, Crea, Sindicatos Rurais da Região, Sindicatos de Trabalhadores Rurais, trabalhadores das indústrias fumageiras e agricultores.

Foi feita  uma apresentação sobre o que representa a produção de fumo em termos sociais e econômicos e os possíveis impactos das resoluções da Anvisa referentes às consultas 112 e  117, que levou em consideração somente os interesses do setor do fumo. Foi questionada, ainda, a competência legal da Anvisa sobre o assunto.

A apresentação da Comissão se baseou no estudo da FGV, o qual analisamos na seção Economia do Tabaco e apresenta sérias inconsistências.

Todos os deputados presentes se pronunciaram sobre o assunto, e de forma unânime defenderam – incondicionalmente - o setor do fumo e  criticaram a regulamentação da Anvisa.

Alguns pontos críticos que devemos destacar são:

  1. Não houve debate, mas sim uma sequência de falas defendendo o setor do  fumo e demonstrando contrariedade em relação à Anvisa.
  2. As alternativas possíveis para se enfrentar um assunto que é da mais alta relevância para os estados do sul do país e para milhares de famílias não foram apresentadas.
  3. Não foi demonstrada a preocupação com o sistema público de saúde, que arca com os custos de tratamentos decorrentes do tabagismo bem como com os fumantes e familiares que sofrem as consequências da promoção de produtos de tabaco e estímulo ao consumo.
  4. Em nenhum momento foi feita alguma crítica às indústrias fumageiras e sua responsabilidade perante o produto que comercializa e a necessidade de buscar alternativas viáveis juntamente com os agricultores sobre o assunto.
  5. Foi repetido o falso mito de que haverá a proibição do fumo no Brasil. Mais uma vez destacamos não se está proibindo nenhum plantio de fumo no país. O que se está fazendo é aumentar mecanismos que visam a prevenção da iniciação e o desestímulo ao tabagismo. Essa iniciativa da Anvisa visa regulamentar e avançar no cumprimento da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, tratado do qual o Brasil é signatário.

 

 
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Ficha Técnica

Realização: ACT - Aliança de Controle do Tabagismo
Apoio: IUATLD – TFK
Jornalista responsável: Anna Monteiro - anna.monteiro@actbr.org.br

 
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