Alimentação escolar tem impacto no orçamento, aponta pesquisa
10.11.20R7
Nesta quarta onda da pesquisa Educação não presencial na perspectiva dos estudantes e suas famílias realizada pelo Datafolha avaliou o legado deixado pela pandemia do novo coronavírus para a educação.
O estudo foi encomendado pela Fundação Lemann, Itaú Social e Imaginable Futures, e realizado com 1.021 pais ou responsáveis de estudantes das redes públicas municipais e estaduais do país.
Para 42% das famílias ouvidas, a falta da refeição que os estudantes faziam na escola pesa no orçamento. A renda familiar diminuiu em 42%. Já 38% recebem ou têm alguém em casa que recebe Bolsa Família, e 59% o auxílio emergencial.
A pesquisa revelou os desafios da educação na pandemia, como o aumento da desmotivação dos estudantes, que subiu de 46% em maio para 54% em setembro, e as dificuldades de estabelecer uma rotina de aprendizagem em casa, que passou de 58% em maio para 65% em setembro.
Ainda de acordo com o levantamento, 54% das famílias têm em casa pessoas do grupo de risco para o coronavírus. Já 82% não tiveram contato com a covid-19 e 18% foram contaminados pela doença. 44% estão em situação social de isolamento flexível e 36% têm vivido o isolamento de modo rigoroso.
Pontos positivos
A pandemia de coronavírus também deixou um legado positivo: 51% dos responsáveis dizem participar mais da educação dos estudantes, atualmente, do que antes do isolamento social.
Os professores também foram lembrados: 71% valorizam mais o professor e 64% consideram que as aulas remotas são eficientes no aprendizado dos alunos.
Em setembro, 92% dos estudantes brasileiros receberam atividades para fazer em casa, contra 74% em maio deste ano.