Histórico familiar influencia diretamente obesidade infantil precoce

02.05.18


O Globo

Crianças mais novas apresentam grau de obesidade maior Foto: Shutterstock

RIO— Uma pesquisa publicada no periódico científico "Frontiers in Endocrinology" apontou os fatores que podem determinar o início precoce da obesidade infantil: histórico familiar, hipertensão, níveis altos de lipídio no sangue, além de doenças metabólicas e cardiovasculares. O estudo, feito pela universidade de Messina, na Itália, indica ainda que as crianças mais gravemente obesas apresentam resistência à insulina.

Os resultados obtidos pelos pesquisadores acendem um alerta também no que diz respeito à ocorrência da doença nas crianças mais novas. Segundo o estudo, os mais jovens são os que aprensentam grau mais elevados de obesidade, o que, ao longo da vida, pode fazer com que essas crianças sejam mais propensas a desenvolver doenças cardiovasculares, por exemplo. Dividindo os pacientes analisados em grupos, os pesquisadores identificaram que aqueles com menos de 8 anos eram os mais obesos.

— Nós também mostramos que o problema da obesidade infantil não está simplesmente relacionado a um aumento no número de diagnósticos, mas também à gravidade da obesidade em crianças mais jovens. Se isso persistir ao longo do tempo, essas crianças terão um risco maior de desenvolver doenças cardiovasculares e complicações metabólicas no início da vida adulta — afirmou Domenico Corica, autor do estudo.

Os pesquisadores apuraram os fatores a partir de uma análise dos pais, irmãos, avós e das próprias crianças. Para chegar aos resultados, foram avaliados os históricos de mais de 250 crianças com sobrepeso e obesidade, com idades de dois a 17 anos. Na avaliação médica das crianças, os médicos consideraram parâmetros de peso e altura, amostras de sangue e dados sobre obesidade e doenças cardiovasculares e metabólicas dos parentes.

A partir dessa amostra, verificou-se que as crianças que pertenciam a famílias nas quais pais, irmãos ou avós tinham registro de obesidade ou doenças cardiovasculares apresentam mais risco de desenvolver obesidade infantil. Diante do quadro, os pesquisadores defenderam a necessidade de ampliar campanhas educativas sobre hábitos saudáveis.

— Descobrimos que as crianças mais severamente obesas, mesmo as muito jovens, apresentavam resistência à insulina. Esse é um achado muito importante que enfatiza a necessidade de programas de cuidados de intervenção precoce envolvendo provedores de saúde e escolas, e outras instituições governamentais, principalmente para modificar o estilo de vida, como hábitos alimentares, prática de atividade física, tempo de uso de tecnologia, das crianças obesas e suas famílias — destacou Corica.




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