Organizações alertam para o efeito negativo da indústria de refrigerantes
03.05.22Observatório do terceiro setor, Juliana Lima
O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) e a ACT Promoção da Saúde acabam de lançar a campanha ‘Não Engula Essa’, que visa alertar a sociedade sobre o efeito negativo da indústria de refrigerantes e seu poder de influência em decisões políticas.
Segundo as organizações, o prejuízo ambiental causado por embalagens plásticas no meio ambiente é gigantesco e ultrapassa os 9 bilhões de dólares. Elas lembram também que o consumo de refrigerantes está relacionado a casos de obesidade, diabetes e doenças cardíacas.
“Fabricantes de bebidas adoçadas recebem R$ 3,8 bilhões por ano de incentivos fiscais. Estamos falando de produtos que representam a principal fonte de açúcar na dieta da população. O consumo excessivo de açúcar se associa ao desenvolvimento de graves problemas de saúde, como obesidade, diabetes tipo 2, complicações cardiovasculares e câncer”, diz Paula Johns, diretora da ACT.
“Quem lucra com a venda de produtos que fazem mal deve ajudar a aliviar o impacto do custo dos tratamentos dessas doenças sobre o orçamento do SUS. O aumento da tributação também é uma estratégia defendida pela OMS e pelo Banco Mundial para justamente desestimular o consumo de produtos nocivos à saúde”, continua Johns.
Os impactos de refrigerantes na saúde das pessoas, os incentivos fiscais recebidos pela indústria e a poluição por plástico são os três focos da campanha ‘Não Engula Essa’. Durante dois meses, a campanha veiculará vídeos sobre cada assunto nas redes sociais a fim de conscientizar a população.
“Queremos evidenciar os malefícios que essa indústria causa na sociedade. Já está comprovada a ligação do consumo de bebidas açucaradas com várias doenças crônicas. E isso não tem impacto só para quem bebe, mas gera custo para o Sistema Único de Saúde (SUS) como um todo, que precisa cuidar desses pacientes. As políticas públicas têm de ser feitas pensando na saúde e bem-estar de todos e, ao contrário disso, o que vemos são apenas cada vez mais incentivos para esses produtos”, diz Janine Coutinho, coordenadora do Programa de Alimentação Saudável e Sustentável do Idec.
