No Brasil, 30% dos fumantes não foram a sequer um serviço médico no último ano

19.03.18


O Globo

 

O conteúdo a seguir foi gerado pela Fundação Smoke-free world, financiada pela Philip Morris International.

RIO - Fumantes brasileiros são, em geral, casados com fumantes, têm fumantes entre seus melhores amigos e são conscientes de que o tabagismo faz mal (96% responderam que acham prejudicial), mas nem por isso vão mais ao médico do que os não fumantes. É o que mostra a pesquisa internacional "State of Smoking 2018", realizada pelo Instituto Kantar Public, com apoio da Foundation for a Smoke-Free World.

Foram entrevistadas para a pesquisa 17.421 pessoas, entre fumantes, ex-fumantes e não fumantes, espalhados por 13 países: Brasil, França, Grécia, Índia, Israel, Japão, Líbano, Malawi, Nova Zelândia, Rússia, Sul África, Reino Unido e Estados Unidos.

O Brasil foi a nação que mostrou ter uma população mais consciente dos danos trazidos pelo cigarro: 96% das pessoas concordaram que o tabagismo é prejudicial à saúde. Por último, aparece a Índia, com um índice de 69%.

Entretanto, mesmo que os brasileiros tenham essa consciência, 30% dos fumantes não compareceram sequer uma vez a algum serviço de saúde no último ano. Entre os não fumantes, essa taxa foi de 19%.

Ainda de acordo com o levantamento, o Brasil tem 11% de tabagistas no sexo masculino, e 7,2% no feminino. O índice é menor do que o registrado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2015, quando foi constatada a prevalência de 19,3% de fumantes entre os homens, e 11,3% entre as mulheres.

Uma das principais conclusões do estudo é que o uso do tabaco não é um hábito isolado: fumantes consideram o ato de fumar algo profundamente integrado com os prazeres básicos da vida, como comer, beber e socializar. Os métodos tradicionais para parar de fumar não levam em conta isso e, como resultado, os usuários de cigarro continuam a fumar.

CIGARRO ASSOCIADO AO CAFÉ

No Brasil, por exemplo, 54% dos entrevistados disseram que fumam toda vez que bebem café ou chá. Fumar logo após acordar, como uma rotina matinal, é comum para 49%; e tragar um cigarro imediatamente após uma refeição é recorrente para 48% da população que serviu como amostra.

Outro dado que chama atenção é que 72% responderam que têm, entre seus melhores amigos, pessoas que também fumam. Somente 39% responderam que têm não fumantes entre os melhores amigos. Se comparado com os outros países mencionados na pesquisa, o Brasil está mais ou menos no meio da tabela nesse quesito, sendo o sexto país em que as pessoas têm mais amigos fumantes. No topo, está o Líbano, no qual 95% da população respondeu que tinha melhores amigos tabagistas. E na base do gráfico, está a Índia, onde esse índice é de 59%.

A Índia também é o lugar no qual poucas pessoas se casam com fumantes: 14% afirmaram se enquadrar nessa situação. Isso faz com que o país fique atrás apenas do Malawi, com 13%. No Brasil, essa taxa chega a 29%, e apenas 12% disseram ser casados com não fumantes.

'DEVEMOS PARAR DE TRATAR FUMANTES COMO GRUPO HOMOGÊNEO'

Presidente da Foundation for a Smoke-Free World, Derek Yach afirma que é preciso deixar clara a necessidade urgente de desenvolver comunicações e intervenções mais eficazes para ajudar as pessoas a parar de fumar ou diminuir os riscos relacionados.

— Ao entender melhor os principais fatores por trás das razões pelas quais as pessoas começam a fumar, as barreiras para desistir e as motivações para parar, podemos ajudar a reduzir as consequências negativas para a saúde para muitos que estão presos na dependência de produtos de tabaco — destaca Yach. — Espero que esta pesquisa ajude muitos dentre o 1 bilhão de fumantes do mundo a parar de fumar, desencadeando uma discussão significativa sobre as razões profundamente complexas pelas quais tantas pessoas continuam a fumar.

Segundo ele, os dados demonstram que, ao entender melhor as experiências e lutas únicas de cada fumante, é possível apoiar melhor a jornada dos indivíduos para abandonar o fumo.

— Nesta era da medicina personalizada, logicamente devemos parar de tratar os fumantes do mundo como um grupo homogêneo e começar a desenvolver uma ampla gama de soluções de cessação do tabagismo, que permitem que cada fumante encontre o método que melhor funciona para ele, e, o mais importante de tudo, reduzir os danos, doenças e óbitos causados pelo tabagismo — afirma ele.




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