Atlas da Carne

01.08.16 - Fundação Heinrich Böll


Comida é um assunto muito pessoal. Não é só uma necessidade. A comida constantemente incorpora certos sentimentos como familiaridade, relaxamento, rotina ou até estresse. Nós comemos em diferentes tipos de situação e temos nossas preferências pessoais. Ao mesmo tempo, somos cada vez mais alienados sobre o que está em nossos pratos, em nossa mesa e em nossas mãos. Você às vezes se pergunta de onde vem o bife, a linguiça ou o hambúrguer que você está comendo? Satisfação pessoal reflete decisões éticas. E preocupações privadas podem ter natureza bem política. Cada um de nós deve decidir o que queremos comer, mas consumo responsável é algo que um número crescente de pessoas demanda e elas necessitam informações para poder basear suas decisões. Como podemos, enquanto consumidores, nos inteirarmos dos impactos globais causados pelo nosso consumo de carne? Você sabia, por exemplo, que a produção de carne está diretamente relacionada ao desmatamento da Amazônia? Que a criação animal em escala industrial traz conseqüências para a pobreza e a fome, provoca deslocamento e migração, afeta o bem-estar animal, além de contribuir para as mudanças climáticas e para a perda de biodiversidade? Nenhuma dessas preocupações têm respostas visíveis nas embalagens de carne ou linguiça no supermercado. Ao contrário, o agronegócio tenta abafar os efeitos adversos do nosso alto consumo desses produtos. Propagandas e embalagens em países desenvolvidos mostram imagens de animais alegres em fazendas felizes. Enquanto na realidade, o sofrimento dos animais, os danos ecológicos e os impactos sociais são varridos para debaixo do tapete. Uma em cada sete pessoas no mundo não possui acesso adequado à comida. Nós estamos longe de garantir o direito internacionalmente reconhecido à comida suficiente tanto quantitativamente como qualitativamente. Ao contrário, quase 1 bilhão de pessoas no mundo sentem fome, em grande parte porque a ânsia das classes médias por carne cria indústrias alimentícias e de pecuária intensiva de grande escala. Em muitos países, consumidores estão fartos de serem enganados pelo agronegócio. Ao invés do dinheiro público ser utilizado para subsidiar fazendas industriais – como ocorre nos Estados Unidos e na União Europeia – consumidores querem políticas razoáveis que promovam uma pecuária realmente ecológica, social e ética. Em vista disso, uma preocupação central da Fundação Heinrich Böll é prover informação a respeito dos efeitos da produção de carne e oferecer alternativas. Enquanto governos no mundo desenvolvido têm que mudar radicalmente de curso e enfrentar o poder do lobby da agricultura, países em desenvolvimento podem evitar repetir os erros come- tidos em outros lugares. Conhecer os efeitos da produção intensiva de carne possibilita o planejamento para uma produção orientada ao futuro que seja social, ética e ambientalmente responsável. Ao invés de tentar exportar seu modelo falho, a Europa e os Estados Unidos deveriam tentar mostrar que a mudança é necessária e possível. Há alternativas. A carne pode ser produzida mantendo os animais em pastos ao invés de confinados, produzindo e consumindo localmente ao invés de transportá-la por milhares de quilômetros. O esterco não precisa pesar sobre a natureza e na saúde da população local, ele pode ser espalhado pelos campos do próprio fazendeiro enriquecendo o solo. Nosso atlas convida você a viajar ao redor do mundo e oferece informações sobre as conexões globais feitas quando nós comemos carne. Somente consumidores informados e críticos podem to- mar a decisão certa e demandar a mudança política necessária.

Anexo: 1123_atlasdacarne.pdf

Fundação Heinrich Böll




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