Inglaterra poderá ser o primeiro país a permitir a prescrição médica dos cigarros eletrônicos para quem quer parar de fumar
29.10.21O Globo
O Ministério da Saúde do Reino Unido afirmou, nesta sexta-feira, que as autoridades reguladoras de saúde na Inglaterra abriram caminho para que os cigarros eletrônicos sejam prescritos por médicos, pela primeira vez, para ajudar as pessoas a pararem de fumar.
Em nota, o ministério destaca que a Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde do país (MHRA) publicará orientações atualizadas para que cigarros eletrônicos sejam prescritos com licença médica a fumantes que desejam deixar o cigarro tradicional.
Segundo o comunicado, o secretário de Estado de Saúde e Assistência Social do país, Sajid Javid, deu as boas-vindas ao mais recente avanço no processo de licenciamento para os fabricantes dos dispositivos.
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As empresas poderão submeter seus produtos para aprovação regulamentar pela MHRA e, eventualmente, serem indicados pelo Serviço Nacional de Saúde do país (NHS), diz o comunicado. Isso significa que a Inglaterra pode se tornar o primeiro país do mundo a prescrever cigarros eletrônicos licenciados como produtos médicos.
Avaliações têm mostrado que os cigarros eletrônicos regulamentados não são isentos de riscos, mas são menos prejudiciais do que o fumo de cigarros a combustão, afirma o ministério. A pasta ressalta, no entanto, que não fumantes e crianças são fortemente desaconselhados ao uso dos dispositivos.
As taxas de tabagismo no Reino Unido caíram para níveis recordes, mas provocaram a morte de quase 64 mil pessoas na Inglaterra em 2019. Essa continua sendo a principal causa evitável de morte prematura no país, que ainda conta com cerca de 6,1 milhões de fumantes.
O ministério afirma ainda que os cigarros eletrônicos foram o auxílio mais popular usado por pessoas que tentaram largar o cigarro a combustão na Inglaterra em 2020, e que os dispositivos foram altamente eficazes para essa função.
Estados Unidos aprova cigarro eletrônico
Também em outubro, a Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos Estados Unidos, autorizou pela primeira vez a venda de um cigarro eletrônico no país. Em comunicado, a agência sinalizou que a ajuda oferecida por alguns dispositivos vaporizadores (conhecidos como vapes) para que fumantes deixem os cigarros tradicionais é mais significativa que os riscos de viciar uma nova geração.
A decisão histórica pode abrir caminho para que outros cigarros eletrônicos sejam autorizados a permanecerem no mercado americano. Enquanto não são aprovados, os produtores de cigarros eletrônicos têm mantido um padrão de espera no país — a maioria de seus produtos estão no mercado, mas aguardando autorização oficial.
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A decisão não é um consenso entre os especialistas. Alguns acreditam que permitir dispositivos vaporizadores como uma alternativa ao fumo tradicional pode tornar mais fácil para o governo impor uma regulamentação mais rígida sobre a nova modalidade e ajudar a diminuir os cigarros a combustão — responsáveis por mais de 400 mil mortes por ano nos EUA. Por outro lado, médicos destacam os riscos que os cigarros eletrônicos oferecem à saúde, especialmente aos mais jovens.