EdiÇÃo 85 - AGOSTO de 2012
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Agosto é normalmente um mês importante para nossa área, no Brasil, em função do Dia Nacional de Combate ao Tabagismo. Esse ano, a melhor notícia que a comunidade global de saúde pública está comemorando vem de longe.
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O perfil deste mês é de Malga Di Paula, diretora do Instituto Chico Anysio
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A partir desse mês, discutiremos os argumentos mais comuns da indústria e como refutá-los, um a cada edição. Como já conhecido, a indústria sempre se utiliza de falácias para evitar medidas restritivas que buscam a proteção da saúde da população.
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ABP ENTREGA PRÊMIO COMUNICAÇÃO
Segundo a organização International Media Sponsorship, citada na biblioteca dos documentos da indústria do tabaco, o patrocínio é a arte da associação.
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Agosto é normalmente um mês importante para nossa área, no Brasil, em função do Dia Nacional de Combate ao Tabagismo. Esse ano, a melhor notícia que a comunidade global de saúde pública está comemorando vem de longe. A Suprema Corte da Austrália declarou a constitucionalidade das embalagens genéricas no país em 15 de agosto. A medida entrará em vigor no final de 2012 e, com isso, a Austrália será o primeiro país do mundo a adotá-la.
No Brasil já temos um projeto de lei tramitando no Senado Federal sobre esse tema e vários participantes do V Seminário Alianças Estratégicas para o Controle do Tabagismo fizeram visitas aos gabinetes do senador Rollemberg, autor do PL, de seu relator e de outras lideranças na Casa para demonstrar o apoio da Rede ACT à medida.
Agosto também está se tornando o mês em que reunimos membros da Rede ACT no evento para discutir estratégias, avanços e desafios no Brasil.
Outro marco do V Seminário Alianças foi a visita feita por mais de 20 organizações integrantes da Rede ACT ao Ministro Alexandre Padilha demandando a regulamentação da lei 12.546/11. O texto base para o decreto regulamentador da referida lei já teria sido concluída pela área técnica há meses, mas encontra-se aparentemente estacionado em algum lugar entre o Ministério da Saúde e a Casa Civil. Os integrantes da comitiva também reiteraram a preocupação com a falta de transparência na tramitação desse tema e foi protocolado um requerimento solicitando acesso ao texto final da regulamentação, com base na lei de acesso a informação. Continuaremos acompanhando esse tema de perto e cobrando a regulamentação da lei. Embora o ministro Padilha tenha declarado que a proximidade com as eleições não influencia nesse processo, a análise de muitos observadores de fora e de dentro do próprio governo é que nesses períodos fica tudo mais atravancado.
A falta de coesão entre diferentes ministérios sobre a questão da diversificação da fumicultura tem sido propícia para a indústria do tabaco. De um lado temos um programa de diversificação importante, mas que não conta com apoio que merece, e por outro, temos órgãos de governo, como o BNDES, que continuam financiando a expansão da indústria do tabaco no país. Precisamos discutir melhor esses desafios. Desqualificar um programa que praticamente não tem apoio chega a ser uma covardia. No que tange à resolução do Banco Central, mostrada em Notícias, é um tema que necessita ser discutido e pactuado com representações legítimas de agricultores familiares (Fetraf-Sul, Contag, MPA), que tem sede de alternativas ao plantio de fumo e que sabem a realidade do agricultor no campo. Durante o V Seminário Alianças, fomos também ao Ministério do Desenvolvimento Agrário e conversamos com seu secretario, Laudemir Muller, para quem entregamos a Carta de Brasília e pedimos a amplificação do programa de diversificação.
Voltando às boas notícias, já que não há previsão de publicação do decreto pelo governo federal, autoridades locais vêm assumindo a responsabilidade que lhes cabe e que não carece de regulamentação, pois não há dúvidas de como deve ser cumprida. É a questão da publicidade nos pontos de venda, por exemplo. Leia mais sobre a iniciativa pioneira da vigilância sanitária do DF em Notícias e prepare-se para participar dessa iniciativa.
Outra boa notícia é o lançamento do Instituto Chico Anysio, que tem como meta inicial arrecadar recursos para pesquisas com células-tronco para o tratamento de enfisema pulmonar e também apoiar as políticas de controle do tabagismo. Esse é o tema do perfil dessa edição em entrevista com a viúva do Chico, Malga di Paula. Estamos honrados com a adesão desse mais novo aliado da causa na Rede ACT.
Boa leitura!
Paula Johns |
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MALGA DI PAULA, DIRETORA DO INSTITUTO CHICO ANYSIO
Ator, humorista, comentarista, compositor, diretor, escritor e roteirista, radialista e pintor. Coalhada, Salomé, Bento Carneiro, Alberto Roberto, Pantaleão, Bozó, e vários outros personagens, num total de 209. Esse era Chico Anysio, um dos maiores artistas brasileiros, morto em 23 de março deste ano, vítima de um enfisema pulmonar. Fumante havia 40 anos, e há 27 diagnosticado com a doença, descoberta após um infarto, Chico parou imediatamente de fumar, mas o enfisema progrediu ao longo do tempo, somando-se a uma osteoporose que o impedia, no final, de ter melhorias na qualidade de vida, como fazer uma fisioterapia. Tudo causado pelo tabagismo.
Nas últimas entrevistas, Chico repetia que havia feito muita bobagem na vida, e que repetiria tudo se pudesse, mas o único arrependimento que trazia nos seus 80 anos de vida era ter fumado, o que começou embalado pela propaganda da época que dizia que fumar era um charme, glamuroso, sexy. Chico queria investir o tempo restante de vida no combate ao tabagismo e nas pesquisas células tronco para tratamento de enfisema, uma das esperanças para a doença.
Para realizar seu sonho, sua viúva, Malga Di Paula, acaba de inaugurar o Instituto Chico Anysio, no último dia 21, no Rio de Janeiro. Ela conversou com o Boletim da ACT, onde desabafou sobre a saudade sentida, os novos rumos de seu trabalho, atuando também com o ativismo em prol do controle do tabaco e a esperança de cura para uma doença tão cruel quanto o enfisema pulmonar.
ACT: como surgiu a ideia de criar o Instituto Chico Anysio?
Malga di Paula: A ideia surgiu quando o Chico estava internado, no início de 2010. Ele já vinha tentando ajudar o Dr. João Tadeu Paes, médico e pesquisador de terapias com células tronco para enfisema pulmonar. É uma pesquisa pioneira. Quando Chico o conheceu, o médico ainda estava em meio aos testes em camundongos, e Chico ficou empolgado, ajudou, tentou mobilizar entre os amigos para levantar fundos para a pesquisa. Ano passado, Chico estava internado no CTI e o Dr. João Tadeu ligou, dizendo que havia avançado uma etapa, passando a fazer testes em humanos, e já tinha provado que o tratamento não fazia mal e tinha tido resultado positivo. O estudo tinha sido publicado também em uma revista médica conceituada.
ACT: E Chico chegou a se submeter ao tratamento?
MDP: Ficamos todos empolgados, mas para o Chico se submeter ao tratamento, ele precisava se fortalecer, e isso ele não conseguiu. Além disso, para a pesquisa passar pelos protocolos, precisa ter um financiamento, e ainda não temos.
ACT: De quanto é esse valor?
MDP: É de cerca de um milhão de reais. A pesquisa precisa apresentar ao conselho de ética que há fundos para ganhar aval e seguir adiante, e é por isso que vamos lutar.
ACT: E quanto ao Instituto, o Chico conseguiu acompanhar os trabalhos para sua fundação?
MDP: Ele sabia que estávamos trabalhando para abrir uma fundação, mas a burocracia era grande demais e acabamos achando mais prático abrir um instituto. Ele sabia dos projetos, mas não teve tempo de ver finalizado e pronto para ser lançado. Ficou pronto há poucos dias.
ACT: Qual o objetivo do Instituto Chico Anysio?
MDP: São dois objetivos: um é prevenir o fumo, fazer com que as leis sejam regulamentadas, cumpridas, sei que há muito a fazer. O outro é apoiar a pesquisa com células tronco para o tratamento do enfisema pulmonar. Tenho esperança que o Instituto possa fazer diferença nesse sentido.
ACT: Na semana de 13 a 15 de agosto você participou do V Seminário de Alianças Estratégicas para Controle do Tabagismo, promovido pela ACT. O que você achou e como está se sentindo com esse “mergulho” no controle do tabagismo?
MDP: Mergulhei mesmo no tema agora, conheci diversos lados do tabagismo, foi ótimo. À medida que o tempo vai passando, vamos ver como o Instituto Chico Anysio poderá atuar e contribuir com a causa. Pretendemos reunir, no site do Instituto e no do Chico, depoimentos de pessoas que sofrem de enfisema, que sofrem porque não conseguem parar de fumar. Pretendemos sensibilizar pessoas, famílias, para mostrar que o final da vida de quem sofre desta doença é cruel, muito triste, para que busquem investimentos para avançar na pesquisa.
ACT: Você estava na comitiva que se reuniu com o ministro da saúde, Alexandre Padilha, para pedir avanços nas medidas de controle do tabagismo, entre elas a regulamentação da lei 12.546, que cria ambientes livres de fumo e proíbe a propaganda de cigarros nos pontos de venda. Que impressão a visita ao ministério da saúde te causou?
MDP: Eu desenvolvo trabalhos com a Turquia e sempre que viajo para lá, percebo que o país está muito atrasado, diferente do Brasil. Lá, a fiscalização não funciona. Sempre falo, com orgulho até: ‘no meu país funciona, no Brasil é assim...’ Mas achei que o ministro parece ter boa vontade com o tema, ele tem que negociar e ouvir todos os lados envolvidos, faz parte da política, sei que é assim para se chegar à forma mais próxima do que se queira, para fazer o melhor. Mas claro que também entendo a pressão que as organizações como a ACT fazem - e agora o Instituto Chico Anysio também vai fazer.
ACT: Como família de uma vítima do tabagismo, conte um pouco da sua experiência para quem se encontra numa situação parecida.
MDP: Eu e o Chico tínhamos um lema, que era falar: “Fique vivo”. Desde a primeira internação, em que ficou em coma, quando voltou ele lembrava só de uma coisa: fique vivo, mantenha-se vivo, porque a qualquer momento a cura para a doença pode surgir.
Às pessoas que estão na condição que ele estava, arrependidas por terem fumado, agarrem-se a tudo que vocês podem, e mantenham-se vivas. O Chico tinha muito fé que essa pesquisa, com as células tronco, fosse a cura dele. E também o motivava o fato de a cura não ser só para ele, ser uma possibilidade para tantas pessoas ao redor do mundo. Ele sempre ajudou os outros, era desapegado, queria ajudar, queria ser exemplo, e continuar combatendo o tabagismo. Era uma grande oportunidade. É Por isso que o Instituto Chico Anysio vai investir nesta pesquisa. Pela memória do Chico. E combater o tabagismo.
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Dia Nacional de Combate ao Fumo: Na semana do Dia Nacional de Combate ao Fumo, celebrado em 29 de agosto, a ACT mobiliza as secretarias de vigilância sanitária do país para cumprimento da lei 12.546. Intitulada “Propaganda de Cigarros no Ponto de Venda é Ilegal”, a iniciativa começou em agosto na Vigilância Sanitária do Distrito Federal e a equipe envolvida constatou que há um alto nível de compreensão e aceitação da medida nos locais visitados.
V Seminário Alianças: Oitenta e quatro pessoas, representantes de organizações de saúde, direito do consumidor, direitos humanos, educação e meio ambiente participaram do V Seminário de Alianças Estratégicas para o Controle do Tabagismo, promovido de 13 a 15 de agosto pela ACT, com apoio da Tobacco Free Kids, The Union, American Cancer Society, Fundação Interamericana do Coração, Instituto Nacional de Câncer e Fundação Oswaldo Cruz.
O objetivo do encontro foi debater caminhos e soluções para o controle do tabagismo e outros temas de saúde pública com integrantes da Rede ACT, formada por mais de 700 pessoas, entre organizações e profissionais de diversas áreas de atuação de todo o país.

Carta de Brasília: Os participantes do V Seminário Alianças entregaram ao ministro da saúde, Alexandre Padilha, em 14 de agosto, uma carta, na qual ressaltam a importância de se continuar avançando nas medidas de controle do tabagismo no Brasil, de acordo com a Convenção Quadro para o Controle do Tabaco, seus protocolos e diretrizes. Eles também alertam para a necessidade de se evitar a interferência da indústria do tabaco nas políticas de saúde pública brasileiras. A carta também foi entregue a parlamentares no Congresso Nacional e ao Secretário de Agricultura Familiar do Ministério de Desenvolvimento Agrário. Leia mais sobre a carta no link: http://www.actbr.org.br/uploads/conteudo/745_carta_brasilia.pdf

Relatório institucional: Comemorando os cinco anos de atuação da ACT, estamos com nosso relatório institucional do período disponível no site. Ele traz as conquistas e realizações da ACT e da Rede ACT, nossos projetos e produtos. Para acessá-lo, clique aqui http://www.actbr.org.br/uploads/conteudo/740_relatorio_institucional.pdf

Novos materiais: A ACT está com novos materiais no site. Sobre economia, temos um resumo do estudo de custo, que mostra que tratamentos das doenças tabaco relacionadas custam quase R$ 21 bilhões, que pode ser acessado aqui http://www.actbr.org.br/uploads/conteudo/741_custos_final.pdf, e uma tradução de uma publicação inglesa, intitulada Tabaconomics, que mostra como as empresas de tabaco fazem o possível para minar as políticas públicas de saúde. Na área de publicidade, temos um material sobre as embalagens genéricas, cuja lei acabou de ser ratificada pela Suprema Corte australiana, que pode ser acessada aqui: http://www.actbr.org.br/uploads/conteudo/738_embalagem_generica.pdf
Dois Pesos e Duas Medidas: Este é o título do documentário que irá mostrar como o lobby da indústria do tabaco consegue exercer sua influência até no Poder Judiciário, ao negar o direito à indenização para uma vítima do tabagismo que teve suas pernas amputadas por uma doença causada exclusivamente pelo cigarro, a tromboangeíte obliterante. O vídeo, focado em José Carlos Marques Carneiro, que estampou as primeiras advertências de maços de cigarro, visa sensibilizar a população sobre o de que, no caso de vítimas do tabagismo, a justiça vem utilizando pesos e medidas diferentes quando se fala em direito do consumidor. O documentário fará parte do projeto Catarse, que visa arrecadar fundos para produzir o filme e comprar uma cadeira de rodas motorizada para José Carlos. Mais informações no link: http://catarse.me/pt/doispesosduasmedidas

Trabalho Decente: A advogada da ACT, Adriana Carvalho, participou, na semana de 6 de agosto, da Conferência Nacional sobre Emprego e Trabalho Decente, em Brasília. Foi aprovada uma moção para a promoção de ambientes de trabalho livres da fumaça do tabaco, promovida pela ACT e Nova Central Sindical dos Trabalhadores. Também foi discutida a questão dos agricultores que produzem fumo.
Congresso UICC: A diretora-executiva da ACT, Paula Johns, participa do Congresso Mundial de Câncer, organizado pela União Internacional Contra o Câncer, em Montreal, Canadá, de 27 a 30 de agosto. Ela co-presidiráuma mesa sobre embalagens genéricas e fará uma palestra numa mesa sobre a participação da sociedade civil no combate às Doenças Crônicas Não Transmissíveis.
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SHOW COM VOCÊ, PELA VIDA
Já estão à venda os ingressos para o show beneficente "Com Você, Pela Vida", promovido pela Fundação do Câncer, em 30 de setembro, no Vivo Rio. Tiago Abravanel, Rodrigo Lombardi, Flávia Alessandra, Otaviano Costa, Alessandra Maestrini, Taryn Szpilman, Carlinhos de Jesus, Marina Elali, Mariana Rios e Alexandre Nero vão participar do evento. O objetivo é estimular a mobilização e o engajamento das pessoas na prevenção e controle do câncer. Toda a renda obtida será revertida para projetos de combate ao câncer, alguns deles no INCA. Mais informações no site da Fundação: www.cancer.org.br
XV SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE TABACO, ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS
Estão abertas as inscrições para o evento, que acontecerá entre 29 de novembro e 1o de dezembro.Este ano, o simpósio se unirá ao Congresso Latino Americano da Kettil Bruun Society (KBS), a maior associação para pesquisa em epidemiologia do álcool no mundo, reunindo os melhores cientistas da área. Mais informações e inscrições no site: http://www.metodorio.com.br/kbs2012/ |
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MINISTROS REAGEM CONTRA RESOLUÇÃO DO BC ALINHADA COM POLÍTICA ANTITABAGISTA
O Estado de S. Paulo, 24/08/2012
Ministros da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário tentam reverter resolução do Banco Central que aumenta as exigências para concessão de créditos a pequenos produtores de fumo. A reação evidenciou a falta de entendimento no governo sobre o ritmo de implantação da CQCT.
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,ministros-reagem-contra-resolucao-do-bc-alinhada-com-politica-antitabagista--,920889,0.htm
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REPRESENTANTES DA ALIANÇA DE CONTROLE DO TABAGISMO SE REUNIRAM COM O MINISTRO DA SAÚDE PARA DISCUTIREM UMA SOLUÇÃO
A Crítica – AM, 23/08/2012
A regulamentação do artigo 49 da lei 12.546/2011, que regula a exposição de produtos do tabaco em pontos de venda e protege as pessoas contra a exposição à fumaça do tabaco, foi o tema da conversa entre representantes da ACT e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
http://www.actbr.org.br/comunicacao/noticias-conteudo.asp?cod=2218
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AUSTRÁLIA RETIRA MARCAS DOS MAÇOS DE CIGARRO
Valor Econômico, 15/08/2012
A Suprema Corte da Austrália ratificou a entrada em vigor da lei mais estrita do mundo contra a promoção dos cigarros. A partir de dezembro, as empresas do setor no país não poderão colocar seus logos nos maços, mas deverão exibir imagens de advertências fortes.
http://www.actbr.org.br/comunicacao/noticias-conteudo.asp?cod=2216
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VIGILÂNCIA SANITÁRIA COMBATE PROPAGANDA ILEGAL DE CIGARROS
R7, 14/08/2012
A VISA do Distrito Federal intensificou a fiscalização nos pontos de venda de cigarros em todo o DF. A iniciativa pretende coibir a publicidade do produto em bares, restaurantes, lojas de conveniência e panificadoras, entre outros estabelecimentos.
http://www.actbr.org.br/comunicacao/noticias-conteudo.asp?cod=2217
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A partir desse mês, discutiremos os argumentos mais comuns da indústria e como refutá-los, um a cada edição. Como já conhecido, a indústria sempre se utiliza de falácias para evitar medidas restritivas que buscam a proteção da saúde da população. Conhecer as táticas da indústria e seus argumentos é de extrema importância, sobretudo quando realizamos atividades de advocacy.
O primeiro argumento a ser abordado é o de que não se deve promover uma política de impostos altos sobre os produtos de tabaco, uma vez que estes já são altamente taxados. Uma pesquisa divulgada em O Estado de São Paulo analisou a carga tributária de 25 produtos de uso comum pela classe média, como itens de vestuário, bebidas, luz, gás, móveis, alimentos, telefonia e automóvel. Apesar de terem encontrado percentuais variados de impostos, escolhemos alguns que ajudam a ilustrar o nosso ponto. O cigarro não foi utilizado no levantamento, mas já havíamos realizado cálculo semelhante. Escolhemos como referência o Derby por ser a marca mais vendida do país.
O quadro abaixo foi montado a partir de dados de preços e dos principais impostos mostrados na pesquisa feita pelo jornal. A exceção é o maço de cigarros, cujos cálculos foram feitos a partir de dados provenientes da Receita Federal.
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Cigarro
(Derby) |
Água Mineral |
Vinho Importado |
Notebook |
Gasolina |
Aparelho Celular (iPhone4S) |
Preço do Produto |
R$ 4,25 |
R$2,00 |
R$70 |
R$3.999 |
n.d. |
R$1.999 |
IPI |
27,2% |
0% |
30% |
15% |
2,70% |
15% |
PIS |
2,2% |
2,5% |
1,65% |
2,61% |
- |
2,61% |
COFINS |
8,75% |
11,9% |
7,6% |
12,01% |
12,45% |
12,01% |
ICMS |
25% * |
45% |
25% |
18% |
25% |
18% |
I. Imp. |
- |
- |
27% |
16% |
- |
16% |
Total de Impostos (R$/unidade) |
R$2,68 |
R$1,19 |
R$63,88 |
R$2.544,16 |
n.d. |
R$1.271,76 |
Total |
63% |
59,4% |
91,25% |
63,62% |
40,15% |
63,62% |
*Nos Estados do AM e MT, a alíquota do ICMS para cigarros é 30%.
No Brasil, por a maioria dos tributos serem indiretos (estarem “embutidos” no preço dos produtos), dificulta sua percepção para a população. A conclusão que podemos chegar é que os cigarros não pagam demasiados impostos quando comparados a outros produtos. Mesmo se fossem considerados produtos produzidos no país no caso do vinho, aparelho celular e notebook, subtraindo-se a alíquota do Imposto de Importação, eles ainda possuiriam carga tributária de 64,25%, 47,6% e 47,6%, respectivamente. Um produto que mata um a cada dois de seus consumidores regulares deveria ter proporcionalmente muito mais impostos do que itens básicos e essenciais como a água mineral.
Quando comparado com outros países, a proporção de impostos no preço final no Brasil está abaixo dos países de renda semelhante como Chile, Uruguai e Argentina, que mantêm cargas tributárias de mais de 70% sobre o fumante. E o fazem mesmo estando geograficamente próximos ao Paraguai e, portanto, susceptíveis à oferta de mercadorias ilegais vindas deste país. Mas a questão do mercado ilegal será apresentada em uma edição futura, assim como uma variação da alegação apresentada hoje, de que as companhias de tabaco são grandes contribuintes de impostos. Até o próximo boletim.
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ABP ENTREGA PRÊMIO COMUNICAÇÃO
Meio e Mensagem, 17/07/2012
A Associação Brasileira de Propaganda (ABP) homenageou os vencedores do Prêmio Comunicação 2012. Em almoço realizado no Gávea Golf Club, foram entregue os troféus aos eleitos pela diretoria e conselhos da entidade que completa 75 anos. (...)
A ABP também prestou homenagem a Chico Anysio, representado por sua viúva, Malga Di Paula. Muito emocionada, ela subiu ao palco para agradecer e acabou criando uma saia justa para o patrocinador do evento, a Souza Cruz. Malga disse que está montando o Instituto Chico Anysio, como forma de homenagear o humorista. “Desculpem os patrocinadores do evento, mas o principal atributo dele será a conscientização dos problemas do tabagismo. Sofremos muito por conta disso nos últimos anos”, concluiu em meio à comoção.
COMENTÁRIO DA ACT
Segundo a organização International Media Sponsorship, citada na biblioteca dos documentos da indústria do tabaco, o patrocínio é a arte da associação. O patrocinador adquire, instantaneamente, a credibilidade e valores associados com o evento patrocinado e se apresenta como tendo uma “boa vontade”, mais do que teria se adotasse formas mais diretas de comunicação, como a publicidade. Pesquisas comprovaram que o patrocínio, ou marketing por associação, possuem um impacto maior do que a propaganda direta, por meio de um custo mais baixo.
Nos anos 50, quando soube do vínculo entre fumo e câncer, a indústria do tabaco lançou o que é considerada a mais cara, longa e bem sucedida campanha de RP de “gerenciamento de crise” na história. Nas próprias palavras da indústria, a campanha foi dirigida de forma a “promover os cigarros e protegê-los contra estes e outros ataques” por meio da “criação de dúvidas sobre os efeitos à saúde sem negá-los de verdade e defendendo o direito do público de fumar, sem insistir na prática”. Veja mais em: http://www.actbr.org.br/uploads/conteudo/26_COMO_TABACO_E_RP_CRESCERAM_JUNTOS.pdf
No Brasil, o patrocínio cresceu muito nos últimos tempos, embora o artigo 3º da Lei 9.294/96 proíba a propaganda de produtos de tabaco nos meios de comunicação de massa. As empresas de cigarro têm patrocinado eventos diversos por meio da chamada publicidade e patrocínio institucional, onde apenas sua logomarca é divulgada e não as marcas de seus produtos, e atividades descritas como de responsabilidade social empresarial. Destacam-se principalmente patrocínios de eventos ligados às áreas jurídica, publicitária, cultural, agrícola e universitária, visando influenciar formadores de opinião, estudantes, jovens agricultores e membros do Poder Judiciário. Em troca, ganham uma imagem favorável e o reconhecimento institucional e de suas marcas. Além disso, fomentam a ideia de que cigarros são socialmente aceitáveis e até desejáveis, para um estilo de vida de independência, ligado à livre escolha, ao esporte, à cultura, às artes, ao meio ambientes, à responsabilidade social etc.
Por isso, a ACT alerta a todos que receberem convite para algum evento que, aparentemente, não tem relação nenhuma com a indústria do tabaco. Vejam sempre quem está pagando o evento, para evitar surpresas desagradáveis. Ou faça como a Malga: vá, receba a homenagem, mas ponha a boca no trombone. A indústria do tabaco precisa de limites! |
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Ficha Técnica
Realização: ACT - Aliança de Controle do Tabagismo
Apoio: IUATLD – TFK
Jornalista responsável: Anna Monteiro - anna.monteiro@actbr.org.br |
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