Como o cigarro afeta a pele

19.09.23


Drauzio Varella

O cigarro acelera o processo de envelhecimento cutâneo, além de ser um fator de risco para o câncer de pele. Entenda os principais riscos. 

 

Não é novidade que o hábito de fumar faz mal à saúde de maneira geral. De acordo com estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o tabagismo ativo e a exposição passiva à fumaça do cigarro estão associados ao desenvolvimento de aproximadamente 50 doenças, incluindo vários tipos de câncer, doenças respiratórias e doenças cardiovasculares. 

Mas além disso, o cigarro também pode causar diversos danos à pele. Segundo Elisete Crocco, dermatologista e coordenadora do Departamento de Cosmiatria da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), os principais impactos do tabagismo na pele estão associados ao envelhecimento cutâneo. 

“O tabagismo, depois do sol, tem uma função muito grande de destruição celular e de perda tecidual. E esses pacientes [que fumam] tendem a ficar com mais rugas – algumas rugas específicas do tabagismo, inclusive –, uma pele com pouco viço, com uma tendência para aumento de porosidade, um tom acinzentado da pele, a derme mais fina. Então, são impactos que são histológicos (nos tecidos) mas que clinicamente são perceptíveis, ao ponto de um bom dermatologista olhar para o paciente que é tabagista e de olhar, dizer: ‘você fuma, né?’ É um impacto bem perceptível”, explica a médica.

O cigarro também pode piorar problemas de pele pré-existentes, como a acne da mulher adulta, a rosácea e a hidradenite supurativa (doença crônica rara que provoca lesões cutâneas na pele e prejudica muito qualidade de vida dos pacientes). “Então, são principalmente doenças inflamatórias, como o cigarro tem tantos agentes com radicais livres e com indução de destruição celular, ele acaba acelerando, digamos assim, o processo dessas doenças inflamatórias”, completa. 

De acordo com informações do Ministério da Saúde, o cigarro reduz a produção de colágeno, proteína que contribui para a hidratação e elasticidade da pele. Além disso, a nicotina é um dos fatores que causa vasoconstrição (estreitamento dos vasos sanguíneos), o que somado a outras substâncias presentes no cigarro, dificulta a passagem de sangue. Isso leva a um aspecto opaco e ressecado na pele e maior dificuldade de cicatrização.

E não para por aí: o tabagismo é, junto do sol, um dos principais fatores de risco para o câncer de pele, especialmente o tipo carcinoma espinocelular de boca, segundo a especialista. 

        Veja também: Por que nossa pele fica flácida com o passar dos anos?

 

 

 

Parei de fumar. E agora?

Parar de fumar não é tarefa fácil. Mas com orientações e ajuda especializada, é possível. Largar o cigarro sempre será a melhor solução para minimizar os riscos à saúde causados pelo fumo, mesmo que alguns danos sejam irreversíveis. 

“Se a pessoa parar de fumar, ela começa a parar de ‘se estragar’, é mais ou menos isso que acontece. O dano que ela já fez continua lá, mas ele vai sendo substituído porque nós somos um equilíbrio entre a produção celular e a destruição celular. E o tabagismo tem uma responsabilidade enorme no processo de destruição celular e dano na célula. Então, às vezes a célula continua, mas ruim, com o DNA alterado. Se ela parar de fumar, a gente começa a reverter um pouco esse processo e voltar com o equilíbrio”, esclarece a dra. Elisete. 

https://drauziovarella.uol.com.br/dermatologia/como-o-cigarro-afeta-a-pele/




VOLTAR



Campanhas



Faça parte

REDE PROMOÇÃO DA SAÚDE

Um dos objetivos da ACT é consolidar uma rede formada por representantes da sociedade civil interessados em políticas públicas de promoção da saúde a fim de multiplicar a causa.


CADASTRE-SE