OMS tem novos padrões para reduzir consumo de sal

01.06.21


Valor Econômico

O ano de 2021 é considerado decisivo para a política alimentar e nutricional, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

A Cúpula de Sistemas Alimentares das Nações Unidas em setembro e a Cúpula de Nutrição para o Crescimento em dezembro reunirão uma ampla gama de interessados para melhorar a situação alimentar e assumir compromissos.

No começo de maio, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou um novo conjunto de padrões globais (benchmark) para reduzir o consumo de sal em mais de 60 categorias de alimentos, elevando a pressão para a indústria de alimentos acelerar a diminuição desse condimento nos produtos.

Segundo a OMS, a maioria das pessoas consome o dobro das cinco gramas de sal recomendadas por dia, correndo risco de doenças cardíacas e derrames que matam cerca de três milhões de pessoas por ano. Outras complicações são doença renal, obesidade, gastrite, câncer e doenças hepáticas. O custo para os sistemas de saúde e a economia são elevados.

No Brasil, o consumo nacional médio também é excessivo, de 9,3 gramas por dia ou quase o dobro da recomendação. A OMS tem meta para redução de 30% no consumo global de sal/sódio até 2025. No entanto, a constatação é de que o mundo está longe de atingir esse objetivo de saúde pública.

Na semana passada, o Brasil copatrocinou na Assembleia Mundial da Saúde uma resolução defendendo um plano mundial de prevenção e controle de diabetes. A medida inclui a possibilidade de aumento de imposto sobre alimentos que sejam considerados fator de risco.

A resolução pede aos Estados membros para “reforçar as medidas de políticas, legislativas e regulamentares, incluindo medidas fiscais conforme apropriado, visando minimizar o impacto dos principais fatores de risco de diabetes e promover dietas e estilos de vida saudáveis’’.

No Brasil, dados de Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) mostram que em 2019 cerca de 12 milhões de pessoas com 18 anos ou mais relatavam ter diagnóstico médico de diabetes. Dentre elas, 13% eram pessoas sem instrução ou possuíam apenas o ensino fundamental incompleto.

Globalmente, mais de 420 milhões de pessoas vivem com diabetes. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que esse número vai aumentar para 578 milhões até 2030 e 700 milhões até 2045.

O debate sobre alimentação saudável também é feito dentro da Nestlé. Documento interno da companhia, obtido pelo “Financial Times”, diz que a maior parte de seu portfólio principal não é considerado saudável. O Brasil é o quinto maior mercado para vendas da Nestlé, só atrás dos Estados Unidos, China, França e Reino Unido.

Porta-voz da Nestlé disse ao Valor que sistemas como o Health Star Rating (da Austrália) e o Nutri-Score (usado na Suíça) são úteis e permitem que os consumidores façam escolhas informadas, ‘no entanto eles não capturam tudo’’. Observou que cerca da metade das vendas do grupo não é coberta por esses sistemas, exemplificando com categorias como nutrição infantil, produtos de saúde especializados e alimentos para animais de estimação, ‘que seguem padrões nutricionais regulamentados’.

 

https://valor.globo.com/empresas/noticia/2021/06/01/oms-tem-novos-padroes-para-reduzir-consumo-de-sal.ghtml




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