A proibição dos cigarros eletrônicos no Brasil: sucesso ou fracasso? | Resumo e conclusões

Transcreve-se abaixo o resumo do artigo em referência:

O Brasil foi um dos primeiros países do mundo a proibir os Dispositivos Eletrônicos de Fumar (DEFs), tal proibição foi motivada pela inexistência de evidências relativas às alegadas propriedades terapêuticas e da inocuidade destes produtos. Por conta de tal proibição, A Anvisa foi criticada, especialmente de grupos de usuários. Estes grupos argumentam que tal ação proibiu um produto que auxiliaria a cessação ao tabagismo e seria menos tóxico que os cigarros comuns. Assim sendo, surge o questionamento se esta decisão foi acertada ou não. Os dados disponíveis mostram que os DEFs possuem formulações diversas e algumas substâncias tóxicas são liberadas durante sua utilização em níveis significativos. Estudos em animais e em humanos demonstraram potencial efeito tóxico. Os DEFs também demostraram que podem afetar a saúde de fumantes passivos. Quanto a seu uso como ferramenta de cessação, os estudos ainda não são conclusivos. Observou-se também um alto grau de uso entre adolescentes em países que seu uso foi autorizado. Desta forma o Brasil ao proibir estes produtos, impediu que a população consumisse um produto sem comprovação que auxiliasse no tratamento do tabagismo, com indícios de significativa toxidade e altamente atrativo aos jovens.

 

A seguir, destaque para algumas conclusões desse artigo:

  • Os DEFs possuem formulações diversas e algumas substâncias tóxicas são liberadas durante sua utilização em níveis significativos. 
  • Estudos em animais e em humanos demonstraram potencial efeito tóxico. Os DEFs também demostraram que podem afetar a saúde de fumantes passivos. 
  • Com relação ao uso como ferramenta de cessação, os estudos ainda não são conclusivos. 
  • Há um alto grau de uso entre adolescentes em países que seu uso foi autorizado.
  • Estudos apontaram que os fumantes passivos continuam expostos a substâncias tóxicas como a nicotina, o 1,2 propanodiol e material particulado. Assim, não é recomendada a utilização desses produtos em ambientes de uso coletivo, pois, mesmo que em níveis menores, as substâncias tóxicas presentes nas emissões podem potencialmente causar danos à saúde e ser fonte de contaminação de 3ª mão.
  • Em humanos, relatos de usuários indicaram irritação na boca e na garganta, tosse, dores de cabeça, dispneia e vertigem. 
  • Existe um potencial efeito carcinogênico das emissões dos cigarros eletrônicos. 
  • Os sabores dos e-liquids podem afetar a taxa de absorção de nicotina e contribuir para a aceleração do aumento da taxa dos batimentos cardíacos e outros efeitos subjetivos descritos entre os usuários.
  • Efeitos pulmonares agudos, impedância pulmonar, resistência do fluxo de ar periférico e stress oxidativo podem acontecer depois de 5 minutos do uso dos cigarros eletrônicos. Outro estudo apontou a redução do volume expiratório forçado.
  • Dados de uso de cigarros eletrônicos em países onde a comercialização é liberada mostram alto grau de experimentação e uso entre jovens – em alguns países, como a Polônia e os Estados Unidos, mais de 1/3 dos jovens já experimentaram DEFs. 
  • Os estudos demonstram ainda uma significava frequência de usuários duplos (tanto de DEFs quanto de cigarros convencionais). 
  • Adolescentes que usam DEFs têm um risco quatro vezes maior de fumarem cigarros tradicionais do que aqueles que não usam estes dispositivos. 
  • Nos EUA, praticamente 1 em cada 5 estudantes americanos do ensino médio faz uso de cigarros eletrônicos. Por essa razão, o governo dos EUA declarou que o uso de cigarros eletrônicos entre os jovens é uma epidemia.
  • Especialistas em cessação do tabagismo declararam que até o momento não existe tratamento para a dependência da nicotina causada por essa nova geração de cigarros eletrônicos em adolescentes. 
  • Não foram encontrados estudos sobre o uso de DEFs entre crianças ou adolescentes no Brasil. Também não foram relatados o uso de outros tipos de DEF no Brasil. A sua proibição poderia explicar o reduzido uso desses produtos no Brasil.

 

Referência: SILVA, André Luiz Oliveira da  and  MOREIRA, Josino Costa. The ban of eletronic cigarettes in Brazil: success or failure?. Ciênc. saúde coletiva [online]. 2019, vol.24, n.8, pp.3013-3024.  Epub Aug 05, 2019. ISSN 1413-8123.  

 

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