EdiÇÃo 84 - JuLho de 2012
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Julho começou agitado sob vários aspectos, tanto no que tange a atividades de formação e articulação para o controle do tabagismo, como nas reações de aliados da indústria do tabaco às medidas de regulação da indústria e do produto.
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O perfil deste mês é do advogado Guilherme Eidt, coordenador de advocacy da ACT em Brasília.
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Como previsto, 2012 está sendo o ano onde as medidas de combate ao mercado ilegal estão ocupando lugar de destaque. Depois da discussão no primeiro semestre sobre o protocolo de combate ao comércio ilícito, na reunião INB5, em Genebra, aconteceu entre 10 e 12 de julho, no Panamá, uma reunião regional sobre preços e impostos e comércio ilegal de cigarros.
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A indústria do tabaco continua a insistir em deturpar os reais objetivos da Convenção Quadro e usar o elo mais fraco da cadeia produtiva, os fumicultores, como escudo.
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Julho começou agitado sob vários aspectos, tanto no que tange a atividades de formação e articulação para o controle do tabagismo, como nas reações de aliados da indústria do tabaco às medidas de regulação da indústria e do produto. Nas duas primeiras semanas do mês foi realizado um curso inédito no país, de formação de multiplicadores em políticas de controle do tabaco. O curso é uma iniciativa do Centro de Estudos da Políticas de Controle do Tabaco – CETAB, sediado na ENSP/FIOCRUZ. A iniciativa partiu de uma das maiores lideranças em controle do tabagismo no Brasil e no mundo, a Vera Luiza da Costa e Silva, e da Silvana Rubano, que são hoje as responsáveis pelas atividades do CETAB. O curso terminou no último dia 13 e foi um sucesso. A ACT tem orgulho de apoiar a iniciativa e tem certeza que muitos frutos virão. O Brasil precisava muito de um curso de capacitação e aprofundamento. Que as edições dos próximos anos sejam cada vez melhores e que a nossa massa crítica para promover as políticas de saúde pública fique cada vez mais qualificada e articulada.
Outro evento importante realizado na primeira semana de julho foi a oficina “Pesquisa e Estratégias para Diversificação dos Meios de Vida”, realizada em Porto Alegre nos dias 4 e 5. A ideia da reunião surgiu de uma parceria entre a ACT e a Healthbridge (ONG do Canadá), a partir de um projeto sobre tabaco e pobreza. A proposta foi encampada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Comissão Nacional de Implementação da Convenção Quadro (CONICQ) e Programa de Pós Graduação em Desenvolvimento Rural da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PPDR/UFRGS). Ela se encaixou bem na proposta de reunir uma rede de especialistas e pesquisadores para subsidiar os debates sobre os artigos 17 (Apoio a atividades alternativas ao cultivo do tabaco) e 18 (proteção ao meio ambiente e a saúde das pessoas) da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco.
Em paralelo, a movimentação da indústria do tabaco para tentar derrubar a resolução da Anvisa continua firme. O projeto de decreto legislativo do deputado Heinze (PP-RS) foi colocado na pauta de votação na Comissão de Constituição e Justiça com parecer pela sua aprovação. Além disso, a gigante do tabaco, Philip Morris, já declarou em reunião com acionistas que está buscando formas de derrubar a proibição de aditivos nos cigarros. Em resumo, precisamos ficar muito atentos e contamos com o apoio de todos os integrantes da Rede ACT e simpatizantes na empreitada de defesa da resolução da Anvisa. Outro tema que está patinando é a questão da regulamentação da lei 12.546/2011, que está no limbo em algum local entre o Ministério da Saúde e Casa Civil. A promessa para a comunidade nacional de saúde pública foi de que a regulamentação sairia no Dia Mundial Sem Tabaco. Saiba mais sobre os bastidores da negociação da lei 12.546/11 no perfil de Guilherme Eidt nessa edição. Qualquer semelhança com o marasmo que acontece no momento atual talvez não seja mera coincidência.
Boa leitura!
Paula Johns |
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GUILHERME EIDT, coordenador de advocacy da ACT
O perfil deste mês é do advogado Guilherme Eidt, coordenador de advocacy da ACT em Brasília. Ele acabou há pouco o curso de especialização em direito sanitário, no programa de pós-graduação em saúde coletiva, da Fundação Oswaldo Cruz. Aqui, nesta entrevista, ele conta um pouco sobre sua monografia, onde levantou a hipótese de ter havido influência da indústria do tabaco na aprovação da lei 12.546/2011, para criar ambientes livres de fumo, e revela um pouco dos bastidores do controle do tabagismo no país.
ACT: Com quem você trabalhou, por que esse tema e a que conclusão você chegou?
Guilherme Eidt: Trabalhei junto com outras pessoas da equipe da ACT, monitorando as práticas da indústria do tabaco e fazendo diálogos políticos com parlamentares para defender o interesse da saúde pública na tramitação da Medida Provisória 540/2011. Ela tratava de questões tributárias dentro do Programa Brasil Maior, e nela uma alteração importante no modelo tributário para o IPI sobre cigarros foi encaminhada ao Congresso Nacional pelo Executivo. A proposta estava de acordo com as melhores práticas em controle do tabagismo e nós tínhamos todo o interesse em vê-la aprovada. Acontece que 2011 foi um ano movimentado para o controle do tabaco no Brasil. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) promoveu dois processos de consultas públicas que receberam forte oposição da indústria do tabaco e das associações que dizem representar os agricultores que plantam tabaco e entidades do setor de hospitalidade.
ACT: As consultas públicas sobre proibição do uso de aditivos e publicidade dos produtos nos pontos de venda, certo?
GE: Sim, enfim, duas políticas públicas alinhadas com a Convenção Quadro para Controle do Tabaco (CQCT). Era quase inevitável que a polêmica construída pela indústria contra essas novas regulamentações da ANVISA contaminassem o debate da matéria tributária tratada na MPV 540/2011. Isso aconteceu já na indicação do relator da MPV. Apesar de entidades representativas ligadas à Saúde terem se reunido com o Dep. Marco Maia (PT-RS), Presidente da Câmara dos Deputados, no dia 13 de setembro daquele ano, dois dias depois ele nomeou um relator da bancada do Partido Progressista (PP), do Rio Grande do Sul, o Dep. Renato Mooling.
ACT: O que significou essa nomeação do Dep. Renato Mooling para relatar a Medida Provisória 540/2011?
GE: Além de um claro sinal de desprestígio junto ao Presidente da Câmara dos Deputados, considerando que estiveram na reunião com ele um segmento importante representativo da Saúde – Conselho Federal de Medicina, Associação Médica Brasileira, Sociedade Brasileira de Pneumologia, Sociedade Brasileira de Pediatria, Sociedade Brasileira de Oncologia e a própria ACT; significou, também, que era preciso ligar o sinal de alerta. O PP tem sistematicamente usado os regimentos das duas casas do Congresso, no Senado e na Câmara, para impedir ou atrasar o trâmite do processo legislativo de projetos de interesse para a saúde pública, particularmente aqueles de controle do tabaco. O Projeto de Lei do Senado 315/2008, do senador Tião Viana, por exemplo, que trata de criar ambientes livres de fumo, está na Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado há mais de um ano, com relatório favorável à aprovação, pronto para entrar na pauta de votação, mas o presidente daquela Comissão, o senador Benedito de Lira (PP-AL) ainda não se dignou a fazê-lo.
Na Câmara existe uma situação muito constrangedora, que é o apensamento de matérias de interesse da saúde pública, que visam regular o consumo e publicidade de bebidas alcoólicas e outras matérias de controle do tabagismo, como políticas de ambientes livres de fumo. Um instrumento regimental, que a princípio é importante para otimizar tempo e recursos públicos, na apreciação conjunta de matérias que tenham implicações em temas afins, foi transformado em subterfúgio para não realizar o debate público que interessa ao país, à sociedade brasileira. O Presidente da Câmara tem conhecimento desse fato. A ACT já levou a ele um pedido para solução do problema (com a separação dos projetos em blocos temáticos), outros parlamentares já se manifestaram a respeito, mas parece haver um bloqueio político, e eu ouso dizer político e econômico, que impediu até agora uma definição para o caso. Na prática hoje existem por volta de 160 projetos de leis reunidos que não tramitam, que não tiveram apreciação nas comissões, e encontram-se num tipo de limbo legislativo.
ACT: Mas hoje o país tem uma lei de ambientes livres de fumo, com a alteração que a Lei 12.546/2011 trouxe na antiga Lei 9.294/1996, acabando com os fumódromos em ambientes coletivos fechados. Como foi possível vencer esse bloqueio?
GE: Essa é a história que precisa ser contada. Apesar de todo o esforço da sociedade civil organizada e das associações, entidades e sociedades médicas se mobilizando em conjunto em torno de um tema, a aprovação de uma lei nacional de ambientes livres de fumo, coisa que desde os idos da reforma sanitária no país não se via, é preciso dizer que não foi por iniciativa de uma política de estado ou proposta de governo que isso aconteceu. Foi porque o deputado Renato Mooling apresentou uma emenda trazendo para a MPV 540/2011 medidas que estavam sendo debatidas nas consultas públicas promovidas pela ANVISA, claramente se utilizando de uma linguagem e introduzindo propostas que desconstruíam e enfraqueciam a regulamentação que vinha sendo debatida com a sociedade brasileira, e contrabandeando também o tema dos ambientes livres para dentro da MPV 540/2011, que foi possível se vencer o bloqueio sobre essa matéria. O tratamento dado pelo deputado a esses temas claramente indica que estava se buscando com aquela emenda um texto da lei que estava de acordo com e atendia aos interesses da indústria do tabaco no país.
ACT: Qual era a proposta dele?
GE: O deputado propunha criar ambientes livres de fumo, mas abria espaço para estabelecimentos comerciais destinados exclusivamente ao público fumante. Proibia a publicidade, mas permitia a exposição dos produtos nos pontos de venda, a propaganda dentro daqueles estabelecimentos destinados para fumantes e, a publicidade institucional das fabricantes de cigarros. Proibia o uso de aditivos, mas criava exceção para o mentol e o cravo, os dois principais produtos utilizados pela indústria.
ACT: O que poderia ser pior do que isso?
GE: Pior do que isso era o fato de que havia uma nota técnica, assinada pelo próprio Ministro da Saúde, e pela Consultoria Jurídica do Ministério, pelo Diretor Presidente da ANVISA e pelo Diretor Presidente do Instituto Nacional do Câncer, contemporizando com o texto das emendas propostas pelo Dep. Renato Mooling.
A “Nota Técnica Conjunta nº 03/2011/SVS/INCA/ANVISA/CONJUR/MS” indica que a proposta de emenda estava sendo negociada com o Ministério da Saúde, já que as emendas propriamente só vieram a público no dia em que o relatório foi lido em Plenário na Câmara dos Deputados. Até aquele momento era uma incógnita, era prenunciada de certo modo, é verdade, mas não se tinha confirmação. Embora a Nota reconhecesse o “retrocesso na atual política anti-tabagista” que representaria a criação de estabelecimentos comerciais destinados a fumantes, recomenda que tais estabelecimentos precisariam ser melhor caracterizados no texto da lei, “devendo-se prever a devida regulamentação pelo Ministério da Saúde sobre o funcionamento e o licenciamento, com rígido controle sanitário e considerando-se as questões relacionadas a saúde dos trabalhadores desses estabelecimentos”. Ou seja, estava-se negando todas as evidências científicas e as melhores práticas que fundamentam o artigo 8º da CQCT e suas diretrizes, e recomendam a proteção da exposição à poluição ambiental do tabaco com o banimento do fumo em ambientes fechados, atestam não haver nível seguro de exposição, e reconhecem a ineficiência das tecnologias que se propõe a realizar exaustão da fumaça ambiental do tabaco.
A sociedade civil teve um protagonismo exemplar para influenciar parlamentares que se colocaram à frente no embate com a bancada da indústria do tabaco e defenderam o interesse da saúde pública.
ACT: A hipótese levantada na pesquisa, então, se confirmou, houve mesmo influência da indústria do tabaco na aprovação da política de ambientes livres de fumo. Mas, e a regulamentação? A lei está há mais de seis meses para ser regulamentada.
GE: É difícil afirmar. A influência da indústria na proposição do texto que instituiu a política nacional de ambientes livres de fumo é notória. A linguagem do texto era totalmente orientada para atender aos interesses da indústria, e conseguimos articular parlamentares que tiveram uma atuação chave para transformar o cenário que estava posto, em favor da saúde pública. Daí a dizer que a indústria continua influenciando no processo para evitar a regulamentação seria mera especulação, não tenho elementos para afirmar isso. Tenho, sim, ciência de que muitos ofícios foram enviados às mesmas pessoas que estiveram negociando com o relator da MPV 540/2011 os termos da Nota Técnica, por parte da Consultoria Jurídica do Ministério da Saúde, que são os responsáveis pela revisão do texto da regulamentação que será encaminhado à Casa Civil. Muitas contribuições da sociedade civil e entidades representativas da saúde pública no país, mas também da indústria do tabaco. Os técnicos argumentam que é preciso ter atenção com os termos jurídicos para evitar questionamentos na justiça.
É fato que o monitoramento por parte da sociedade civil precisa continuar sendo exercido e é importante contar com a mobilização das entidades, associações e sociedades médicas que estiveram apoiando a ACT nesse processo todo. A indústria do tabaco não perde tempo. Por exemplo, eles têm atuado fortemente na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados para suspender os efeitos da RDC 14/2012. Essa determinação foi apresentada numa reunião de shareholders da Philip Morris no início do ano, e eles fizeram clara menção à ações no legislativo e se for preciso ações na justiça para tentar impedir que entre em vigor essa nova política pública de saúde que impede o uso de aditivos em cigarros.
Há um Projeto de Decreto da Câmara (PDC 3.034/2010), do Dep. Luiz Carlos Heinze (PP-RS), um dos principais articuladores da indústria do tabaco no Congresso Nacional, que propunha suspender os efeitos da Consulta Pública 112/2010, e na CCJC conta com um parecer do Dep. Arthur Maia (PMDB-BA), que apresentou um substitutivo para sustar os efeitos da RDC 14/2012. Esse PDC esteve na Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF), onde foi rejeitado por unanimidade, e na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR), onde foi aprovado com diversos votos em separado pela rejeição. Sua tramitação está sendo rápida na Casa, bem diferente daqueles 160 projetos de lei que estão apensados e vivem no limbo legislativo que mencionei. O Presidente da CCJC é o Dep. Ricardo Berzoini (PT-SP), do partido do governo, e ele não se furtou em colocar em pauta para votação o parecer do relator com o substitutivo contra a ANVISA.
O contraponto na CCJC tem sido feito pelo Dep. Luiz Couto (PT-PB), que apresentou voto em separado defendendo a injuridicidade do PDC do Heinze e a competência da ANVISA para regular produtos derivados de tabaco. Existe também uma nota da assessoria técnica da liderança do governo, orientando em favor do voto em separado do Dep. Luiz Couto.
Agora, a pergunta que não cala é porque o Presidente da CCJC, um parlamentar do partido do governo, iria ter tanto interesse em colocar em votação um projeto que atinge em cheio uma política pública implementada pelo governo. Vale lembrar que o acordo construído pelo Presidente da Câmara, no dia da votação da MP 540/2011, previa que fosse mantido e aprovado o texto do artigo que tratava da questão dos aditivos, de forma mais branda do que estava por ser regulamentado pela ANVISA. Por essas e outras, se não posso dizer que a indústria do tabaco está por detrás da demora do governo federal em regulamentar a lei de ambientes livres de fumo, também não posso afirmar o contrário.
Nesse processo todo, a posição do governo nunca esteve completamente às claras. Por mais que essas políticas públicas de saúde estejam no Plano Nacional de Enfrentamento das Doenças Crônicas Não-Transmissíveis, o bloqueio político no Congresso Nacional não foi vencido por uma iniciativa do Ministério da Saúde. Foi uma tentativa frustrada da indústria do tabaco de influenciar toda a política nacional de controle do tabaco que suscitou esse movimento todo que tivemos em 2011, e agora em 2012, no parlamento. E, o próprio Ministério da Saúde já admitiu, em uma reunião em que foi apresentada uma proposta de regulamentação da política de ambientes livres de fumo para as organizações da sociedade civil e entidades da classe médica, que “avançaram” mais rápido do que haviam planejado. Quem sabe a demora em regulamentar a lei de ambientes livres de fumo não se explique por aí? O governo pode estar adequando o timing da política pública ao seu cronograma, enquanto a população brasileira espera. |
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Rio + 20: A ACT participou da Rio+20, evento internacional sobre sustentabilidade, entre 18 e 22 de junho, com um estande na Cúpula dos Povos, no Aterro do Flamengo. Foram distribuídos materiais sobre os riscos do tabagismo e incentivo a parar de fumar, e a ACT ainda fez uma brincadeira, trocando nicotina por uma tangerina orgânica. A diretora-executiva da ACT, Paula Johns, participou, também, de evento sobre saúde na economia verde, no Riocentro.

Curso de Inverno - Políticas de Controle do Tabagismo: A ACT colaborou com o curso de inverno promovido pela Fiocruz, entre 2 e 13 de julho. O objetivo foi discutir temas que permeiam políticas de controle do tabagismo. Paula Johns, diretora executiva da ACT, falou sobre as estratégias de interferência da indústria tabageira, redes internacionais de colaboração, e organizações da sociedade civil; Mônica Andreis, vice-diretora, fez uma apresentação sobre as principais empresas do mercado nacional e internacional e como atuam; Anna Monteiro, diretora de comunicação, abordou a importância do monitoramento da indústria do tabaco; Aline Biz, economista, apresentou preços e impostos e o mercado ilegal de cigarros; Adriana Carvalho, advogada, focou em como a indústria utiliza o Poder Judiciário; e Daniela Guedes, coordenadora de relações institucionais, em construção de redes e comunicação com grupos específicos.

PDC 3034: A ACT e vários membros da Rede já enviaram emails aos deputados integrantes da Comissão de Constituição e Justiça com pedido de voto contrário ao PDC 3034/2010, do Deputado Luis Heinze, aliado da indústria do tabaco. Esse PDC tem o objetivo de suspender a resolução 14/2012 da ANVISA, que proibiu aditivos como menta e cravo nos cigarros. A ACT também enviou aos deputados a Nota Técnica pela Rejeição do PDC 3034/2010.
Carta contra prêmio à tabageira: A ACT enviou uma carta ao secretário geral das Nações Unidas e outras autoridades, junto com organizações internacionais, durante a Rio+20, protestando contra o prêmio dado à Indian Tobacco Company. Maior compradora, processadora e exportadora de folhas de tabaco na Índia, ela foi agraciada com o prêmio de sustentabilidade em negócios e desenvolvimento de 2012, durante o evento realizado no Rio de Janeiro. De acordo com as organizações que assinaram a carta, a empresa não é apenas a maior na Índia, mas vende tabaco para aproximadamente 50 países. Para ler a carta na íntegra, acesse http://www.actbr.org.br/uploads/conteudo/730_UNDP_Helen_Clark_ITC.pdf
Workshop de diversificação da fumicultura: A ACT, em parceria com a Health Bridge Canada, participou do workshop Pesquisa e Estratégias para Diversificação dos Meios de Vida, em Porto Alegre, nos dias 4 e 5 de jullho. O evento foi promovido em colaboração com o Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA), Ministério da Saúde, Instituto Nacional de Câncer e Secretaria Executiva da Comissão Nacional para Implementação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CONICQ) e o Programa de Pós Graduação em Desenvolvimento Rural da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PPDR/UFRGS). O objetivo foi sistematizar o conhecimento sobre a cadeia produtiva do tabaco, seus efeitos socioeconômicos, culturais, ambientais e de saúde nas propriedades produtoras de tabaco. |
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5a Conferência Latino-americana sobre Câncer de Pulmão
Estão abertas as inscrições para o evento, que acontecerá no Rio de Janeiro, de 25 a 27 de julho. São esperados mais de 1000 participantes da América Latina. Mais informações e inscrições no site: http://www.lalca2012.org/welcome.html
XV SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE TABACO, ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS
Estão abertas as inscrições para o evento, que acontecerá entre 29 de novembro e 1o de dezembro. Este ano, o simpósio se unirá ao Congresso Latino Americano da Kettil Bruun Society (KBS), a maior associação para pesquisa em epidemiologia do álcool no mundo, reunindo os melhores cientistas da área. Mais informações e inscrições no site: http://www.metodorio.com.br/kbs2012/ |
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Como previsto, 2012 está sendo o ano onde as medidas de combate ao mercado ilegal estão ocupando lugar de destaque. Depois da discussão no primeiro semestre sobre o protocolo de combate ao comércio ilícito, na reunião INB5, em Genebra, aconteceu entre 10 e 12 de julho, no Panamá, uma reunião regional sobre preços e impostos e comércio ilegal de cigarros. Diversos representantes dos governos das Américas (áreas fiscais e da saúde), sociedade civil, OPAS/OMS, Banco Mundial, entre outros se reuniram para discutir os avanços nas áreas de preços e impostos e combate ao mercado ilegal na região e as diretrizes para implementação das políticas relacionadas aos artigos 6 e 15 da CQCT.
É importante lembrar a relevância do combate ao mercado ilegal para o Brasil. A proximidade com o Paraguai e a extensão das fronteiras brasileiras facilita a entrada de milhões de maços de cigarros no país ilegalmente a cada ano, tanto por terra quanto por rotas fluviais. Atuam neste mercado quadrilhas extremamente organizadas, que dispõem de vastos recursos logísticos e de contrainteligência, evitando a fiscalização por parte dos agentes federais e policiais locais, e fazendo chegar a mercadoria em todas as regiões do Brasil. Junto com os cigarros, muitas vezes também cruzam a fronteira drogas e armas, escondidas em barcos, carros ou caminhões.
O mercado ilegal é a próxima fronteira das políticas públicas de controle do tabagismo. Não há ainda números oficiais sobre o seu tamanho, uma vez que a única informação disponível é fornecida pela indústria, que geralmente divulga pesquisas sem explicitar metodologia ou outras informações necessárias. Seus resultados invariavelmente giram em torno de 30% do consumo total.
A ratificação do protocolo, no final do ano, implicará em um compromisso em superar os obstáculos e resistências ainda presentes em alguns setores do governo brasileiro em estabelecer uma cooperação com os países da região no combate ao comércio ilícito, especialmente com o Paraguai. Além disso, aumentará a visibilidade (principalmente dentro de nossas fronteiras) do problema e poderá provocar uma reorientação do sistema legal no Brasil, que atualmente concentra a força policial apenas na apreensão de mercadorias, deixando os contrabandistas livres com base no princípio da insignificância do produto. Com o protocolo, poderá se promover um novo entendimento em torno do fato de que, independentemente do valor do produto apreendido, a prisão também do contrabandista é uma questão importante de enfrentamento de um grave problema de saúde pública. |
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A indústria do tabaco continua a insistir em deturpar os reais objetivos da Convenção Quadro e usar o elo mais fraco da cadeia produtiva, os fumicultores, como escudo.
Países membros do tratado fizeram recomendações sobre cultura alternativa ao tabaco. Um grupo de trabalho está estudando os artigos 17 e 18 da Convenção Quadro para examinar as questões. Seus membros representam países produtores: Bangladesh, Brasil, União Europeia, Índia, Filipinas, Tailândia e 13 nações africanas. O foco do grupo de trabalho tem sido a necessidade de melhorar as condições econômicas e sociais dos fumicultores e trabalhadores. Ao contrário do que é divulgado, este grupo não quer acabar com a fumicultura. A proposta é identificar como dar assistência aos agricultores que estão interessados em alternativas ao fumo, que promete altos ganhos mas, ao fim, não dá o que foi planejado. Ao invés disso, os fumicultores são comprometidos com empréstimos feitos para os insumos e equipamentos pelas empresas de tabaco, que os mantém pobres e incapazes de saldar a dívida, em muitos casos.
A comunidade de saúde pública não está pedindo o banimento da fumicultura. A indústria do tabaco está, constantemente, divulgando essa informação para criar medo e confusão entre os agricultores. De fato, devido ao crescimento populacional e a implementação da Convenção Quadro estar apenas no começo em muitos países, é improvável que a demanda por tabaco caia substancialmente por muitos anos. Quando o declínio relacionado à Convenção Quadro começar a ser noticiada, será devagar, permitindo uma transição progressiva para outra cultura.
É importante lembrar que qualquer decisão das Partes da Convenção Quadro, incluindo as que ainda serão discutidas em Seul, em novembro, terá que ser acordada por consenso. Isso inclui decisões referentes às recomendações no relatório final do grupo de trabalho dos artigos 17&18. Os países serão livres para aceitar ou rejeitar as recomendações. |
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Ficha Técnica
Realização: ACT - Aliança de Controle do Tabagismo
Apoio: IUATLD – TFK
Jornalista responsável: Anna Monteiro - anna.monteiro@actbr.org.br |
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