Artigo: Nicotina eletrônica

10.02.20


O Globo

O glamour ficou no passado, e hoje o cigarro é associado à morte. Diante do declínio nas vendas, a indústria de cigarros lançou dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs), que apresenta como um substituto “mais seguro” para a saúde.

Os DEFs podem ser de vários tipos e incluem cigarros eletrônicos, cigarros aquecidos e vaporizadores de ervas secas. Funcionam com bateria, que aquece o conteúdo e produz um aerossol, normalmente com nicotina, a mesma droga que causa a dependência aos cigarros tradicionais. Quem migra para o DEF continua dependente.

Além da nicotina, inalam-se produtos nocivos, como formaldeído, acroleína, nitrosaminas, metais pesados, saborizantes, além de outras substâncias. Esses produtos causam doenças pulmonares e cardiovasculares e câncer.

O objetivo da indústria com os DEFs é facilitar a iniciação de jovens ao tabagismo e levar à dependência da nicotina, recuperando a fatia de mercado que perdeu. De tamanhos e formas que passam despercebidos, com sabores adocicados e marketing nas mídias sociais, tudo é feito para seduzir o jovem.

Nos EUA, a estratégia deu certo. Um cigarro eletrônico no formato de pen drive virou uma coqueluche nas escolas, onde os estudantes consomem cartuchos com a quantidade de nicotina igual à de um maço de cigarros.

O Centro de Controle de Doenças, nos EUA, registrou ano passado 2.291 casos com 48 mortes por uma nova doença pulmonar grave (Evali), que provoca intensa falta de ar, dor no peito, febre, náuseas e vômitos. Todos os doentes usaram cigarros eletrônicos. No Brasil já há três casos suspeitos da doença.

As ações de controle do tabaco em nosso país levaram à redução de 60% no número de fumantes em três décadas e pouparam milhares de vidas. Os DEFs ameaçam essa conquista e colocam em risco as novas gerações.

Diante desse cenário, o Inca faz um alerta à população e reafirma seu apoio à manutenção da resolução da Anvisa que proíbe a comercialização, a importação e a propaganda dos DEFs no Brasil.

https://oglobo.globo.com/opiniao/artigo-nicotina-eletronica-24237473




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