EUA: posicionamento do Surgeon General, da FDA e do CDC sobre a epidemia de cigarros eletrônicos

Principais considerações do Surgeon General dos Estados Unidos:

  • Os cigarros eletrônicos entraram no mercado dos EUA por volta de 2007 e, desde 2014,  são o produto de tabaco mais usado entre os jovens norte-americanos.
  • O uso de cigarros eletrônicos entre os alunos do ensino médio e fundamental dos EUA aumentou 900% durante o período de 2011-2015, antes de declinar, pela primeira vez, entre 2015 e 2017. No entanto, dados mais recentes mostram que o consumo aumentou 78% em um ano, de 11,7% em 2017 para 20,8% em 2018, quando mais de 3,6 milhões de jovens dos EUA, incluindo 1 em cada 5 alunos do ensino médio e 1 em cada 20 alunos do ensino fundamental, disseram usar cigarros eletrônicos.
  • O aerossol do cigarro eletrônico não é inofensivo. A maioria dos cigarros eletrônicos contém nicotina - substância viciante presente em cigarros, charutos e outros produtos de tabaco comuns. A exposição à nicotina durante a adolescência pode prejudicar o cérebro, que ainda está em desenvolvimento até os 25 anos de idade, podendo afetar a aprendizagem, a memória e a atenção. O uso de nicotina na adolescência também pode aumentar o risco de dependência futura de outros medicamentos. Além da nicotina, o aerossol que os usuários inalam e expiram pode expô-los (e a outras pessoas, de forma passiva) a mais substâncias nocivas, incluindo metais pesados, compostos orgânicos voláteis e partículas ultrafinas que podem ser inaladas profundamente nos pulmões.
  1. Muitos cigarros eletrônicos também têm sabores que atraem crianças. Além de torná-los mais atraentes para os jovens, alguns dos produtos químicos usados ​​para produzir certos sabores também podem causar riscos à saúde.
  • Para adultos, os cigarros eletrônicos podem até ter o potencial de reduzir o risco de fumantes atuais, se eles substituírem completamente os cigarros convencionais por cigarros eletrônicos; no entanto, a maioria dos adultos que usam cigarros eletrônicos também fuma cigarros convencionais. Para os jovens, o uso de vários produtos de tabaco coloca-os em risco ainda maior de dependência e danos relacionados ao tabaco. Além disso, um relatório da Academia Nacional de Ciências, Engenharia e Medicina dos EUA de 2018 concluiu que há evidências de que o uso de cigarros eletrônicos aumenta a frequência e a intensidade do uso de cigarros convencionais no futuro. De qualquer maneira, o uso de cigarros eletrônicos por jovens não é seguro, mesmo que não progrida futuramente para o consumo de cigarros convencionais

Confira aqui a íntegra do texto.

 

O Centers for Disease Control and Prevention, dos EUA, afirma investigar doenças pulmonares graves entre pessoas que usam cigarros eletrônicos

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês para Centers for Disease Control and Prevention) recebeu denúncias de que pessoas sofreram danos pulmonares pelo uso dos cigarros eletrônicos e afirma precisar de mais estudos para determinar se o uso é seguro.

O CDC está prestando consultoria aos departamentos de saúde de Wisconsin, Illinois, Califórnia, Indiana e Minnesota sobre um conjunto de doenças pulmonares ligadas ao uso de produtos de cigarro eletrônico, ou "vaping", principalmente entre adolescentes e adultos jovens.

Confira aqui a íntegra da declaração do CDC.

 

FDA considera que o consumo de cigarros eletrônicos nos EUA é uma epidemia

Nos EUA, o consumo de cigarros eletrônicos é considerado uma epidemia pela US Food & Drug Administration (FDA), agência de vigilância sanitária do país.

De acordo com a pesquisa National Youth Tobacco Survey, mais de 2,1 milhões de jovens norte-americanos eram usuários regulares de cigarros eletrônicos em 2017. Também segundo dados do Wells Fargo, a popularidade do Juul (tipo de cigarro eletrônico) cresceu de forma dramática em 2017, com acréscimo de vendas de 600% nos EUA (1).

Essa situação preocupou a FDA, que lançou, em abril de 2018, um plano de prevenção da iniciação de jovens no tabagismo. As medidas incluem maior fiscalização de pontos de venda, a fim de que produtos como o Juul não sejam vendidos a menores de idade, além de notificações a fabricantes e distribuidores dos produtos, para levantar informações mais precisas sobre o grau de risco que oferecem à saúde pública (2).

Em matéria jornalística publicada no Washington Post e na Folha de São Paulo, a FDA adverte que o uso de cigarros eletrônicos por adolescentes atingiu proporções epidêmicas e está atuando fortemente para impedir o acesso de adolescentes a esses produtos e restringir a disponibilidade de aparelhos.

De acordo com a agência, mais de dois milhões de alunos de ensino médio e fundamental eram usuários regulares de cigarros eletrônicos no ano passado, e um comissário da FDA deixa claro que não acredita que as empresas tenham feito o suficiente para reprimir esse tipo de uso.

Merece destaque este trecho da matéria:

“As táticas agressivas do governo revelam um dilema na comunidade de saúde pública: ao tratar um problema de saúde pública —o fumo de cigarros, que mata 480 mil pessoas por ano nos Estados Unidos—, os cigarros eletrônicos criam um problema novo. Viciam em nicotina adolescentes que jamais haviam fumado.”

 

(1) Nielsen Total US xAOC/Convenience Database & Wells Fargo Securities, LLC, in Wells Fargo Securities, Nielsen: Tobacco 'All Channel' Data 6/16, June 26, 2018.

(2) Mitch Zeller, J.D. (Director, FDA Center for Tobacco Products); Junho/2018.





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