EDITORIAL
 

O aumento na prevalência do excesso de peso é atribuído, por estudiosos, a mudanças no padrão alimentar da população, que passou a substituir alimentos da culinária tradicional por produtos ultraprocessados. Pesquisas mostram que, nos últimos 35 anos, o número de brasileiros com obesidade mais do que dobrou entre as mulheres e quase quintuplicou entre os homens. Se quisermos reverter essa situação, é preciso aprovar políticas públicas de prevenção. Um exemplo é a rotulagem das embalagens de alimentos ultraprocessados, com adoção de sinais claros que indiquem que o produto contém altas quantidades de açúcar, gordura, sal, aditivos e calorias. Outro é a regulação do marketing e, ainda, o aumento de impostos dos produtos ultraprocessados.

Evidentemente, essas questões enfrentam um pesado lobby por parte da indústria de alimentos, em todo os países. Na Colômbia, por exemplo, um comercial sobre os malefícios do açúcar e obesidade produzido pela ONG Associação Colombiana de Educação ao Consumidor (Educar Consumidores) foi retirado do ar. Além disso, declarou-se também que a Educar Consumidores não poderia colocar no ar mais nenhum conteúdo sobre o tema, o que é um claro exemplo de censura prévia. Felizmente, entretanto, o julgamento foi a favor da ONG e do vídeo, cujo objetivo era simplesmente conscientizar e sensibilizar a população sobre o consumo excessivo do açúcar presente em bebidas açucaradas e os possíveis riscos que isso traz para a saúde. A seção ACT Legal traz mais detalhes desse caso.

Aqui no Brasil, o site O Joio e o Trigo é um alento. Ele foi lançado junto com as comemorações de um ano da Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável e irá expor, em série de reportagens de jornalismo investigativo, o conflito de interesse que opõe a indústria de alimentos a medidas de saúde.  

Além disso, a Aliança lançou a campanha publicitária  Você tem o direito de saber o que come, que questiona o que está por trás de alimentos ditos saudáveis e como eles contribuem para as doenças relacionadas à má alimentação.

Na área de tabaco, vemos o crescimento da oferta de novos produtos, como os cigarros eletrônicos, cuja venda é proibida no Brasil pela Anvisa, e o alerta dos especialistas: seu uso não é inócuo e causa danos à saúde. E, finalmente, os aditivos  que tornam os cigarros mais palatáveis e viciantes entraram na pauta do Supremo Tribunal Federal , e a decisão deve acontecer dia 22. No dia 9, foram feitas as sustentações orais. Esperamos que a saúde seja priorizada e reconhecida a competência da Anvisa para regular estes produtos.

Na seção de Entrevista, por fim, falamos sobre a questão dos agrotóxicos, o relatório que o Greenpeace publicou recentemente sobre o tema e os riscos que eles trazem para nossa saúde diariamente.

Boa leitura
Paula Johns e Mônica Andreis



ACT ENTREVISTA
 

MARINA LACORTE, GREENPEACE

Um novo relatório do Greenpeace, lançado há uma semana, mostra que 60% dos alimentos testados apresentaram algum tipo de resíduo de pesticida, incluindo o arroz com feijão. Abordamos essa questão com Marina Lacorte, engenheira agrônoma, especialista em agricultura e alimentação do Greenpeace.

Fale um pouco sobre o relatório do Greenpeace. Quais foram os principais pontos levantados e as principais conclusões?

Este novo relatório do Greenpeace traz resultados preocupantes de testes de resíduos de agrotóxicos em alimentos do a dia a dia do brasileiro. A ideia é denunciar a presença dessas substâncias, que vão parar no nosso prato. Esses testes ilustram uma situação alarmante: estamos comendo veneno diariamente.
Os resultados mostram uma série de problemas: 60% dos alimentos testados apresentaram algum tipo de resíduo de pesticida – incluindo o tradicional arroz com feijão. Existem limites estipulados por lei, mas isso não significa que existe um nível seguro pro consumo de agrotóxicos. A Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), que reúne muitos pesquisadores e especialistas da área da saúde e toxicologia, já se posicionou diversas vezes a respeito disso. O Instituto Nacional do Câncer também publicou seu posicionamento a respeito.
Se dentro dos limites isso já é preocupante, acima deles tudo fica ainda pior. 36% das amostras tinham algum tipo de irregularidade, incluindo resíduos agrotóxicos já proibidos no Brasil, substâncias não permitidas para determinadas culturas e substâncias que estavam acima dos limites máximos estipulados por lei. Além disso, encontramos dez substâncias já banidas por outros países .

O relatório cobre qual período?
Os alimentos foram coletados e analisados em setembro de 2017, em duas capitais brasileiras, São Paulo e Brasília, em grandes centros de abastecimento.

Vocês vêm acompanhando o projeto de lei da Política Nacional de Redução de Agrotóxicos  no Congresso. Como está a questão?
A Política Nacional de Redução de Agrotóxicos (PNARA) é o Projeto de Lei 6670/2016 e aguarda instalação de uma Comissão Especial para analisar a matéria. Precisamos pressionar assinando a petição chegadeagrotoxicos.org.br e pedindo pela aprovação da PNARA.
O Brasil é o maior consumidor de pesticidas do mundo e um grave resultado disto é o veneno que acaba presente no prato da população diariamente. É o que o novo estudo do Greenpeace está mostrando, assim como monitoramentos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária e outros testes buscam ilustrar e denunciar.
Essa situação pode ficar ainda pior uma vez  que o governo vem tentando trocar a saúde da população por apoio dos parlamentares ruralistas no Congresso. Uma das ofensivas é a tentativa de aprovar o ‘pacote do veneno’ (PL 6299.2002 – conjunto de medidas que pode liberar ainda mais o uso dos agrotóxicos), que indiretamente significa colocar ainda mais veneno na mesa da população.

O desmatamento vem aumentando? A situação piorou nos últimos anos?
Mesmo que tenha ocorrido uma diminuição do desmatamento para uma taxa de 6.624 km2 (uma redução de 16% em relação ao ano anterior), essa taxa ainda é absurda. Perder um volume tão grande de floresta não deve ser motivo de nenhuma comemoração, ainda mais porque o desmatamento não é mais necessário para o Brasil. Há uma imensidão de áreas já abertas: só na Amazônia são 10 milhões de hectares de pastos. A perda soma mais de 780.000 km², área maior que duas vezes a área da Alemanha. Ainda estamos longe da meta colocada pelo governo para 2020 - que é de chegar à 3,925km².

Quais as principais medidas que deveriam ser tomadas pelo governo para reverter a situação em que o país se encontra em termos de meio ambiente?
Há um extenso pacote de maldades negociado entre governo e ruralistas, que visa fragilizar ainda mais as leis que protegem o meio ambiente, a saúde e os direitos humanos, incluindo a redução e extinção de áreas protegidas de floresta, paralisação das demarcações de terras indígenas, quilombolas e da reforma agrária, enfraquecimento do licenciamento ambiental, venda de terras para estrangeiros, anistia a crimes ambientais e a dívidas do agronegócio, legalização da grilagem de terras e permissão de trabalho análogo ao escravo, entre outras iniciativas. Medidas como estas, que apenas incentivam ainda mais o desmatamento e os conflitos no campo, devem ser rejeitadas.
Este pacote inclui também o incentivo ao uso de ainda mais agrotóxicos na produção de alimentos, o que resulta, invariavelmente, em mais veneno no nosso prato e também na comida das nossas crianças. Nesse sentido, o governo deve rejeitar o Projeto de Lei (PL) 6299/2002 ou qualquer medida similar (como a Medida Provisória dos Agrotóxicos já anunciada pelo Governo) cujo objetivo seja flexibilizar a atual Lei de Agrotóxicos (7802/1989). Este projeto permitiria que um número ainda maior de substancias perigosas pudessem ser registradas e utilizadas. Para começar a reverter essa situação, o governo deve também aprovar a Politica Nacional de Redução de Agrotóxicos (PNARA), uma iniciativa da sociedade civil acolhida em outubro de 2016 pela Câmara dos Deputados e transformada no Projeto de Lei 6670/2016.

Como você vê o papel da sociedade civil no enfrentamento dessas questões?
Como consumidores, temos um enorme poder para cobrar e pressionar o setor privado e os governos para que apostem em escolhas mais sustentáveis para o planeta e para a sociedade. E tudo começa na promoção de mudanças em nossos próprios hábitos de consumo, dando preferência, sempre que tivermos oportunidade, a produtos que respeitem critérios socioambientais de produção, checando sua origem e sua cadeia produtiva. Queremos incentivar as pessoas a optarem por cadeias mais curtas de comercialização, valorizando assim a relação com o produtor, a origem dos alimentos e formas mais sustentáveis de produção.
A urgência de transição para um novo modelo de produção agrícola nos oferece a oportunidade de agir. Nesse sentido, o Greenpeace convida todos a fazer parte de um movimento de construção a favor de um futuro alimentar saudável e justo para todas e todos. Por isso, pedimos que as pessoas pressionem o governo pela aprovação da Politica Nacional de Redução de Agrotóxicos, assinando a petição chegadeagrotoxicos.org.br .

 

UM ANO DE ALIANÇA
 

A Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável, que reúne diversas organizações da sociedade civil e da qual a ACT Promoção da Saúde faz parte, promoveu três eventos para celebrar seu primeiro aniversário.

No dia 30,  houve um debate simultâneo em São Paulo e no Rio Janeiro, e, no dia 31, outro em Brasília. O objetivo foi discutir a questão de conflitos de interesse nas políticas de alimentação e nutrição.

Entre os convidados estavam representantes de organizações que formam a Aliança, como Paula Johns, da ACT Promoção da Saúde, Ana Paula Bortoletto, do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, Inês Rugani, da Associação Brasileira de Saúde Coletiva, Ana Carolina Feldenheimer, da Univesidade do Estado do Rio de Janeiro e Elisabetta Recine, do Conselho Nacional de Segurança Alimentar. Além disso, personalidades como Bela Gil também marcaram presença.


VOCÊ TEM O DIREITO DE SABER O QUE COME
 

A iniciativa “Você tem o direito de saber o que come”, lançada em 1o de novembro pela Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável, começa com uma campanha publicitária que foca na relação entre o excesso de peso e o consumo de alimentos ultraprocessados, que é estimulado por informações enganosas e pouco claras nos rótulos.

A campanha aborda  o problema do aumento da obesidade e outras doenças crônicas provocadas por escolhas alimentares não saudáveis, através de um vídeo que apresenta uma família que, ao consumir produtos ultraprocessados apresentados como saudáveis, se alimenta essencialmente de açúcar e gordura sem ter consciência disso.

A intenção da campanha é alertar a população sobre as reais características nutricionais de produtos ultraprocessados, que não destacam em suas embalagens o excesso de ingredientes como sódio, açúcar e/ou gorduras, levando os consumidores a fazer escolhas não saudáveis. Ela também tem como objetivo mobilizar a sociedade a apoiar a adoção de rótulos mais claros e a restrição de propagandas enganosas sobre alimentos, especialmente aquelas direcionadas a crianças.

O JOIO E O TRIGO
 

O Joio e o Trigo é o nome do site lançado em 30 de novembro pelos jornalistas Moriti Neto e João Peres. Como seus autores esclarecem, O Joio e o Trigo não é um site sobre como comer (bem ou mal), nem sobre dietas da moda.

Ele tampouco repercute a última pesquisa que prova que o alimento X provoca o efeito Y em nosso organismo. E, menos ainda, difunde ingredientes milagrosos. Trata-se, na verdade, de um projeto sobre a alimentação como ato político, com profundas implicações sociais, econômicas e ambientais.

A primeira série investigativa de O Joio e o Trigo aborda o conflito de interesses na relação ciência/indústria/Estado e discute pontos essenciais, como o financiamento de pesquisas e eventos científicos pela iniciativa privada, as pressões para o direcionamento de políticas públicas e a busca pelo aperfeiçoamento dos mecanismos de regulação na área de alimentos.

A primeira reportagem já está no ar e trata dos incentivos fiscais na Zona Franca de Manaus para produção de bebidas açucaradas. Como destacam os jornalistas, “estamos incentivando indústrias a aumentar as taxas de diabetes do país”.



DIA MUNDIAL DA ALIMENTAÇÃO: TUITAÇO
 

No Dia Mundial da Alimentação, celebrado em 16 de outubro, membros da Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável e outras organizações, como o Greenpeace e o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), fizeram um tuitaço com o enfoque nos malefícios causados pelo uso excessivo de agrotóxicos na comida. Um dos problemas apontados foi que, além do Brasil já ser um dos maiores consumidores de agrotóxicos do mundo, está em tramitação um projeto de lei (PL 6299/2002 - conhecido como “Pacote do Veneno” e já mencionado na entrevista dessa edição) com medidas que liberam ainda mais o uso deles no país. Em oposição a esse PL, tramita no Congresso também a Política Nacional de Redução de Agrotóxicos (PNaRA - PL 6670/2016), que pode ser apoiada através de assinaturas na plataforma chegadeagrotoxicos.org.br. A entrevista do Boletim deste mês aborda o tema com mais detalhes.

Além das organizações da sociedade civil, personalidades como Bela Gil, Gregório Duvivier e Marcos Palmeira participaram da mobilização em vídeos disponibilizados no canal do Youtube do movimento Chega de Agrotóxicos.



AUDIÊNCIA PÚBLICA - POR QUE TAXAR AS BEBIDAS AÇUCARADAS?
 


Alexandre Kruel Jobim, representante da Associação Brasileira da Indústria de Refrigerantes

A Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados promoveu uma audiência pública, em 31 de outubro, para debater a tributação de refrigerantes e outras bebidas açucaradas, proposta pelo Conselho Nacional de Saúde como medida para estimular o consumo de alimentos e bebidas mais saudáveis. A audiência foi proposta pelo deputado Sérgio Vidigal (PDT-ES) e contou com a participação de representantes da sociedade civil e do setor industrial, além de médicos, parlamentares e outros debatedores.

Paula Johns, diretora geral da ACT Promoção da Saúde, estava presente na mesa e destacou que podem ser feitos muitos paralelos entre as políticas de alimentação e as de controle do tabagismo, bem como entre o comportamento dos respectivos setores industriais frente a essas políticas: “Dados da Organização Mundial da Saúde e do Banco Mundial mostram que a medida mais custo-efetiva de saúde pública é a taxação de produtos de tabaco, e esse mesmo tipo de recomendação veio com muita força na Assembleia Mundial da Saúde de 2017 (...), falando explicitamente de taxação como uma medida custo-efetiva para lidar com o problema da obesidade.”


CURSO DE ADVOCACY NO X CONGRESSO DE EPIDEMIOLOGIA
 



Equipe da ACT com Maristela Monteiro, consultora da OMS para álcool

A décima edição do Congresso Brasileiro de Epidemiologia foi realizada entre os dias 7 e 11 de outubro, em Florianópolis. A ACT esteve presente e coordenou um curso de advocacy voltado a políticas públicas de controle do uso abusivo do álcool, em parceria com Maristela Monteiro.

Dentre outros tópicos, foi feito um paralelo entre políticas públicas para controle do tabagismo e como elas poderiam ser adaptadas e aplicadas para o álcool, como a proibição de publicidade e patrocínio. Infelizmente, ainda existe um longo caminho a percorrer, já que a forte oposição feita pela indústria de bebidas alcoólicas ainda consegue impedir a adoção dessas políticas.

Já em parceria com a Diálogos, a ACT ministrou curso de Advocay e Políticas Públicas, em 26 de outubro, em São Paulo, visando a prática de formulação, aprovação e execução de políticas governamentais.


ACT EM EVENTO INTERNACIONAIS
 

A ACT Promoção da Saúde participou, representada pela diretora geral Paula Johns, de vários eventos internacionais no mês de outubro. Entre os dias 4 e 6, aconteceu a Conferência Global sobre Política de Álcool, em Melbourne, Austrália, que reuniu especialistas para discutir estratégias para a diminuição do consumo de álcool mundialmente. Paula fez uma apresentação sobre a Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, que ajudou na identificação e implementação de políticas de controle do tabagismo, e que elementos dela podem ser aplicados ao tema do álcool, em termos de regulamentação e marketing.
Em Buenos Aires, de 15 a 20 de outubro, aconteceu o Congresso Internacional de Nutrição, que discutiu diversos aspectos da alimentação. Paula participou de uma mesa organizada pela Agência das Nações Unidas para a Alimentação (FAO) sobre politicas públicas para lidar com todos os aspectos da má nutrição e sobre conflitos de interesses. O evento como um todo foi marcado por forte presença da indústria de alimentos, inclusive em sessões científicas, e a distribuição de refrigerantes no lunch box gerou crítica de vários participantes, inclusive da ACT. Os refrigerantes foram trocados por águas saborizadas e refrigerantes. O lado bom foi que os palestrantes tinham que declarar seus conflitos de interesses na apresentação.

Já de 18 a 20 de outubro, Paula representou a ACT na Conferência Global sobre Doenças Não Transmissíveis da Organização Mundial da Saúde, em Montevidéu, Uruguai. O objetivo do evento foi reunir esforços e buscar coerência política para reduzir em 30% a mortalidade pelas DCNTs até 2030, por meio de prevenção e tratamento.

A diretora jurídica Adriana Carvalho, por sua vez, participou da 48a Conferência Anual da Union, que aconteceu em Guadalajara, de 11 a 14 de outubro. Ela falou sobre os grupos vulneráveis explorados pela indústria do tabaco para aumentar suas vendas e seus lucros e obter sucesso em seus negócios: os fumicultores (vulneráveis pela dependência econômica), os jovens (público alvo da indústria do tabaco e vulneráveis pela falta de maturidade) e os fumantes adoecidos nas ações de responsabilidade civil (vulneráveis pelo acometimento de doenças e por não serem litigantes habituais).


CADERNOS DE SAÚDE PÚBLICA
 

O Centro de Estudos sobre Tabaco e Saúde (Cetab), da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), lançou um suplemento temático da revista Cadernos de Saúde Pública, intitulado A Política de Controle do Tabaco no Brasil: Avanços e Desafios. O caderno especial traz diversos artigos sobre o controle do tabagismo e conta com participação da equipe da ACT em alguns deles, que podem ser lidos em nosso site, em Publicações:
 http://www.actbr.org.br/biblioteca/publicacoes

 

NOTÍCIAS
 

INICIADO JULGAMENTO QUE ANALISA NORMA SOBRE ADIÇÃO DE SABORES A CIGARROS
STF, 10/11/2017
Teve início no Supremo Tribunal Federal (STF) o julgamento sobre a constitucionalidade de resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que proibiu aditivos de sabor e aroma em cigarros. Na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4874, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) questiona a competência da Anvisa para editar a norma.
http://www.actbr.org.br/comunicacao/noticias-conteudo.asp?cod=3098

CIGARRO ELETRÔNICO TAMBÉM FAZ MAL À SAÚDE
O Globo, 2/11/17
Ele já foi muito alardeado como uma estratégia segura para quem quer parar de fumar, e, embora tenha venda proibida no Brasil, não é difícil comprá-lo na internet ou até em lojinhas de rua. No entanto, o cigarro eletrônico reúne hoje em torno de si um consenso entre especialistas: ele carrega, sim, substâncias que prejudicam a saúde, portanto o seu uso oferece riscos que incluem problemas cardiovasculares e câncer de pulmão. Até a indústria do tabaco admite isso.
http://www.actbr.org.br/comunicacao/noticias-conteudo.asp?cod=3087

ENTIDADES ALERTAM PARA FALTA DE CLAREZA EM RÓTULOS E PROPAGANDA ENGANOSA DE ALIMENTOS NÃO SAUDÁVEIS
O Globo, 1/11/17
A obesidade é uma das principais epidemias da atualidade, alerta a Organização Mundial da Saúde (OMS). (...) Diante deste cenário, a Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável está lançando nesta quarta-feira a campanha "Você tem o direito de saber o que come", que foca na relação entre o excesso de peso e o consumo de alimentos não saudáveis.
http://www.actbr.org.br/comunicacao/noticias-conteudo.asp?cod=3083

CAMPANHA DE CIGARRO USA PUBLICIDADE ILEGAL E DISFARÇADA
O Globo, 12/9/17
Nas últimas semanas, fotos de pessoas com cigarros começaram a aparecer repetidamente no Instagram, sempre com uma mesma hashtag. À primeira vista, as imagens parecem retratos normais. Mas várias fontes disseram ao site EXAME que, na verdade, trata-se de uma campanha publicitária disfarçada, que estaria sendo realizada pela Souza Cruz, interessada em promover, de forma furtiva, sua marca de cigarros Kent.
http://www.actbr.org.br/comunicacao/noticias-conteudo.asp?cod=3073

21% DAS CALORIAS QUE BRASILEIROS CONSOMEM VÊM DE ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS  
UOL, 23/10/17
A sua alimentação é feita de produtos industrializados? Se você é do time dos que detestam cozinhar, adora um salgadinho de pacote e não dispensa o refrigerante no dia a dia, você está mais predisposto a doenças crônicas. O professor e pesquisador Carlos Augusto Monteiro, da USP (Universidade de São Paulo), apresentou dados sobre o consumo de alimentos ultraprocessados e suas implicações sobre a saúde, no 21º Congresso Internacional de Nutrição, em Buenos Aires, na Argentina.  
http://www.actbr.org.br/comunicacao/noticias-conteudo.asp?cod=3074

 

ACT LEGAL
 

DIA NACIONAL DE COMBATE AO CÂNCER

A Câmara dos Deputados, a pedido do deputado Hiran Gonçalves, está programando eventos em homenagem ao Dia Nacional de Combate ao Câncer, celebrado em 27 de novembro. No dia 28, às 10h, haverá uma sessão solene no plenário. Já no dia 29, será a vez de uma audiência pública conjunta com a Comissão de Seguridade Social e Família, para debater a tributação da indústria do tabaco, com a participação da diretora-executiva da ACT, Mônica Andreis, da secretária executiva da Comissão Nacional para Implementação da Convenção Quadro, Tânia Cavalcante, além de representantes da Confederação Nacional da Indústria e do SindiTabaco.


Julgamento do caso aditivos
Em 9 de novembro, finalmente teve início o julgamento no Supremo Tribunal Federal da Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 4874, que questiona a legitimidade da Agência Nacional de Vigilância Sanitária para a edição de norma com a proibição do uso de aditivos nos produtos do tabaco. O caso já esteve seis vezes na pauta para julgamento. Os advogados das partes e dos amici curiae (“amigos da corte”), como é o caso da ACT e da Associação Mundial de Antitabagismo (AMATA),  e a Ministra Chefe da Advocacia Geral da União (AGU) fizeram sustentações orais, e o julgamento terá prosseguimento no dia 22.

Para assistir à sessão do julgamento do dia 9/11, acesse: http://www.tvjustica.jus.br/index/detalhar-noticia/noticia/361474

Para saber mais, acesse:
http://www.actbr.org.br/comunicacao/noticias-conteudo.asp?cod=3084
http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI260598,41046-STF+a+saude+publica+ou+os+interesses+da+industria+do+tabaco


Organizações contra a Farinata

A ACT Promoção da Saúde, o Idec, o Projeto REAJA e a ABRASCO entraram com representações no Ministério Público Federal e Ministério Público Estadual contra à pretensão do prefeito João Dória, de São Paulo, de distribuir à população pobre a Farinata, produto industrializado feito à base de alimentos próximos da data de vencimento como medida para combate à fome.
Essa medida fere o direito humano à alimentação adequada e saudável,  previsto na  Constituição Federal, que garante o acesso a uma alimentação que respeite a dignidade, os valores humanos e culturais e que não esteja sujeita aos interesses de mercado.


Organizações contra parceria da OIT com a indústria do tabaco

A ACT Promoção da Saúde, a Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar do Brasil (Contraf), o Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo (CEPAGRO) e o Departamento de Estudos Sócio Econômicos Rurais (DESER) se manifestaram perante o governo brasileiro e perante a Organização Internacional do Trabalho. O motivo é um pedido para que a OIT pare de receber financiamentos da indústria do tabaco para programas de combate ao trabalho infantil na atividade de plantio de tabaco (fumicultura).

É imprescindível e louvável a atuação da OIT no enfrentamento do problema por meio de programas de combate ao trabalho infantil na fumicultura. Contudo, há fortes impedimentos à manutenção do financiamento destes programas pela indústria do tabaco, bem como de qualquer forma de parceria com este setor, pois isso permite que a indústria faça uma promoção institucional de responsabilidade social e não resolve a causa do problema, já que o trabalho infantil na fumicultura acontece principalmente devido às más condições de trabalho impostas pela indústria aos produtores.


Comercial na Colômbia

A Corte Constitucional da Colômbia, a instância superior de Justiça do país, julgou nesta semana a favor da ONG Associação Colombiana de Educação ao Consumidor (Educar Consumidores) o caso do comercial sobre os malefícios do açúcar e a obesidade que foi retirado do ar, acusado de propaganda enganosa. O caso teve a ACT Promoção da Saúde como Amicus Curiae (Amigo da Corte) e completou um ano em agosto passado.

Não satisfeita em suspender a veiculação, a  Superintendência da Indústria e Comércio (SIC), a pedido da Gaseosa Posadas Tobón SA (postobon) havia determinado que qualquer tipo de informação sobre o consumo de bebidas por parte da Educar Consumidores teria que ser aprovada previamente, o que configura censura prévia.

A ACT Promoção da Saúde entrou como Amicus Curiae em setembro desse ano e alegou que a resolução viola a liberdade de expressão e que qualquer campanha que tenha como objetivo alertar a população sobre o consumo de açúcar em excesso presente em bebidas açucaradas e riscos para a saúde deve ser estimulada pelos governos, e não censurada. De acordo com a ACT Promoção da Saúde, a campanha está de acordo com evidências científicas e diretrizes da Organização Mundial da Saúde para enfrentar a obesidade.

 

 


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